Fabricada por apenas três anos, ela se tornou o pequeno xodó de colecionadores de CB
A ligação da Honda com os motores multicilíndricos é anterior à famosa CB 750 de 1969. O modelo foi apenas um dos resultados do desenvolvimento tecnológico obtido nas corridas durante a década de 1960.
Para obter mais potência e tomar o domínio das europeias a Honda dividiu a capacidade cúbica regulamentada para as categorias do campeonato mundial entre um número maior de cilindros. Usava diminutos pistões com diâmetro entre 3 cm e 4 cm.
Assim foram criados motores de 50cc com 2 cilindros, 125cc com 4 cilindros e 250cc de até 6 cilindros que beiravam 20.000 rpm. Para obter um bom aproveitamento dessa fórmula os câmbios também tinham mais marchas, até 9.
Essa experiência na compactação de motores de 4 tempos com elevada potência específica foi aplicada aos modelos de rua a partir da CB 750. Lançada no final da década, além do inédito motor de 4 cilindros, vinha com inovadores câmbio de 5 marchas, freio a disco e partida elétrica.
O conceito de sucesso foi replicado em versões de menor cilindrada (e preço) como a CB 500 em 1971 e a CB 350 em 1972. A 4 cilindros de menor capacidade cúbica no mundo não foi bem aceita e durou apenas três anos.
Até ser modificada para CB 400, com o aumento de diâmetro de 47 mm para 51 mm rendendo 408cc. Uma decisão da Honda que passou a dar real vantagem de desempenho quando a Four era comparada a best-seller CB 350 2 cilindros.
A potência aumentou de 34 cv para 37 cv, o câmbio recebeu 6ª marcha e o design seguiu tendências mais esportivas: guidão baixo, tanque de cor única com linhas retas, menos acabamento cromado, escapamento 4x1 e o banco terminando ao estilo café racer.
Foi um grande acerto, que relegou à CB 350 Four o posto de “exercício técnico” para o posterior sucesso da 400. Era uma moto de pequeno porte, fácil e prazerosa de ser pilotada.
A 400 foi importada já em 1975 e vendida por um valor intermediário entre CB 360 (substituta da 350 de 2 cilindros) e CB 500 – a substituta CB 550 já existia no exterior, mas só chegaria ao Brasil na virada do ano. Entre a 400 e a 500 também havia a 500T, com motor de 2 cilindros e comando de válvulas duplo, que concorria com a Yamaha TX.
Quando comparada à CB 500, a Baby Four era compacta e tinha medidas equivalentes às da CB 360. O peso era inferior em mais de 10 kg e a roda dianteira de menor diâmetro (18 polegadas em vez de 19) potencializava a agilidade nas mudanças de direção.
A CB 500T atingia 41 cv e a CB 500 de 4 cilindros 48 cv. Eram estradeiras mais confortáveis inspiradas na 750, enquanto a 400 tinha carisma e personalidade próprios.
As 2 tempos Yamaha RD 400 e Kawasaki KH 400 foram contemporâneas da CB. Todas concorrentes aproximadas pelo posicionamento intermediário e apelo esportivo, embora a Honda com 4 cilindros alimentados por quatro carburadores de 20 mm ostentasse números superiores.
Até a saída de linha em 1978 foi uma alternativa mais “viável” para o sonho de ter a cara 750. O modelo da alta cilindrada que se tornou objeto de desejo da maioria dos motociclistas da época custava 50% mais que a CB 400. E esta, por sua vez, tinha preço 30% maior que as Yamaha RD 350 e Honda CB 360.
Fonte: Revista Duas Rodas.
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