quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

DEUS NOS FALA

Marcos 1, 29-39

Marcos nos narra como a ação evangelizadora de Jesus era presente entre as pessoas. Tomando esse exemplo da cura da sogra de Pedro, mostra-nos, em primeiro lugar, que ela, a evangelização, tem de ser dinâmica, isto é, tem de ir ao encontro das pessoas. Jesus entra na casa e dá o testemunho de como enfrentar as dificuldades que afligem os filhos e as filhas de Deus. Isto significa que uma pastoral evangelizadora não pode ser parada, mas encarnada na realidade dos seres humanos. E Jesus tomou pela mão a sogra de Pedro, e a levantou. O Mestre não tem medo de compartilhar a vida de um doente. Pelo contrário, com um gesto tão carinhoso, ”tomou-a pela mão”. Às vezes, eu penso no medo que toma conta da gente ao nos aproximar das pessoas: porque tem uma doença contagiosa, ou porque se tem prejuízos, ou por outros motivos que nos distanciam, nos separam e nos isolam. No entanto, o Mestre nos ensina que precisamos ser próximos das pessoas, sobretudo as que necessitam. Este gesto de estar próximo cura a sogra. Não resta dúvida que isto aconteceu porque Jesus era Deus. É Ele que resgata a obra criadora do Pai, dando-Lhe a condição inicial do Paraiso, como foi contada pelo livro do Gênesis. E este milagre permite que a sogra possa servi-los. Perante esse fato prodigioso, devemos considerar que, uma vez beneficiados por Deus, não podemos pensar somente em nós. Em outras palavras, não podemos ser egoístas, mas, sim, colocarmo-nos a disposições dos outros e ajudá-los. A ação de Deus na nossa vida nos transforma em doação e comunhão. Para confirmar tudo isso, nos diz o evangelista, Jesus curou outros enfermos e expulsou demônios. A obra de Deus é perfeita, e diz o Gênesis: “Tudo aquilo que tinha feito era bom”. O mal que ameaça a obra de Deus pode ser rejeitada pela ação Dele e daqueles que apostam Nele. Naturalmente essa ação evangelizadora comporta também um certo gasto de energias, tanto físicas quanto espirituais. Assim, Jesus se retira no silêncio da noite para rezar. Uma ação de sintonia com o Pai que conduz e ilumina a sua vida. Para sermos evangelizadores eficazes e eficientes, necessitamos de tempo de sintonias com o nosso Deus, isto é, de oração. E para mostrar como essa ação evangelizadora é urgente, Marcos focaliza o diálogo dos discipulos com Jesus onde dizem “todos te buscam”. E Jesus responde brevemente que Ele veio para todos. Ele não é o privilégio ou exclusividade de nenhum povo. Ninguém pode dizer que Jesus é seu. Por isso, quando alguém pensa nisso, Ele foge: “vamos às aldeias vizinhas”. É interessante ver como o Mestre busca o povo e ao mesmo tempo se separa, evitando, assim, qualquer desejo de manipulação. No final, Ele veio pregar o Reino de Deus e não realizar projetos interesseiros e egoísticos que os seres humanos querem propor-Lhe.

Fonte: Claudio Pighin - Sacerdote, doutor em teologia, mestrado em missiologia e comunicação.
(Postado na cidade de Santa Fé do Sul-SP)



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