O mês de Maio sempre foi inteiramente dedicado à campanha Maio Cinza, mas nada impede que a campanha continua durante o ano todo, que promove ações voltadas à concientização e combate do câncer cerebral. Embora sejam relativamente raros, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os tumores cerebrais ocupam a 11ª posição no ranking entre os tipos mais comuns da doença no país, sem considerar o câncer de pelo não melanoma. Segundo estimativa publicada pelo órgão, até 2025 são esperados 11.490 novos casos a cada ano, sendo 6.110 casos em homens e 5.380 em mulheres.
Com prognóstico variável, a doença costuma ser silenciosa em sua fase inicial e afeta pessoas de todas as idades. Descoberta muitas vezes já em estágio acvançado, as chances de cura dependem muito de alguns fatores como diagnóstico precoce, tipo de tumor, faixa etária do paciente, comorbidades pré-existentes e extensão tumoral. Reconhecer os sinais e sintomas e procurar ajuda médica o quanto antes favorecem o sucesso do tratamento.
"A campanha Maio Cinza (e o ano todo) é fundamntal, pois emite um alerta muito expressivo quanto à importânia de a população reconhecer as características clínicas da doença. Os sintomas iniciais são muito genéricos e, muitas vezes, os pacientes acabam perdendo um 'timing' ideal de tratamento. Quando há esse alerta para que as pessoas procurem um atendimento e realizem um check-up, isso permite um diagnóstico precoce em fases iniciais da doença", afirma o neurologista e neurocirugião Lucas Crociati Meguins, médico do Centro do Cérebro e Coluna de Rio Preto.
A orgem dos tumores cerebrais pode ser primária (quando surgem dentro do próprio cérebro) ou secundária, que são as metástases (quando se iniciam em outros órgãos e se disseminam pra o cérebro através da corrente sanguíneia). Eles podem ser benignos ou malignos. A diferença entre eles é definida de acordo com a estrutura das células acometidas, aparência e comportamento.
São consideradas benignos (não cancerígenos) aqueles que são constituídos por células que crescem lentamente, semelhante às do tecido de origem, de forma limitada. Apesar disso, dependendo da localização e crescimento podem ocasionar graves complicações. Já os tumores malignos (cancerígenos) são mais agressivos, pois as células se multiplicam rapidamente, de maneira desordenada e descontrola, infiltrando tecidos próximos.
"Os tumores cerebrais mais comuns são as metástases. Já os principais de origem primárias são os gliomas (que são derivados das células de sustenção dos neurônios), meningiomas (que provém das meninges, membranas que envolvem o cérebro) e os tumores da glândula hipófise (que são chamados de adenomas)", explica o neurologista e neurocirurgião Ricardo Lourenço Caramanti, do Austa Hospital, de Rio Preto.
DIANÓSTICO PRECOCE
Os tumores cerebrais podem ter inúmeras manifestações clínicas, como dor de cabeça constante, tortura, visão dupla e/ou turva. Além dessas queixas mais frequentes, também podem ocorrer sintomas neurológicas mais graves, como crises convulsivas, epiléticas e déficits motores (que evoluem como uma dormência), perda de movimentação de um dos lados do corpo e dificuldade de marcha. "Alguns tumores também podem atingir funçoes congnitivas mais específicas, prejudicando a fla, atenção, memória e raciocínio", pontua o médico Lucas Croaciati Meguins.
O especialista alerta que o paciente deve procurar um médico ao perceber qualquer sintoma, porque a maioria dos tumores tem crescimento progressivamente lento na fase inicial. Inicialmente, muitos tumores têm caractrísticas beninas, por isso não são descobertos. "A falta de especificidade - ou seja, por não ter sintomas específicos que indicam a necessidade de procurar um neurologista - faz com que a pessoa demore para procurar o médico e, consenquemetemte, descobrir a doença", diz.
De acordo com o médico Ricardo Lourenço Caramanti, os exames mais importantes para a detecção são a tomografia e a ressonância do encéfalo. As opções de tratamento dependem da localização e tipo de tumor, podendo ser microcirúrgico, endoscópico, quimioterápico ou radio terápico. "As cirugias são realizadas de maneira minimamente evasiva, sendo divididas em procedimentos microcirúrgicos, realizados com ajuda de um microscópio cirúrgicos e os procedimentos endoscópicos, realizados por vídeo", destaca.
TABAGISMO É FATOR DE RISCO
Manter um estilo de vida pautado em hábitos saudáveis é a principal maneira de reduzir o risco de desenvolver a doença. Apesar de não ter como evitar o surgimento de um tumor cerebral, o médico Ricardo Lourenço Caramanti alerta a importância de não fumar, ter uma alimentação adequada e praticar atividade física, entre outros cuidados.
"O tabagismo é a princiapal característica em comum observada entre os pacientes", afirma o médico Lucas Crociati Meguins. Outros fatores de risco são condições genéticas e hereditárias e problemas de saúde relacionados ao estilo de vida, como colesterol elevado, glicemia alterada e hipertensão arterial. "Existem algumas causas bem estabelecidas de câncer cerebral, que também são fatores de risco para doenças sistêmicas e outros tipos de cânceres", diz.
Fonte: Revista do Bem/ Jornal Diário da Região
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