Modelo italiano fez sucesso no Brasil misturando nostalgia e recursos modernos para a época
Em 1985 começava a ser produzido no país um veículo já bem conhecido dos brasileiros, numa nova versão modernizada que seria um sucesso de vendas: a Vespa PX. O clássico modelo italiano passava a ter linhas mais retas, com vincos e um conjunto óptico que destacava as luzes de direção retangulares na cor âmbar. Outra novidade era o motor de 2 tempos maior de 198cc, contra 150cc do modelo anterior, que ganhou ignição eletrônica.
A Vespa PX 200E começou a ser produzida em Manaus (AM) por uma sociedade local batizada de Motovespa e mantinha a tradição de modelos anteriores, com câmbio de 4 marchas engatadas pelo giro da manopla esquerda. Na traseira rechonchuda, tampas cobrem o estepe do lado esquerdo e o motor à direita da roda. A PX era uma aposta da marca para crescer no Brasil, depois de quase dez anos vendendo o modelo anterior 150 Super. E deu supreendentemente certo.
O público gostou tanto da Vespa modernizada com a cara dos anos 1980 que o modelo sozinho ameaçou a vice-liderança de vendas da Yamaha. “Ela é carismática, quando chega desperta simpatia em todos: pode ser adulto ou criança”, conta Carlos Ferreira, proprietário de uma Vespa PX Elestart 1987. As versões foram introduzidas a partir do estrondoso sucesso de vendas de 1986. A topo de linha Elestart tinha partida elétrica, e a intermediária GT e a básica S eram diferenciadas pelo acabamento.
A Vespa PX se mantinha “cult” e nostálgica, o que a permitia manter um público cativo que não cogitava comparações com os novos scooters japoneses. Era um produto que tinha personalidade, enquanto concorrentes como o Honda Elite – que só seria importado para o Brasil na década de 1990 com o nome Spacy – já usavam motor de 4 tempos com câmbio automático, consumiam menos gasolina e entregavam melhor dirigibilidade. “A ciclística da Vespa não é a melhor, porque a distribuição de peso com motor de um lado e estepe do outro não é equilibrada, mas andar com ela é uma diversão.”
A história da produção local da Vespa PX foi relativamente breve, porque as vendas diminuíram a partir de 1987 e a operação foi encerrada em 1990 após 45 mil unidades. Por outro lado, o modelo PX continuou à venda na Europa e só saiu de linha depois de mais de 30 anos em produção. É um ícone na história da Vespa.
Carlos conta que andou pela primeira vez no modelo já em 1985, quando um amigo comprou uma PX vermelha recém-lançada. “Daí surgiu a paixão e esperei até o momento de ter a minha, que também era de um amigo e tive que insistir muito para que me vendesse.” Ele conta que propostas de compra são comuns quando sai de Vespa, mas entende que atrair até pessoas que não se interessam por motos faz parte do charme desse modelo tão peculiar.
Fonte: Revista Duas Rodas.
Um comentário:
Ela é muito Cult....
Pra mim é o o fusca de duas rodas...show
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