sábado, 19 de agosto de 2017

Opinião de Primeira - TEMPO JOGADO FORA: PERDEMOS A CHANCE DE MUDAR NOSSA PREVIDÊNCIA HÁ 20 ANOS

O medo de perder a eleição é muito maior, para toda a classe política, do que tomar medidas duras que salvem o País. Essa obviedade, que retrata muito bem o tipo de políticos que temos, em suas maioria, desde há décadas. A crise da Previdência, por exemplo, que explodiu agora, poderia ter sido ao menos amenizada (porque não  há cura para a doença que ela representa), caso, quase há 20 anos atrás, o Congresso tivesse aprovado uma grande reforma, proposta pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Muitos políticos da época ficaram temerosos em mexer no sistema da Previência, naquela época. O governo FHC precisa 308 votos e teve 307. Perdeu porque um dos seus principais aliados, o então deputado Antonio Kandir errou o voto no painel eletrônico e votou contra. Foram 148 votos contrários e 11 abstenções. Ou seja, tirando Kandir, que errou e não teve como mudar seu voto, 159 parlamentares da época disseram não ao projeto que pretendia, basicamente, impor uma idade mínima para a aposentadoria. A proposta era de 55 anos para mulheres e 60 para homens. A votação feita na Câmara Federal, em 6 de maio de 1998 (pouco antes das eleições gerais do final daquele ano), impediu que se começasse uma reforma que poderia ter aliviado a pressão sobre os cofres da Previdência e não obrigasse o governo atual a propor medidas mais drásticas. Como por exemplo a idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 para homens. Na época, o governo . O governo imaginava que pouparia perto de R$ 100 bilhões em uma década, caso a regra de transição fosse aprovada.  Seriam economizados mais de 200 bilhões nesses quase 20 anos em que o Brasil, graças à fraqueza dos seus políticos, não conseguiu corrigir esse grave problema, que causou, atualmente, praticamente a quebradeira da Previdência social.
Em breve, a continuar sem mudanças radicais e sem uma profunda Reforma da Previdência, não haverá mais dinheiro para pagar os mais de 19  milhões e 270 mil aposentados que recebem mensalmente seus benefícios. Pouco mais da metade dessa imensa população se aposentou por idade; outros 30 por cento por tempo de serviço e cerca de 18 por cento por invalidez.  Outros países tamb´pem enfrentam problolemas, mas estão em situalão muito melhores que nós. A Alemanha, por exemplo, grasta 11 por cento do seu BIP. O mesmo percentual do Brasil. Só que lá, o número de idosos aposentadores é três vezes o número brasileiro. Nossa Previdência está indo para a sepultura e irá, se nada for feito. A classe política, de novo, está muito mais de olho nas urnas do que nas necessidades do País. Em 20 anos, não aprendeu nada, essa gente que vive no entorno do poder!
PROFUNDA MUDANÇA - A tenebrosa violência que nos assola atinge pessoas de todas as idades. Nas últimas semanas, é impressionante, por exemplo, o número de ocorrências de agressões e até mortes de várias mulheres, em 100 por cento dos casos causadas por maridos, namorados ou companheiros.  Não há Lei Maria da Penha que dê jeito nesses covardes. Chamou a atenção também, principalmente nos últimos dias, as várias ocorrências vitimando crianças. Num dos casos, a mãe flagrou seu namorado, padrasto de duas meninas (de cinco e sete anos), segundo ela, tentando estuprar as crianças. Em Rolim de Moura, duas outras meninas, de três e quatro anos, foram encontradas perambulando pelas ruas, de madrugada. Tinham sinais de maus tratos, famintas e abandonadas, foram encaminhadas para o Lar da Criança, enquanto seus pais sumiram. E, ainda, lamenta-se o assassinato de um casal de idosos, na zona rural de Porto Velho. Ou seja: a maldade se espalha. Toma conta das casas. Destrói lares, famílias e vitima idosos, mulheres, crianças. Não há mais como ignorar que só uma mudança profunda na sociedade e o uso de leis duríssimas, podem ajudar a diminuir essa tragédia que se abateu sobre todos nós.
OITO MILHÕES DE DÓLARES - Um negócio de 25 milhões de reais. Foi esse o valor pago pela Igreja Universal pelo prédio e área onde funciona atualmente a Secreyaria Municipal de Saúde (Semusa), na avenida Jorge Teixeira com Sete de Setembro, zona nobre da Capital. Ali, a Universal vai construir um templo gigantesco, um dos maiores de toda a região norte, para receber seus milhares de seguidores em Porto Velho e cidades próximas. O prédio onde hoje é a Semusa foi de uma empresa privada, a antiga Alfa Materiais de Construções, que o inaugurou em 2009. Cinco anos depois, quando a empresa decidiu fechar o negócio naquele local, a Prefeitura decidiu alugar toda a estrutura, para centralizar ali a sua secretaria de saúde. Nos últimos meses, o proprietário ainda havia pensando em manter o prédio alugado, mas tentou aumentar consideravelmente o preço pago pelo Município. No final, decidiu vendê-lo para a Universal, num dos maiores negócios imobiliários da Capital nos últimos anos. O valor é milionário. Traduzido para o poderoso dinheiro americano, seriam cerca de 8 milhões de dólares. É grana preta em qualquer lugar do mundo...

BARBOSA E AS POLÊMICAS - O sábado traz outra atração especial: uma entrevista imperdível com o desembargador Gilberto Barbosa, do Tribunal de Justiça do Estado, no programa Direto ao Ponto, apresentado por Sérgio Pires. Barbosa responde a todas as questões, mesmo as mais complexas, como o caso dos salários dos magistrados; a nova lei eleitoral e os 3 bilhões e 600 milhões que sairão não se sabe de onde, para financiar campanhas políticas. A militarização das escolas; o futuro do Estado; como conciliar crescimento e controle de gastos; a importância das pessoas de bem em participarem da política e da vida pública e muito mais assuntos polêmicos fazem parte do programa que vai ao ar no sábado pela manhã, a partir das 11h30. É simultâneo, na Record News Rondônia (TV Aberta, Canal 31); na TV a Cabo, Canal 17 e na SKY, Canal 358.

TROCA NA SAÚDE - Por falar em Semusa, é questão de dias para que o competente e dedicado  Alexandre Porto deixe o comando da saúde municipal. A notícia foi dada em primeira mão por Everton Leoni, no programa Papo de Redação, dos Dinossauros, nessa semana. Segundo a informação, Alexandre já teria confirmado a decisão de deixar o posto para o Prefeito Hildon Chaves, de quem é amigo e fiel parceiro. A questão da saúde pública é uma espécie de máquina de enxugar gelo, gerida por uma amálgama de leis e pela burocracia instransponível que comanda o serviço público e que, infelizmente, estoura nas mãos dos administradores e causa um serviço final sem qualidade, para a população. O assunto, por enquanto, está ainda sendo tratado internamente, mas a decisão de ambas as partes já está tomada. Até ontem à noite, ainda não se sabia se Alexandre assumirá alguma outra função no governo municipal e nem quem será convidado para assumir a pasta.

GARÇON E CANDEIAS - Mesmo adversário político do grupo do novo prefeito de Candeias, o deputado federal Lindomar Garçon destinou nada menos do que 13 milhões de reais em emendas para a Prefeitura da cidade onde ele, Garçon, foi prefeito por duas vezes e de onde saiu para a política nacional. Luiz Ikenochuchi, que assumiu o comando do município depois do assassinato de seu companheiro de chapa, Chico Pernambuco, está enfrentando imensas dificuldades financeiras para poder administrar a cidade. Com a liberação da emenda – três milhões de reais já estão nos cofres, para investimentos – Ikenochuchi poderá respirar e investir em áreas importantes, como a saúde pública. Ele já avisou que parte significativo da grana será investida no Hospital de Pequeno Porte de Candeias. Só ali serão investidas, de imediato, algo em torno de 1 milhão de 500 reais. Pavimentação de várias ruas, melhorias nas estradas vicinais e muitas obras para melhorar as condições da cidade e do interior do município serão realizadas. Garçon dá um exemplo de como um político deve tratar a coisa pública: com respeito e isenção, mesmo que o gestor da sua cidade não será parceiro político. Merece cumprimentos, o deputado federal do PRB.

CADÊ AS PROVAS?
Um ano de investigações e...nada! A Polícia Federal anunciou ontem que não encontrou qualquer prova contra o senador Valdir Raupp, que segundo delação premiada de um dos envolvidos na Operação Lava Jato, teria ganho propina de uma empresa, beneficiada com negócios com a Petrobras, que teriam sido intermediados por Raupp. Durante todo esse período, adversários políticos e parte da mídia deitaram e rolaram, condenando antecipadamente o senador rondoniense, antes mesmo que houvesse sequer provas concretas contra ele. Ontem, quando a notícia com a decisão da PF saiu às ruas, claro que ela ganhou um espaço muito menor, mas muito menor mesmo, do que a pauleira que foi assacada contra Raupp, durante todo o período em que ele foi vítima. As redes sociais, principalmente, continuam sendo terra de ninguém, onde qualquer um pode ofender, atacar a honra alheia, exagerar nos comentários, que nada acontece. Mas também na mídia séria, muita injustiça tem sido cometida por julgamentos precipitados. Enfim, Raupp tem motivos para comemorar, depois de tudo o sofreu nesse episódio.

PERGUNTINHA - Não foi sensacional a ideia do governo Temer em cortar dez reais do salário mínimo dos miseráveis, para economizar 3 bilhões de reais, bem menos do que os 3 bi e 600 milhões que serão liberados para campanhas políticas?

Fonte: Jornalista Sérgio Pires - Porto Velho/RO.

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