O Evangelo de hoje (Lc 6.39-45) trata de uma realidade presente também em nossa sociedade: a atitude de considerar-se superior ou melhor que que os outros. Dessa disposição surgem os antagonismos, e as divisões, a linguagem agressiva, as polarizações e os discursos de ódio, tão presentes nas redes digitais. Trata-se de comportamento de quem se sente plenamente apto a julgar os demais, sem qualquer filtro de humidade e mansidão. Sem nenhum constrangimento, fala-se mal do próximo e escondem-se os próprios defeitos.
Diante desse quadro, que também retrata nosso ambiente vital, o Evangelho nos convida a purificar o olhar (v.41). Não pouicos se queixam do que não funciona na Igreja e na sociedade, em geral sem se comprometerem. Oljar assim é um olhar cego, e que o possui não tem como ser guia dos outros (cf.v.39).
O percurso de purificação do olhar se inicia quando temos a coragem de sondar dentro de nós próprios e lá verificar quais são nossos defeitos. Só depois disso, com humildade, podemos olhar para os outros - como faz Jesus, que vê primeiro o bem nas pessoas. Nosso desafio é aprender com Jesus e, a seu exemplo, ter um olhar de cuidados e compaixão.
Depois do olhar, vem o falar: "a boca fala daquilo que o coração está cheio" (v.45). Nosso modo de falar manifesta o que está em nosso coração. As palavras têm o peso de abençoar ou de agredir e destruir - sobretudo neste nosso tempo, potncializadas pelas redes digitais. No trato com o próximo costumamos usar palavras de respeito e de compaixão ou palavras propagadoras de veneno destrutivo?
A sociedade nova, anunaciada por Jesus e assumida pelos que desejam segui-lo, não pode ser de julgamento e condenação, mas sim de acolhida e perdão. O rigor com que costumamos julgar os ouros (cisco) mostra que continuanmos a desconhecer nossa própria fragilidade e condição de pecadores (trave) diante de Deus. A construção de uma cultura do diálogo e do perdão continua a ser nosso desafio!
Fonte: Pe. Darci Luiz Marin, ssp / O DOMINGO - semanário litúrgico-catequético
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