Ao contrário do que disse o vereador Junior Cavalcanti, dessa vez não se trata de nenhuma pegadinha. A coisa é seria! O projeto de lei complementar enviada à Câmara Municipal e aprovado pelo plenário, sem maiores óbices, na sessão ordinária de terça-feira (6), acabou, sim, com o quinquênio dos servidores municipais. Agora, só tem um jeito para o doutor corrigir mais essa trapalhada criada pela sua assessoria, qual seja, vetar o dispositivo que extinguiu o benefício.
É possível que o prefeito tenha assinado o projeto sem ler, confiando apenas na palavra de sua assessoria? Que tipo de auxiliar leva o chefe a cometer tamanha barbaridade contra uma categoria funcional que ele próprio, durante a campanha, prometeu valorizá-la? Será que a assessoria do doutor Hildon não teve os cuidados necessários para evitar que a população (especialmente os servidores municipais) presenciasse a mais alta autoridade do município apontar, mais uma vez, o revólver contra seu próprio peito?
Na condição do prefeito, eu já teria exonerado o autor dessa lambança legislativa, independente do grau de parentesco, amizade ou partidário que nos unisse. O pouco caso com que a questão foi tratada só pode ser entendido como pura maldade ou irresponsabilidade. Trata-se de conduta inaceitável, que em nada contribui para melhorar a imagem de um governo que mal começou e já trocou os pés pelas mãos em três ocasiões, começando pela incorporação da GPE, passando pela doação de área pública a uma empresa de supermercado e, agora, com o fim do quinquênio dos servidores municipais.
Tenho seguidamente alertado para a necessidade de a Câmara Municipal acabar com esse negócio de votar mensagens na base do afogadilho. O projeto chega minutos antes de começar a sessão e, imediatamente, é colocado na ordem do dia, para ser lido, discutido e votado. Onde já se viu analisar uma proposição com mais de sessenta artigos em menos de trinta minutos.
O momento não admite brincadeiras. O servidor municipal não pode pagar pela incompetência que pessoas que não conhecem ou fingem desconhecer as engrenagens da máquina oficial. A esses, recomendo-lhes que tenham humildade e peçam para sair, antes que arrastem a administração do prefeito Hildon Chaves para o descrédito e a revolta de uma população cansada de ser tratada como subproduto de interesses eleitoreiros.
Fonte: Valdemir Caldas - Tudo Rondônia
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