RECOMENDAÇÃO
As autoridades políticas rondonienses insistem em mudar toda uma legislação ambiental construída no decorrer dos anos para abrir espaço ao agronegócio e ao extrativismo vegetal e mineral. Recentemente a Suprema Corte rechaçou a mudança da lei estadual que liberava áreas de reservas ambientais para a exploração econômica. Na semana passada, o Ministério Público estadual baixou recomendações ao governo para que vete uma nova tentativa legislativa que abre caminho à exploração predatória.
LOROTA
O discurso fácil que fazem por aí é de que a atual legislação ambiental de Rondônia, originária do zoneamento, cria amarras ao desenvolvimento. Muito pelo contrário, impõe limites ao uso desordenado e ilegal de áreas de conservação contra a ação predatória de empresários gananciosos. É um discurso que não passa de pura lorota. Os sinais governamentais sobre o tema não são alvissareiros já que o próprio chefe do executivo tem uma visão tosca sobre o assunto, assim como seus auxiliares. Em razão disso é uma questão que os limites terminarão sendo estatuídos pela força judicial.
EVASIVAS
O MDB reuniu em Ji-Paraná, na última sexta-feira, os seus principais dirigentes para avaliar as probabilidades eleitorais visando as eleições de 2020. Compareceram ao evento os principais caciques que ainda permanecem na legenda, a exemplo do senador Confúcio Moura, Lúcio Mosquini e Valdir Raupp. Pelos discursos, o atual senador seria o candidato a governador por aclamação, mas quem o ouviu falar, viu mais uma vez, o enigmático e matreiro de sempre que nunca revela de fato quais seus planos.
TEMPO
Confúcio Moura ao mencionar as eleições estaduais de 2022 saiu pela tangente sem descartar nem assumir uma candidatura governamental. Quem o conhece, ou acha que conhece, aposta que é candidato sim desde que o vento sopre ao seu favor. O problema é contar com a previsibilidade do tempo em épocas de tanta nuvem de poeira que cercam Rondônia. Mesmo tangenciando o futuro, se o tempo estiver bom e as pesquisas favoráveis, Moura encara a disputa. Precisará, no entanto, reforçar o MDB que desde as eleições passadas perdeu capilaridade eleitoral e representação política.
NOMINATA
Hoje o MDB não possui uma nominata a deputado federal atrativa que desperte nos prováveis candidatos ao cargo novas filiações. Desde o final do governo de Jerônimo Santana o partido não sofria a carência de lideranças com apelo eleitoral como agora. O evento em Jipa até que revelou caras novas, mas nenhuma com uma dimensão estadual capaz de causar furor eleitoral. A suplente de senadora, no exercício do cargo, empresária Maria Eliza, sequer é conhecida entre os emedebistas. Virou suplente de senadora e, portanto, senadora em exercício, em razão da atividade econômica e não por ser uma liderança política. É um partido envelhecido em Rondônia, mesmo que Confúcio Moura ainda demonstre alguma vitalidade pelas pesquisas que estão sendo colhidas por aí.
REALIDADE
A legislação eleitoral impede que os partidos formem coligações para que atinjam o quociente e assim catapultar a vaga mais votada da coligação, como era antes. Agora é cada um por si, embora pela nova regra seja possível a formação de federação partidária. Mas estas (federações) somente serão formadas por vinculações nacionais entre partidos e por quatro anos, diferente das coligações em que as legendas se juntavam em nível estadual e municipal e se desfaziam imediatamente após as eleições. Com a nova regra, muitos partidos ficarão sem eleger representação legislativa.
HÁBIL
Mesmo optando por governar de forma remota e distante, nos últimos dias o governador Marcos Rocha conseguiu a proeza de surpreender alguns dos mais espertos dirigentes partidários tirando das legendas nomes importantes e ampliando seu espectro eleitoral. Com habilidade incomum, o governador passou uma rasteira nos concorrentes e colocou as unhas de fora arranhando egos inflados. A indiferença do governador com o cargo é simplesmente aparente e quem ousar subestimá-lo pode levar mais uma rasteira.
PESQUISA
As pesquisas que a coluna conseguiu acesso, feitas por duas forças políticas da capital, revelam um quadro de indecisão enorme do eleitor rondoniense. Apesar dos principais nomes especulados para a sucessão estadual aparecerem em todos os cenários pesquisados, o percentual de eleitores indecisos e que não sabem em quem votar é igualmente revelador e denota que o eleitor anda cético em relação aos nomes pesquisados.
INVIABILIDADE
Na medida que o calendário eleitoral avança, o quadro político estadual muda e outros nomes podem surgir em novos cenários pesquisados, o que intriga no momento é a rejeição de dois dos nomes pesquisados que podem estar a caminho da inviabilização eleitoral. São nomes de candidatos conhecidos nas urnas pelo eleitor. Um doce para quem adivinhar quem são...
TCHAU POEIRA
O título desta acima mostra que o slogan adotado pelo Governo de Rondônia para marcar as obras asfálticas que estão sendo executadas nos municípios pode ser bom de compreensão e pode também virar meme contra o próprio chefe do executivo durante as eleições. Poeira, malária e lama em Rondônia nunca vão acabar e a promessa do tchau ao pó do verão pode se transformar no adeus marcando a administração estadual de forma negativa. É bom ter cuidado, senão: tchau governador! Já testemunhamos slogan chique em Rondônia ser derrotado por um simples, despretensiosamente.
TURISMO
O ex-governador Daniel Pereira, atual superintendente do Sebrae, entregou a este cabeça chata uma cópia do plano de turismo para nossa capital. É um diagnóstico longo que aponta para a adoção de algumas decisões estruturais que criem condições objetivas para o incremento de uma das atividades que mais cresce no país. Embora Porto Velho possua um vasto atrativo natural e hídrico para o turismo de lazer, o projeto entregue à prefeitura indica que o turismo de negócio é de longe o mais rentável e viável para o município. As bases, portanto, para que Porto Velho explore o nicho estão no diagnóstico produzido pelos técnicos sob a coordenação do Sebrae.
COVID
A cada operação policial que aprofunda as investigações sobre eventuais malfeitos no uso dos recursos federais para a aquisição de insumos no combate à pandemia da Covid em Rondônia, a Sesau emite nota informando que colabora com as investigações e que ninguém do órgão está sendo investigado. Pode ser mesmo que não haja nenhum agente público envolvido em tramoia com uso indevido desses recursos. O que chama a atenção são os detalhes que emergem de cada operação realizada. Diz o adágio: água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Aguardemos os próximos capítulos.
RASPUTIM
O Secretário da Casa Civil, Junior Gonçalves, a bem da verdade, saiu do anonimato político de neófito para um hábil negociador e tem conseguido a proeza de passar rasteira política em caciques ao trazer para o lado do governador nomes importantes da oposição. De bobo o principal secretário do governador tem apenas o riso amarelo que compõe, nesta seara, uma pantomima para atrair forças ao governo. Aprendeu rápido a mexer o angu, como se diz no popular.
ESPECULAÇÃO
Pela exposição exagerada ao defender de forma cega e estabanada as ações governamentais durante o período mais agudo da pandemia, ao que parece o senador Marcos Rogério é candidato a ministro de Jair Bolsonaro. Já há comentários nos meios políticos neste sentido, mas nada concreto. Instado a falar sobre a especulação, o senador respondeu a coluna: “Especulação, apenas isso. Nunca tratei disso com o presidente”.
Fonte: Jornalista Robson Oliveira / Porto Velho-RO.
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