terça-feira, 2 de junho de 2020

CLÁSSICA: HONDA CBR 450SR ERA MAIS BELA DO QUE FERA

Missão era brigar com a Yamaha RD 350, mas o resultado foi uma das nacionais mais belas já produzidas


Em meados dos anos 1980 os diretores da Honda receberam uma nova pesquisa com os clientes. Pediam um novo modelo de média cilindrada mais “jovial” do que a CB 450. Era necessário fazer frente à Yamaha RD 350, afinal havia um abismo de preço até a CBX 750F onde caberia um novo modelo.
Assim nasceu a brasileira CBR 450SR: bela com sua carenagem integral, pintada de branco com listras vermelhas (as outras versões tinham listras azul-marinho ou cinza sobre pintura preta). E não era mera maquiagem de uma CB 450.
A CBR era de fato uma nova moto desde o chassi, com vigas de seção retangular prateadas como nas esportivas japonesas, só que reproduzidas em aço em vez de alumínio. Rodas de liga leve de 17 polegadas com pneus de perfil baixo proporcionavam uma agilidade que a CB nunca teria, até porque todas as medidas do novo modelo eram menores.
Já os freios com discos ventilados e de maior diâmetro também tinham pinças mais modernas, que garantiam reduções eficientes, enquanto o amortecedor traseiro único assegurava mais precisão nas curvas. Sobrava conjunto para o motor de 2 cilindros paralelos originário da comportada CB 450.
Na CBR o ronco diferente vinha da ponteira única, e melhorias na performance foram obtidas por modificações de cabeçote, comando de válvulas e carburador a vácuo. Com ajuda de uma nova caixa de ar e seu sistema de captação mais eficiente, o resultado foi a elevação da potência de 43,3 cv para 46,5 cv às mesmas 8.500 rpm e queda do torque de 4,3 kgf.m a 6.500 rpm para 4,2 kgf.m a 7.000 rpm. Permitia à CBR atingir 100 km/h em 6s6 e alcançar 175 km/h.    
Quem montava no banco notava o tanque de encaixe anatômico para as pernas, a tampa embutida, semi-guidões mais baixos e um inédito painel de três mostradores redondos com o conta-giros central. Nada que se produzia no Brasil daquela época parecia tão sexy e contemporâneo. 
Se por um lado o motor da CB não foi um avanço tecnológico e seguia manso quando comparado ao da RD, isso faria da CBR uma moto apropriada para mais motociclistas. Não era preciso domar as manhas do motor de 2 tempos, nem conviver com a fumaça do óleo queimado em mistura com a gasolina.
A surpresa foi o anúncio do preço no lançamento, que chegava ao dobro do modelo da Yamaha. A esta altura a receita da nova Honda poderia soar natimorta, mas o fato é que desde o começo diminuiu as vendas da RD e se manteve à frente até a saída de linha da concorrente, em 1993.
O período de abertura das importações foi um choque principalmente para os modelos nacionais de maior cilindrada, que estavam tecnologicamente defasados diante das importadas. Não foi diferente com a CBR, que resistiu até o começo de 1995 apenas com alterações em cores e grafismos (como a unidade lilás das fotos).




                                             Fonte: Revista Duas Rodas.


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