FINALISTA - Conforme detectado nas pesquisas divulgadas para prefeito na capital, a segunda vaga para enfrentar Hildon Chaves (PSDB) seria bem disputada entre Vinícius Miguel (Cidadania) e a vereadora Cristiane Lopes (PP), e a diferença entre eles ficou abaixo de um ponto percentual. Um resultado que não surpreendeu já que as pesquisas haviam captado a tendência de subida da vereadora na reta final das eleições. Agora ela terá a árdua missão de alcançar e passar o atual prefeito que, concluída a votação, obteve um resultado expressivo acima da soma dos votos do segundo e terceiro colocados.
REJEIÇÃO - Já há projeções publicadas por aí, algumas avexadas já que não há ainda nenhuma sondagem sobre a migração dos votos dos candidatos derrotados. Projeções que traduzem mais a vontade de quem a faz do que a realidade a ser mensurada. Rejeição sempre é um dado complicador em qualquer campanha, mas é preciso ponderar que a rejeição que vale daqui pra frente é a que será pesquisada. Como a abstenção foi enorme, a tendência é que aumente no segundo turno. É uma eleição plebiscitária: quem aprova o que está sendo feito e quem quer mudar. O resto é lorota.
SUJEIRA - É óbvio que a entrada do deputado federal Léo Moraes (Podemos) na campanha da capital nos últimos dias ajudou a vereadora Cristiane Lopes (PP), mas é um equívoco avaliar que tenha sido este em si o fato concreto que catapultou a vereadora para o segundo turno. O principal obstáculo que Vinicius Miguel enfrentou e preponderante para que afetasse sua ascensão e que impedisse chegar ao segundo turno foi o jogo sujo na mentira contida num panfleto amplamente espalhado na cidade e replicado nas mídias socais. De longe a mentira e o fake foram as variáveis mais robustas que atrapalharam a campanha do jovem professor. Sem esta prática perversa, covarde e criminosa, dificilmente a vereadora teria suplantado o professor. Léo Moraes é um parlamentar bem avaliado, mas não é dono da vontade das pessoas.
MÁGOA - Com as justificativas dadas por Léo Moraes para anunciar apoio ainda no primeiro turno a Cristiane Lopes, restou claro que guarda mágoa do professor Vinicius Miguel (Cidadania) em razão da publicação de uma reunião entre os dois que vazou dias antes das convenções. Embora não tenha sido Vini a fonte do vazamento, o parlamentar colocou para fora todo o rancor acumulado e aproveitou para fazer ilações de que o candidato do Cidadania seria uma espécie de plano B do grupo ligado ao atual prefeito. Uma justificativa no mínimo desrespeitosa e equivocada. A política é feita de consensos, apesar de existirem nesse meio aqueles adeptos à beligerância.
PERDEDOR - O grande perdedor nestas eleições é o governador Marcos Rocha que não conseguiu ajudar a eleger nenhuma aliado na maioria dos colégios eleitorais do estado. Foi o principal garoto propaganda de Breno Medes, quarto colocado na capital, que a despeito da estrutura governamental colocada pelo governador na sua campanha, não obteve o êxito que julgava conquistar. Autodenominado “fiscal do povo”, com um discurso monocórdico que prometia expulsar de Rondônia a Energisa, Mendes e o governador não conseguiram convencer o eleitor portovelhense. Perderam feio.
PRÊMIO - Já há quem diga que o “fiscal do povo” deverá ser convidado para assumir um cargo de confiança no Governo do Estado como prêmio de consolação pela derrota. Pelo discurso entabulado na campanha, é fácil deduzir que o próximo diretor do Procon de Rondônia será Breno Mendes, local onde ele pode cumprir a promessa de fiscalizar as empresas em nome do povo. Mesmo sabendo que a promessa de expulsar a Energisa ele não tem como cumprir, nem que tivesse vencido o pleito municipal no primeiro turno.
SURPRESA - Apesar dos modestos sete por cento dos votos na capital, o resultado obtido pelo coronel Ronaldo Flores foi expressivo para quem nunca disputou um cargo político. Esta campanha não repetiu a onda de militarização da política ocorrida nas eleições nacionais passadas no espectro bolsonarista. Em Rondônia, por exemplo, a maioria dos policiais concorrentes foi derrotada nas urnas, mas o coronel Flores fez uma campanha sem alusão à caserna e com proposta exequíveis para a administração municipal. Saiu da eleição muito maior que entrou e passa a ser um quadro importante para futuras disputas.
NULIDADE - Em Ariquemes, berço político do senador Confúcio Moura (MDB), o candidato emedebista obteve uma votação pífia. Observadores alegam que esta votação inexpressiva ao MDB é uma aviso de insatisfação do ariquemense com o senador que, após eleito, sumiu. Em Porto Velho, o candidato a prefeito imposto ao MDB pelo senador, Williames Pimentel, repetiu a votação inexpressiva do colega de partido de Ariquemes.
IRONIA - Como esta coluna havia antecipado, a eleição de Ariquemes seria disputada voto a voto com vantagem da vereadora Carla Redano (Patriota). Não deu outra, Carla venceu com uma diferença pequena em relação ao segundo colocado. Por ironia do destino, o segundo colocado nestas eleições foi exatamente Tiziu Jedalias que, de forma açodada, excluiu da sua chapa exatamente a prefeita eleita. A defenestrada defenestrou o sonho cultivado por Tiziu em administrar o município.
TRANSFERÊNCIA - São pouquíssimos os políticos que conseguem transferir votos para terceiros, entre este grupo seleto está o prefeito de Ariquemes, Thiago Flores. Com a administração bem avaliada no município, o prefeito optou em não disputar a reeleição por razões pessoais e, durante a campanha, declarou apoio a Carla Redano o que ajudou a impulsionar a candidatura da eleita. É perceptível que o prestígio de Thiago foi capaz de interferir no resultado final da eleição e ajudou na eleição de Carla Redano. Houve transferência de votos. E a cidade terá na sua condução a beleza de uma cara nova.
MEMES - Carla Redano, incialmente subestimada pelos adversários, também foi vítima de memes e fakes no decorrer da campanha. Por diversas vezes ela compareceu às plataformas virtuais para comentar e responder os detratores. Para surpresa geral, a vereadora comparecia nas mídias de forma natural, sem uso da maquiagem que tanto envaidesse as mulheres, sem filtro. Ela, despojada e ostentando uma capacidade incomum de comunicação fácil, enfrentava as maledicências com muita competência e profissionalismo. Os memes que a vitimavam terminaram ajudando a campanha em razão da empatia com que respondia cada um deles. Em particular num município altamente machista que uma das principais atividades econômicas é o boi.
DERROTA - Com uma votação pequena e insuficiente para levar umas das vagas da edilidade de Ji-Paraná, não passou despercebida a derrota do irmão (Wesley Brito) do senador Marcos Rogério (DEM). É um sinal amarelo que acende no caminho do senador que almeja disputar em 22 o Governo de Rondônia. Um dos obstáculos que a coluna apurou e que contribuiu para a derrota do irmão do senador é a forma arrogante que ele (Marcos Rogério) assumiu depois de alcançar a eleição senatorial. Além da palavra que nem sempre cumpre.
VITÓRIA - Poucos sabem que o jovem Raí Ferreira, eleito vereador em Porto Velho, é sobrinho do ex-senador Expedito Junior. O guri entrou na campanha sem muito alarde e conseguiu uma vitória numa campanha altamente pulverizada. É o segundo membro da família Ferreira a vencer consecutivamente um pleito no legislativo, já que Neto é deputado federal.
RETORNO - Quem retorna à Câmara Municipal da capital é o jornalista Everaldo Fogaça. Rubens Coutinho, entusiasta da candidatura de Fogaça, não economizou saliva para pedir aos amigos apoio, o que consagrou o retorno a edilidade do jornalista. Parabéns, a ambos!
SANDUBAS - Pela segunda vez Alison Sandubas não consegue se eleger para uma cadeira na Câmara Municipal da capital mesmo com uma campanha visivelmente abastarda e com o beneplácito dos principais bicudos do PSDB. O pai, dado a falar pelos cotovelos, cantava vitória do rebento antes das urnas revelaram os votos. Como candidato, o rapaz é muito ruim de votos, enquanto na área comercial é um bom vendedor sanduiche.
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