RETA FINAL - São apenas quatro dias que nos separam em Porto Velho do segundo turno para que os eleitores possam escolher o prefeito entre o tucano Hildon Chaves (candidato à reeleição) e Cristiane Lopes (vereadora), do PP. Caso não haja nenhuma surpresa inesperada e as pesquisas divulgadas regularmente estejam minimamente dentro dos parâmetros corretos, a diferença entre o primeiro mais bem posicionado em relação à segunda colocada é enorme. Portanto, feitos os registros das cautelas anteriores, Hildon Chaves está próximo de ser reeleito ao segundo mandato.
REJEIÇÃO - Embora a rejeição do atual prefeito detectada na última pesquisa seja superior à da adversária, avaliando cuidadosamente os números veremos que estão abaixo dos trinta pontos, bem distante do cálculo que a concorrente fez no último debate na TV, quando calculou que a soma dos votos obtidos pelos adversários do prefeito no primeiro turno, em torno de setenta por cento, migrariam automaticamente para ela (por ser oposição), neste segundo turno. Ledo engano: esta conta não é calculada automaticamente desta forma simplória. Na primeira rodada eleitoral, em geral, o eleitor opta por aquele candidato que consegue mais empatia ou que apresenta as propostas mais próximas do seu perfil. No segundo, em particular, por ser uma eleição plebiscitária, vota no candidato com mais experiência, com mais credencial para fazer aquilo que promete e evita aventuras - embora nunca seja descartada -, ainda assim com desconfiança. As pesquisas estão aí para serem contestadas, mas no primeiro turno acertaram em cheio. Portanto...
TERCEIRIZAÇÃO - O principal ator político no programa eleitoral de Tv e rádio da vereadora Cristiane Lopes (PP) é sem dúvida o deputado federal Léo Moraes (PODEMOS). O parlamentar, declaradamente desafeto de Hildon Chaves(PSDB), desde que levou uma sova nas eleições municipais passadas, abraçou a campanha da pupila com se fosse a dele própria. Há quem avalie que ao terceirizar a disputa com o desafeto, corre o risco de perder outra vez com um percentual ainda maior. Um risco que pode custar caro em 2022, visto que o deputado abriu mão de disputar a sucessão do desafeto aos 45 minutos que antecediam a data fatal das convenções, quando desfrutava de percentuais alvissareiros. Mesmo assim, após Hildon anunciar formalmente que seria candidato.
PELA DIREITA - Mesmo faltando poucos dias para a eleição e uma vantagem enorme que separam os dois concorrentes da capital, Léo intensifica a cruzada pelo voto na tentativa de reverter a desvantagem e passou a ser o principal personagem na campanha anti-Hildon Chaves. O parlamentar adotou um discurso bem mais à direita, de olho no eleitorado mais conservador, visando anabolizar os percentuais da pupila. A próxima rodada da pesquisa que vai ser divulgada comprovará se a terceirização do pleito está em rota correta. É um tarefa hercúlea, mas possível de ser alcançada mesmo em relação a uma candidatura terceirizada. Caso a vereadora consiga uma reviravolta tão inesperada, Léo se consagra como maior tutor. Riscos são riscos. No domingo, após a apuração dos escrutínios, tiraremos a prova e voltamos ao assunto para nova avaliação.
DEBATE - Próxima sexta-feira, na Rede de TV Amazônica, Hildon e Cristiane voltam a ficar frente a frente para o debate final. São reduzidas as chances deste último debate mudar o rumo da eleição, mas é uma ótima oportunidade para o eleitor poder cotejar entre os dois qual deles tem mais capacidade para administrar um município com a complexidade de Porto Velho. No primeiro debate, ocorrido na SIC TV, sábado passado, o que constatamos foram cenas lamentáveis de ataques mútuos sem o conteúdo que o eleitor necessita para avaliar as propostas de cada candidato, apesar de que alguns setores dos dois lados gostem mesmo é da pancadaria para que sirvam de memes no dia seguinte. Vamos torcer para que seja um debate acalorado no confronto das ideias e nos ideais que cada um professa.
NEGACIONISMO - Um tema importante a ser debatido entre Cris e Hildon é a possibilidade de uma segunda onda do coronavírus que a comunidade científica tem alertado. A vereadora é uma negacionista convicta, deixou escapar ainda que velada esta posição no debate da SIC, e Hildon é declaradamente seguidor dos protocolos sanitários dos órgãos mais importantes de Saúde Pública. Ela tenta impingir nele a pecha de isolamento total – o que é uma mentira – e ele, nela, o carimbo de inexperiência para lidar com uma pandemia de dimensões assombrosas. O cidadão, principal vítima da Covid-19, tem que saber com quem pode contar “na hora (como repetia o bordão petista) do vamo ver”, quem defende você, eleitor.
TEORIA DA CONSPIRAÇÃO - Desde que a Justiça Eleitoral adotou a urna eletrônica para captação dos votos nas eleições brasileiras há uma desconfiança de que o sistema informatizado seja passível de invasão. Os técnicos da área garantem que as urnas são invioláveis porque não estão em rede e cada uma é ligada individualmente. É natural que as pessoas questionem o sigilo do voto pela automação, assim como questionavam a apuração manual onde não raro mesários e fiscais em conchavos, especialmente nos rincões, manipulavam os votos e resultados quando transferiam os números de votos obtidos para os mapas oficiais. Há, inclusive em Rondônia, muitos causos dessa natureza narrados por autoridades que trabalharam nas apurações pretéritas. Algumas em forma de piada. Mas até hoje este cabeça chata não ouviu um único relato verdadeiro de alguém que tenha violado a urna eletrônica. Sequer em forma de piada. Todavia, a cada eleição, os perdedores acusam a urnas pelo infortúnio da derrota. Principalmente num momento em que figuras de alto coturno em cargos igualmente importantes colocam em dúvida todo o sistema. É a teoria da conspiração que serve de alento a quem não reconhece a derrota. É compreensível a gritaria em razão da desconfiança, o que não significa estarem certo. Quem apresentar uma prova mínima possível de uma invasão, mesmo que não haja interferência no resultado, seremos os primeiros a reconhecer a infalibilidade do sistema. Tudo indica que não exista, exceto a teoria da conspiração.
FAKE NEWS - Não surtiu efeito o protesto na frente do Tribunal Regional Eleitoral de candidatos derrotados para a edilidade da capital. Chegaram a anunciar que a corte eleitoral teria acatado um pedido para recontar os votos, o que foi imediatamente desmentido pelo TRE. Os insurretos conseguiram apenas uma cópia dos tickets impressos que registram os votos obtidos pelos candidatos por urna. Para ter acesso a esta informação bastaria que cada candidato procurasse a direção do partido que é filiado já que recebem da justiça eleitoral estas cópias logo após a apuração de cada urna. Alias, nas mídias sociais, devido à demora do anúncio da apuração, esses tickets foram amplamente divulgados. Os insurretos continuam fazendo protesto nas redes sociais, bem longe das dependências do TRE já que o barulho não conseguiu ressoar na altura que almejavam.
CAOS NA SAÚDE - Várias mensagens repassadas no WhatsApp denunciam um caos eminente nas dependências das unidades de saúde estadual com a paralisação das atividades das empresas terceirizadas responsáveis pelo recolhimento do material de coleta de lixo. Além da falta de coletor perfurocortante. Segundo a coluna apurou extraoficialmente, sem contrato a empresa recolheu seus equipamentos para evitar prejuízos futuros e entrar em insolvência já que as despesas estavam sendo feitas sem prévio empenho. Caso confirmada a denúncia, o caos impactará num momento em que a infecção por Covid voltou com força.
Fonte: Jornalista Robson Oliveira / Porto Velho-RO.
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