segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

PAINEL DE IDEIAS - Gregório e o florescer da vida

 É invevitável pensar no quanto a criança possui habilidade que, ao longo da vida, acabam desaparecendo, dentre as quais, critiavidade, imaginação e, principalmente, curiosidade

Há poucos dias me deparei neste Diário com a pergunta: "Quem criou Deus, vovô"? No sensível texto do professor Eurípedes Silva, Gregório protagoniza, aos seis anos de idade, os passos iniciais da busca pelo conhecimento.

Diante de uma questão como essa é inevitável pensar no quanto a criança possui habilidades que, ao longo da vida, acabam desaparecendo, dentre as quais, criatividade, imaginação e, principalmente, curiosidade. E é justamente a consciência de não-saber que coloca os pequenos em uma posição tão próxima a dos filósofos.

Na filosogfia de Platão, Deuis é o ser supremo e a fonte última de toda a realidade. Deus representa a forma do Bem, a forma mais elevada e perfeita que ilumina todas as outras formas e lhes dá sua existência e imutável, fornecendo o fundamento para a inteligivbilidade e ordem do cosmos. Aristóteles, aluno de Platão, tinha uma visão diferente de Deus.

Para Aristóteles,  Deus é o motor imóvel, aquele que coloca o cosmos em movimento. Deus é pura realidade e desprovido de qualquer potencialidade, existindo fora do mundo físico. A contemplação de Deus de si mesmo é a forma mais elevada de atividade e o objetivo final de todos os seres.

Durante a Idade Média, filósofos como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino sintetizaram as ideais platônicas e aristotélicas com a telolgoia cristã. Deus é concebido como o ser perfeito, benevolente, onisciente, onipotente e onipresente, criador do universo e responsável por sustwentar sua existência.

Pensadores iluministas como René Descartes, Baruch Spinoza e Immaneul Kant abordaram o conceito de Deus a partir de perspectivas racionais e críticas. Descartes defendeu a existência de Deus como o fiador da verdade de do fudamento do conhecimento. Spinoza concebeu Deus como uma substância impessoal e panteísta que engloba tudo no universo. Kante enfartizou os limites da razão humana na compreensão de Deus e considerou a fé como um postulado necessário da razão prática.

Filósofos existencialistas como Soren Kierkegaard e Jean- Paul Sartre abordaram o conceito de Deus de um ponto de vista individual e subjetivo. Eles se concentraram na existência humana e na liberdade e responsabilidade do indivíduo. Kierkegaard enfatixou a importância da fé subjetiva e do relacionamento pessoal com Deus, enquanto Sartre rejeitou a existência de Deuis, enfatizando a autonomia humana e a necessidade de criar sigfnificado em um universo sem Deus.

Na filosofia contemporânea, há uma ampla gama de perspectivas sobre o conceito de Deus. Alguns filósofos se envolvem em discussões relacionadas ao problema do mal, à natureza da experiência religiosa ou à validade da linguagem religiosa.

Como se pode ver, ao longo dos séculos -- exceto daqueles que pensam que sabem tudo - estamos como o Gregório: em busca de respostas capazes de nos preencher. E, mesmo que as respostas nem sempre sejam satisfat´roias, o mais notável é a beleza do florescer da vida.


Fonte: Prof. Dr. João Paulo Vani / Presidente da Academia Brasileira de Escritories (Abresc), é pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discrimianção da USP. Jornal Diário da Região.






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