"É mais fácil desintegrar um átono do que um preconceito" - Albert Einstein.
A mídia nos trouxe há pouco dias a notícia de que a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) concedeu em São Paulo, no dia de 3 de novembro de 2015, o título póstumo de advogado a Luís Gonzaga Pinto Gama, que nascera livre em Salvador, em 1830, filho de mãe africana liberta e pai português.
Aos 10 anos de idade, Luís perdeu a liberdade e foi vendido pelo pai para um traficante português, e fora levado junto a um grupo de cem escravos para o Rio de Janeiro, seguindo depois para Santos e de lá caminhando a pé até a cidade de Campinas, interior de São Paulo.
Somente aos dezessete anos Gama foi alfabetizado, mas ao tentar ingressar na faculdade de direito, teve grande dificuldade, dado ao preconceito por ser negro.
Nessa época só havia duas faculdades de direito no Brasil. A do Rio de Janeiro e a do largo São Francisco, em São Paulo, onde ele pôde frequentar o curso, porém apenas como ouvinte.
Vivendo a dura realidade do preconceito e do próprio cativeiro, ele passou a atuar na advocacia em geral de inúmeros cativos. Sua luta para o bem e a determinação para ajudar a mudar a realidade social da época, o fez pautar a sua vida em defesa da liberdade e da República e ao chegar aos 29 anos, se fez autor consagrado e um dos maiores abolicionistas do Brasil, um dos raros intelectuais negros no Brasil do século 19.
Luís Gama é um exemplo de força, de determinação, como muitos anônimos que se esforçam para se superarem e colocarem em prática "o verdadeiro roteiro do homem de bem na Terra. Aquele que pratica a lei de justiça, de amor e caridade, na sua maior pureza", conforma indica Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Fonte: Raymundo Rodrigues Espelho - Jornal Tribuna da Espiritismo / SP.
(Postado na cidade de São José do Rio Preto - SP)
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