terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Ler é preciso

 Longe de mim fazer aplogias ao vocabulário instagramável de coaching. Estou sempre pronta para descontruir fórmulas e lugares comuns do tipo: "tem que ler", "tem que estudar". Isso a gente já sabe, a questão é "como". Como começar? Como ter foco? Como gostar?

Uma interessante organização social que cresceu numericamente durante a pandemia e que tem se mantido ativa nos dias atuais são os Clubes de Leituras.

Historiadores indicam a origem desse modo de leitura no século 18, sejam os grupos puritanos amercianos que se reuniam para ler a Bíblia ou quando aristrocratas e burgueses franceses ecnontravam-se para discutir as novidades intelecutuais (que o diga a Revolução Francesa).

Durante a pandemia, os encontros on-line de leitura tornaram-se uma estratégia de sobrevivência mental e social. Comprometer-se com a leitura de um livro, além de possibilitar ter um intervalo da realidade cotidiana do confinamento, poderia transformar-se no principal evento do mês: encontrar amigos da leitura que tinham algo em comum (e bom) para compartilhar.

Os Clubes também se tornaram um modelo de negócio promissor e impulsonador de outros setores da economia. Dados do Sindicato Nacional dos Editores de Livros indicam que, entre 2020 e 2021, houve um aumento de 29,3% no volume de livros vendidos no país.

Mas, mesmo com o crescimento de vendas, não podemos afirmar que a competência de leitura é uma das qualidades em destaque dos brasileiros. A pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil" indicava, em 2019, que entre os entrevistados, 4% disseram não saber ler, outros 19% disseram ler muito devagar; 13%, não ter concentração suficiente para ler; e, 9% não compreender a maior parte do que leem. Em geral pouco mais da metade do país (52%) tinha h´[abitos de leitura. E a mudança dessa condição sociocultural leva anos, por vezes, gerações.

Por isso vejo esses clubes que se criam em torno da prática de leitura uma tecnologia social transoformadora de hábitos. E reforço: a palavra aqui é "hábito".

Hábito é aquilo que a gente tem que ir fazendo aos poucos, todos os dias, até se tornar uma prática que faz parte da rotina. Tipo "treinar tríceps", mas também "treinar senso crítico".

Longe de mim fazer apologias ao vocabulário instagramável de coaching. Estou sempre pronta para descontruir fórmulas e lugares comuns do tipo: "tem que ler", "tem que estudar". Isso a gente já sabe, a questão é "como gostar"?

Participar dos clubes é um caminho. Você pode encontraer esses grupos em bibliotécas, em praças, em presídios, em centro culturais, em escolas. Você pode criar ou seu, na sua casa, na sua empresa, on-line ou presencial. Pode ser pago, pode ser gratuito. Não tem fórmula, só possibilidades.

E foi assim que eu e uma amiga, Fernanda Camargo, depois de tanta conversa jogada fora sobre livros, filmes e seriados, decidimos criar um Clube de Conhecimento. No nosso caso, uma curadoria focada em temas para o desenvolvimento de um pensamento crítico e compreensão da sociedade para se pensar na Política Comtemporânia. É preciso gratuito, se se você se interessou busca pelo paginaspolíticas.com.br

Nós vemos em breve!


Fonte: Olhar 360 / Maíra Moraes - Jornal Diário da Região.







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