Você se preocupa com a sua saúde? Se a pergunta fosse feita assim, a queima roupa, é muito provável que a resposta sairia imediatamente e seria algo entre um "mas é claro!" ou "com certeza!". Mas se analisarmos dados referentes a profissão médica, veremos que diversos estudos apontam essa profissão ocupando o ranking entre as carreiras que mais são acometidas pelo Burnout o que apresenta uma considerável taxa de suicídio entre os pares, a parte de bastar apenas olhar alguns colegas médicos para atestar seu grau de aptidão física. Será que nós, embaixadores da promoção da saúde, estamos em prática nosso discurso ou nossos exemplos de vida estão mais tendenciosos ao famoso "faça o que eu digo, mas não faça oque eu faço"?
Um pilar central que a esmagadora maioria dos profissionais médicos promove aos seus pacientes é melhorar seu estilo de vida. A intenção não é apenas tratar as doenças quando elas aparecem, mas principalmente fazer com que o estilo de vida das pessoas as leve a ter menos doenças como agravamento das coronarianopatias, maior controle sobre doenças crônicas como diabetes, hipertensão, dislipidemias, sobrepeso e tantas outras afecções de saúde que estão intimamente ligadas ao sedentarismo e obesidades. Mas somos exemplos de vida a serem seguidos pelos nossos pacientes que nos seguem? Se seus pacientes ouvissem seu discurso sobre manter ou iniciarem estilo de vida mais saudável e pudesse acompanhá-lo por uma semana para presenciar o seu próprio estilo de vida, eles se inspirariam em suas ações e atitudes ou você apenas os incentivaria a manterem seus padrões de alimentação e sedentarismo? Se temos a intenção de, de fato, mudarmos a saúde de nossos pacientes, de nossa comunidade, não há melhor lugar para dar o primeiro passo do que cuidar de nós mesmos primeiro. Quando você faz uma viagem de avião, uma das principais orientações antes do voo decolar é: "em caso de emergência, máscaras de oxigênio cairão a sua frente: puxe a máscara em direção ao seu rosto, ajuste o elástico e respire normalmente. Se estiver acompanhado de pessoas que necessitam ajuda, primeiro coloquem a sua máscara para depois ajudar aqueles que precisam". Que excelente lição de vida podemos aprender com esse simples pensamento!!
Entendo quando a maioria dos meus colegas me dizem que tem mais um emprego (na verdade, a média de empregos dos colegas é de no mínimo três empregos), que não tem tempo para poder se exercitarem ou terem uma alimentação mais equilibrada, e que quando sobra algum tempinho, tem que dividir entre esposa, marido, filhos e, todos os demais afazeres sociais que compõem a nossa vida. Mas novamente essa maioria de colegas busca espelhar-se em exemplos que lhes são semelhantes e justificam essa situações como sendo comuns na nossa profissão, ao invés de buscar aqueles que conseguem sobressair desse amálgama de trabalho e compromissos cotidianos e levar um estilo de vida mais ativo e saudável. É trabalhoso, mas acaba sendo muitas vezes uma questão de escolhas e prioridade.
Há muitos anos, a partir das sugestões e trabalhos científicos produzidos pelo Dr. Kenneth Cooper - sim, aquele da corridinha que você faz no seu condomínio ganhou esse apelido em homenagem a esse médico Cooper - muitos outros artigos científicos vêm corroborando que, pra buscarmos uma melhor qualidade de vida no século XXI, é preciso focar em algumas áreas como a boa nutrição, o controle do peso corporal, o exercício físico regular e a suplementação de alguns nutrientes chaves para o processo do bom funcionamento bioquímico do nosso organismo.
Exercitar-se de forma regular traz inúmeros benefícios à saúde, como melhora do tônus muscular que, associado a uma dieta proteica adequada, evita um dos grandes males que assolam muitos colegas médicos e a população em geral que é a sarcopenia. Não é necessário exercícios físicos para deixar o corpo "sarado", mas forte o suficiente para poder trazer a você os prazeres de brincar com você mesmo e com saúde.
Fonte: Luciano Zago - Médico / Revista SIMERO/ Porto Velho-RO.
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