CONFIRMANDO
Quem acompanha os comentários desse cabeça-chata já sabia desde outubro do ano passado que a candidatura a governador do senador Confúcio Moura (MDB) não vingaria em razão das avaliações dos cenários políticos ali feitas. No final de semana o senador emedebista anunciou sem surpresas para nossos leitores a decisão confirmando que não vai disputar o Governo de Rondônia.
PEREGRINAÇÃO
Com Confúcio Moura fora do páreo a peregrinação em seu gabinete por seu apoio vai ser enorme, embora no MDB quem detém atualmente a hegemonia decisória seja o deputado federal Lúcio Mosquini que, aliás, tem trabalhado incessantemente para montar uma nominata de deputado federal competitiva.
NOMINATAS
Não há um único partido em Rondônia, incluído neste rol os mais tradicionais, que esteja com a nominata à Câmara Federal pronta e com candidaturas capazes de atingir com facilidade o quociente mínimo eleitoral. Todos dirigentes estão conversando sobre o assunto e tentando convencer um ao outro sobre filiações, mas ainda dependem das decisões nacionais sobre os partidos federados. É uma tarefa que exigirá de todos os dirigentes partidários muita saliva porque será a primeira eleição com a introdução da federação, uma invenção legislativa tupiniquim que foi instituída para suprir a lacuna deixada pelas coligações.
CÁLCULOS
As legendas menores terão muita dificuldades para atingir o quociente eleitoral e muitos pré-candidatos nelas filiados vão ser obrigados a migrarem para as maiores visando salvar seus candidatos mais densos eleitoralmente. Todos estão fazendo cálculos porque quem errar pode até ser bem votado, mas será insuficiente para ser diplomado deputado federal em razão do quociente exigido.
BLANDÍCIA
Tem repercutido nos bastidores a nomeação da irmã do governador a um cargo comissionado pela prefeitura da capital. O mimo do alcaide tem sido interpretado como uma aproximação de Hildon Chaves (PSDB) à reeleição do governador Marcos Rocha ( União Brasil). No período que antecede as eleições, é normal todo tipo de especulação, especialmente quando se trata de políticos com posições diferentes, uma blandícia desta natureza é combustível para todo tipo de especulação. Embora tudo seja possível em se tratando de política, não há um indicativo concreto que sugira uma união entre os dois chefes de governo para as eleições de outubro, exceto a generosidade do mimo concedida à irmã do governador.
INCÓGNITA
Todos os interlocutores que assuntam o prefeito da capital sobre uma eventual candidatura a governador têm recebido a resposta de que não está nos planos de Hildon Chaves renunciar ao passo municipal para ser candidato ao executivo estadual. Como em outras oportunidades, Chaves mudou repentinamente de opinião sobre candidatura. As especulações e pressões em torno do seu nome continuam. Diferente da vez anterior em que procrastinou o quanto pôde para anunciar a candidatura à reeleição, Hildon não dispõe desta vez do mesmo tempo elástico que foi fundamental para que melhorasse a administração com obras de pavimentação nas principais ruas e bairros de Porto Velho. Ainda assim é uma incógnita, mesmo os mais próximos apostando que ele permanecerá na prefeitura.
AVEXADOS
Os principais entusiastas da candidatura de reeleição do governador Marcos Rocha festejam a saída de cena de nomes bons de urnas da disputa e, apressadamente comemoram como se este jogo eleitoral fosse terminar em WC. Vai ter disputa e disputa com candidatos oposicionistas experimentados nas urnas. Os que gravitam e fanfarram em torno das tetas do poder vão ser surpreendidos com as primeiras pesquisas a serem divulgadas quando o processo eleitoral de fato começar pra valer. Quem tem acesso aos números preliminares nesta pré-campanha percebe que a rejeição do coronel Rocha é seu principal adversário devido a uma administração apática e sem marca substanciosa para dizer sua. Cada eleição, uma surpresa. O coronel é produto das circunstâncias do inusitado e conhece bem ser surpreendido.
RENOVAÇÃO
Nomes que apontam para uma renovação no quadro político do estado começam a mostrar um certo fôlego para enfrentar o coronel com paridade de armas. O deputado federal Léo Moraes, o ex-prefeito de Jipa Jesualdo Pires e o professor Vinícius Miguel são exemplos objetivos que podem causar surpresa nestas eleições para governador. A população sinaliza que está ávida por renovação e pode mandar ao pijama uma velhacaria que tende a voltar para casa sem deixar saudades. Inclusive aqueles que envelheceram precocemente.
PERALTICES
Na boca miúda da política o nome mais comentado no momento é o do chefe da Casa Civil, Júnior Gonçalves. Há comentários que deixam os mais antigos na arte de fazer “arte” política no chinelo. Os sinais emanados do principal colaborador do governador e articulador da candidatura à reeleição são de ultrapassar a linha vermelha. Para os mais entendidos na arte de fazer “arte” o rapaz é um “danadinho” corajoso que a qualquer momento pode fazer a reeleição seguir o caminho do brejo. Cada peraltice tem sido monitorada.
CENTRAL DE POLÍCIA
Depois de muito tempo retornei ao trabalho numa Delegacia de Polícia da capital. Na madrugada do sábado passado, para atender ao socorro de um dileto amigo que caiu numa blitz da Lei Seca, me dirigi à Central de Polícia de Porto Velho. Foram dez anos entre minha última ida a esta e sempre para atender amigos sobre os mesmos fatos. Daquela época para cá percebi que muito mudou na Central de Polícia: o prédio em condições mais adequados, computadores funcionando, o número maior de delegados para atender os mais diversos casos, número de agentes e a forma pela qual nós, advogados, somos bem tratados. Recebi do delegado plantonista, Dr. Evandro Kovalhuk de Macedo, um tratamento respeitoso – e não poderia ser diferente. Fiz uma ponderação para que meu cliente fosse atendido antes da mudança do plantão uma vez ser uma pessoa idosa e com saúde debilitada. Pedido deferido tendo em vista o crime ser afiançável, agradeci a deferência e saí com uma melhor impressão da Central de Polícia da capital uma década depois. Faço este registro porque é recorrente na mídia críticas acerbas em relação às delegacias pelo país afora e quando existem motivos para loas nem sempre estes profissionais são lembrados. O que não mudou, no entanto, foram as celas. Masmorras medievais que são deixadas de forma insalubre como castigo aos que são eventualmente presos. Uma indignidade, embora o tratamento profissional tenha melhorado.
Fonte: Jornalista Robson Oliveira / Porto Velho-RO.
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