quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

DEUS NOS FALA

Evangelho de Mateus 4,12-23
“Quando, pois, Jesus ouviu que João fora preso, retirou-se para a Galiléia.

Deixando a cidade de Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, à margem do lago, nos confins de Zabulon e Neftali, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías:A terra de Zabulon e de Neftali, região vizinha ao mar, a terra além do Jordão, a Galiléia dos gentios, este povo, que jazia nas trevas, viu resplandecer uma grande luz; e surgiu uma aurora para os que jaziam na região sombria da morte (Is 9,1).

Desde então, Jesus começou a pregar: Fazei penitência, pois o Reino dos céus está próximo.

Caminhando ao longo do mar da Galiléia, viu dois irmãos: Simão (chamado Pedro) e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores.

E disse-lhes: Vinde após mim e vos farei pescadores de homens.

Na mesma hora abandonaram suas redes e o seguiram.

Passando adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão 

João, que estavam com seu pai Zebedeu consertando as redes. Chamou-os, e eles abandonaram a barca e seu pai e o seguiram.

Jesus percorria toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, pregando o 

Evangelho do Reino, curando todas as doenças e enfermidades entre o povo.”
O texto evangélico de S. João inicia com uma citação do profeta Isaías, que quer mostrar que a obra evangelizadora de Jesus tem uma ação universal: “Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar...”Essa evangelização é caracterizada numa mudança real da vida dos povos, portanto, não é uma obra para poucos ou de poucos, mas é destinada a qualquer pessoa. E nisto se caracteriza o Reino dos Céus.
Em Jesus, a nova realidade vem ao encontro do ser humano e pede uma total mudança de vida. Por isso, não podemos ficar indiferentes perante esta ação de evangelização que todo mundo pode experimentar. Porém, são necessárias uma abertura ampla e total disponibilidade por parte nossa em aceitar esta grande e boa novidade. Assim, temos que ter a coragem de nos despojarmos de um passado que está sempre presente em nossas vidas e tomarmos conta de nossas escolhas para deixar germinar, crescer na nossa história, o mundo novo de Deus, proposto por Jesus.
A chamada dos quatro primeiros discípulos é a confirmação desta nova realidade inaugurada pelo Mestre Jesus.Deus alcança as pessoas nos seus próprios ambientes do dia a dia, nos seus lugares de trabalho. Este é o cenário da chamada dos primeiros discípulos. É interessante a imagem da pesca que na tradição bíblica servia para indicar o juízo final de Deus. Mas, por que Jesus escolheu os homens com a profissão de pescadores? Com certeza quis mostrar que os seguidores de Jesus deviam recolher os seres humanos para prepará-los para o juízo de Deus. Mas, além disto, é interessante analisar as atitudes dos pescadores.
Pode-se notar neles aquela capacidade de ter paciência, de saber discernir a ação dos peixes, das águas, do tempo de melhor pescaria. Pode-se notar também a solidariedade entre eles, porque as águas desafiam constantemente a vida humana. E além do mais, é interessante observar nos pescadores o saber confiar nos outros colegas, mantendo sempre aquela certeza que nada possuem e nada podem!
Com estas características, eles se tornam também pescadores de homens. Não podemos conceber uma Pastoral que possa deixar de lado essas atitudes. Confiando uns nos outros, podemos anunciar a Boa Nova. Esta ação tem que ser imediata e pronta a seguir a nova realidade de Deus: “Jesus andava por toda a Galileia, ensinando...” Uma evangelização encarnada no cotidiano quer dar resposta de vida para todas as pessoas e sobretudo a quem mais necessita. Uma evangelização cristã se torna luz para os povos, esperança para todo mundo. Concluindo, pergunto-lhe: se deixa evangelizar, atrair pela Boa Nova de Jesus Cristo? Até quanto se compromete, por sua vez, em testemunhar aos outros, a quem está perto da sua vida, a Boa Nova de Jesus o Senhor?

Fonte: Claudio Pighin -Sacerdote, doutor em teologia, mestre em missiologia e comunicação.



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