segunda-feira, 3 de agosto de 2020

As sequelas da covid-19

Diante da mudança de hábitos provocada pela pandemia — e das privações relativas ao isolamento —, muita gente acreditou que pegar logo o coronavírus poderia aliviar uma certa paranoia associada a ir para a rua, receber delivery, tocar em alguma encomenda recebida ou num produto do mercado. Quem não é grupo de risco ou não está em contato com pessoas mais vulneráveis achava que enfrentar logo o diagnóstico de covid-19 seria a solução para este momento de paralisação que muitos vivemos hoje.
Esta reportagem de Marcella Fernandes, no entanto, reforça por que o melhor para todos nós é se proteger do vírus e ficar em casa na medida do possível. É que as sequelas da covid-19 são variadas e frequentes — e atingem os "curados" não apenas de quadros mais graves, mas também aqueles que tiveram sintomas leves.
A seguir, algumas das informações apuradas por Marcella e depoimentos de cientistas que ela entrevistou:
70% persistem com queixas mesmo após terem se ‘curado’ da infecção: A neurologista Clarissa Lin Yasud, da Unicamp, revela dados de pesquisa com 504 pessoas diagnosticadas com covid-19. Mesmo recuperados após semanas da doença, os pacientes relatam: dor de cabeça, fadiga, alteração do olfato e do paladar, falhas de memória e sonolência diurna. Mais: 90% das pessoas com sequelas não chegaram a ser internadas.
Manifestações neurológicas são registradas em número expressivo de pacientes: Duas pesquisas bastante completas, na Espanha e na China, mostram que o novo coronavírus pode afetar o sistema nervoso de grande parte das pessoas infectadas. AVCs e encefalopatias são reportados. Ainda é cedo para dizer, no entanto, se as sequelas neuropsiquiátricas são temporárias ou permanentes.
Fadiga incapacitante como sequela frequente: Pacientes recuperados da covid-19 relatam um cansaço que os impede de executar tarefas que antes faziam tranquilamente. "O que a gente vê em alguns pacientes é uma angústia muito grande porque não conseguem comprovar o que estão sentido”, alerta o neurologista Gabriel de Freitas, pesquisador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino e da UFF.
Confusão mental e fraqueza muscular: Pessoas internadas em UTI devido ao novo coronavírus podem sofrer fraqueza muscular, relacionada a “alterações afetivas e emocionais, e passam a ter distúrbios de sono, de ansiedade”, explica a fisiatra Linamara Battistella, presidente do Conselho Diretor do Instituto de Medicina Física e Reabilitação Lucy Montoro. Estudos sobre covid-19 no exterior apontam também uma condição de confusão mental.
Leia, se informe e se proteja.
Boa semana!
Fonte: Diego Iraheta
Editor Chefe HuffPost Brasil


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