Não ser totalmente dos outros, e não ter alguém totalmente
seu.
Nem o sangue, nem a amizade e nem mesmo o mais forte sendo de
obrigação são suficientes; pois dar a alguém o afeto é muito diferente de
dar-lhe a vontade. A união mais íntima admite exceção; nem por isso se ofendem
as leis da cortesia. Um amigo guarda para si algum segredo e nem um filho
revela tudo ao pai. De algumas coisas calamos com uns e falamos a outros e
vice-versa, de modo que revelamos tudo e ocultamos tudo, mas para confidentes
diferentes.
Fonte: Do Livro A Arte da Prudência – Baltasar Gracián /
Editora Martim Claret.
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