quinta-feira, 24 de julho de 2025

ROBSON OLIVEIRA - Resenha Política

 REPERCUSSÃO

A entrevista com a primeira-dama e secretária de Ação Social do Estado, Luana Rocha, obteve uma das maiores repercussões entre os mais de quarenta entrevistados que o podcast Resenha Política lançou nas plataformas digitais. Sem rodeios, com franqueza e sem filtros, Luana abordou variados temas mais delicados da política estadual e foi direto ao ponto quando instada a falar sobre o racha entre o governador e o vice, disse: “traição é traição”.

RESPINGOS

Sobrou até para o deputado federal Fernando Máximo que saiu do anonimato profissional para o mais bem votado deputado federal depois de ocupar por três anos e meio a Secretaria de Estado da Saúde a convite de Marcos Rocha. Luana não escondeu a decepção com o ex-aliado do esposo. Máximo tenta viabilizar uma candidatura ao Senado exatamente contra seu mentor político.

ENIGMÁTICA

Não passou despercebido quando ela (Luana) desconversou, na única vez provocada a falar sobre o futuro de Sérgio Gonçalves, relativo a um papo de cassação do vice-governador que rola nos bastidores da Assembleia Legislativa. Sua resposta a esta pergunta foi enigmática, o que leva a várias deduções, entre elas o cadafalso do agora desafeto.

BOMBOU

Para surpresa do Podcast Resenha Política, até o fechamento desta coluna a entrevista da primeira-dama havia ultrapassado a entrevista do esposo (governador) em milhares de acessos nas variadas plataformas digitais que são veiculadas. Isso sem computar os acessos nos grupos de Whatsapp que são inúmeros na política estadual. A entrevista simplesmente bombou.

CONEXÃO

Ontem, pelo site Rondônia ao Vivo, no podcast Programa Conexão Rondoniaovivo, apresentado pelo competente jornalista Ivan Frazão, o vice-governador foi literalmente aos prantos ao ser perguntado se Marcos Rocha sofreu pressão quando o indicou a vice na chapa.

CONTRADIÇÃO

Sérgio Gonçalves simplesmente se desmontou com a pergunta e reconheceu que é verdade a versão de que até o irmão, Junior Gonçalves, era contra a indicação que se confirmou na chapa, por imposição de Rocha. Não fez de rogado, agradeceu publicamente na forma mais profunda de agradecimento que uma pessoa possa expressar, embora confunda as pessoas a razão que o levou a brigar gratuitamente com quem lhe estendeu a mão.  Um erro político imperdoável para quem não lidera nenhum grupo político e surgiu na ribalta política por quem lhe estendeu a mão. Não leu o poeta paraibano Augusto dos Anjos: “A mão que afaga, é a mesma que apedreja. A boca que beija, é a mesma que escarra”. Se leu, não entendeu nada com os belos versos do poeta de uma obra só, apesar de densa.

PISCOU

Ivan Frazão conseguiu com profissionalismo expor ao público rondoniense um vice-governador aparentemente arrependido, frágil e perdido. A impressão que passou é que piscou em direção a Marcos Rocha com pedidos de desculpas ocultos. Ao piscar, na política, sempre é possível juntar os cacos e superar as dificuldades. Isso após os ânimos acalmarem e o ódio se dissipar. Mesmo que as desconfianças estejam latentes, com a paz entre o governador e seu substituto imediato, ambos ganharão.

HUMILDADE

 A arte da política é possuir a capacidade de “engolir sapos”, superar rancores e seguir em frente cada vez mais forte. Os exemplos são inúmeros. Quem é do ramo sabe bem construir esta equação para que resultem em somas vitoriosas. Há quarenta anos ninguém diria que Lula e Sarney se tornariam amigos, confidentes e aliados depois dos sopapos que trocaram publicamente por décadas. Na política perdoa-se o ato covarde, até mesmo aquele mais traiçoeiro. Quem não erra?  Importante é vir a público e assumir que errou. Após o choro deveria ter pedido desculpas, faltou ao Sérgio Gonçalves esta gota de humildade, embora tenha piscado nessa direção a Marcos Rocha com cada lágrima que derramou.

PESQUISAS

Quem verifica os dados computados por institutos sérios percebe a razão da reação bem vigorosa de Marcos Rocha contra Sérgio Gonçalves, haja vista que os números a que esta coluna teve acesso, dão ampla aprovação à gestão do coronel. Razão pela qual chutou o pau da barraca mesmo sabendo que seu governo tem data de vencimento e que o substituto pende a ser um adversário rancoroso. Falta um ano para as eleições de fato começarem. É possível que esses números mudem para cima ou para baixo. O tempo dirá.

SUPERAÇÃO

Rocha saberá avaliar as pesquisas na hora certa para decidir se renuncia ou permanece no governo. Em todo caso, a bola estará com ele.  Tem cara de bobo, jeito desengonçado, mas não é burro. Aprendeu como governador, e não como coronel, a arte da guerra. Quem lhe subestimava, a exemplo deste cabeça chata, é surpreendido.

PERCEPÇÃO

Nestes sete anos e meio de governo, somente recentemente troquei duas horas de papo reto com Marcos Rocha. Três dias depois da entrevista, voltamos a trocar algumas impressões políticas por telefone e, ontem, pela terceira, ele voltou a ligar. Afável com quem sempre foi crítico ao seu governo, fez menções a fatos políticos e pessoais que mudaram minha percepção sobre a sua pessoa, embora continuando divergindo em muitas áreas da administração pública e no campo filosófico. É um cara reservado e bem atento a tudo o que lhe rodeia. Bem diferente do que me relatavam. Isso não é uma declaração de capitulação, pelo contrário, é tempo de experiência na profissão que apura as percepções.

DEMISSÕES

É normal que Marcos Rocha daqui para frente faça ajustes administrativos para oxigenar a gestão, especialmente após as brigas intestinais que emergiram de repente. Uma fonte na Assembleia Legislativa confirmou que o governador vai substituir alguns colaboradores como forma de se adequar aos novos desafios que surgirão até a decisão da renúncia. Não seria um caça às bruxas, nem gesto de retaliação, uma vez que os cargos são de confiança e livre nomeação.

FÚRIA

O prefeito de Cacoal Adailton Fúria, provável candidato a governador, dará a primeira entrevista, sob a condição de pré-candidato, na capital, e ao nosso podcast. A gravação está sendo combinada para o final desta semana. E vai ao ar na outra. Aguardem. Vamos provocar esta Fúria para que fale se vem devastando ou se é mais uma ventania sem a força que falam. É um cabra ensaboado e bem articulado nas palavras. Esta será a primeira vez que será entrevistado sem a biruta de aeroporto. Quem venha a fúria.

SEQUÊNCIA

Entrevistaremos também a deputada estadual Ieda Chaves, o presidente da Federação do Comércio, Raniery Coelho, o presidente da OAB-RO, Márcio Nogueira, o empresário da comunicação rondoniense, Everton Leoni e, em tempos bicudos, onde o ódio aflora, o psiquiatra e intelectual Henrique Nascimento. Uma bela sequência com os temas mais variados, além de política.

APOCALIPSE

O filme documental Apocalipse nos Trópicos, da cineasta Petra Costa, sobre a influência dos evangélicos na política, com a participação ativa do pastor Silas Malafaia, está provocando o maior rebu entre os pentecostais. Irritado com a edição do filme, quando critica Bolsonaro e elogia Lula, Malafaia deixou a sala de um cinema carioca aos gritos quando assistia na condição de convidado à primeira exibição. Ao longo de sua polêmica trajetória, Silas Malafaia aliou-se com vários mandatários para que facilitasse o crescimento de suas influências em sua igreja. O filme revela o caráter e a forma agressiva como Malafaia pastora e ameaça o poder e os poderosos. Revela também uma intromissão perigosa e indevida na nomeação de um ministro do STF, que os extremistas santificam. Vale a pena conferir, embora Petra seja uma cineasta engajada com as causas ideológicas que os bolsonaristas abominam.

NUVENS

Estão se formando nuvens tenebrosas nos céus de Rondônia. Agosto promete. Como sempre.



Fonte: Jornalista Robson Oliveira / Porto Velho-RO






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