quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

O Banco Central contra a nação



Tal insana conduta serve apenas ao estéril setor bancário e aos seus associados. Ela, ademais, vai colidir em frente com a política de reindustrialização do Brasil proposta pelo atual governo federal

A política monetária consite no uso de instrumentos fazendários diversos, principalmente a taxa de juros e a oferta financeira, para que alguns objetivos econômiocos sejam atingidos num determinado país. Os Estados Unidos da América (EUA), que são defensores radicias da própria prosperidade nacional, determinam através de sua legislação de regência, o Federal Reserve Act, que o seu banco central deve conduzir a política monetária "para promover o emprego máximo, preços estáveis e taxas moderadas de juros, a longo prazo". Essa missão social deriva das teorias concebidas pelo economista inglês, John Maynard Keynes, para quem a autoridade monetária deve assegurar meios pra a prosperidade coletiva nacional.

Assim, quando o patamar de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é baixo, devem ser reduzidas as taxas de juros de maneira a favorecer o investimento produtivo, o que gera empregos. Por outro lado, quando a inflação está elevada, deve-se enxugar a liquidez do mercado, de maneiras a frear o aumento de preços, que tem um efeito social devastador. Por conseguinte, deve a autoridade monetária observar criteriosamente o comportamento da economia, para um preciso diagnóstico, evitando especulações. A percepção correta permite o adequado tratamento, também em matéria financeira.

Hoje, tanto a Europa como os EUA passam por grandes dificuldades fiscais e perdem, de maneira acelerada, a credibilidade monetáriamundo afora. Isso é devido aos gastos exacerbados no complexo militar e doações para finaciar as guerras por procuração. Como consequência, a economia privada sofre e a população paga o custo inflacionário e a falta de perspectivbas para o progresso pessoal. Nos EUA, a taca de inflação está muito alta para os padrões do país, situando-se por volta de 6%. Por sua vez, a taxa de uros do FED está por volta de 5.25%.

Na Europa, ocorre um fenômeno precido: a taa de juros situa-se também em torno de 8%, enquanto aquela do Banco Central Europeu está hoje fixada em 3.75%. Isso significa que, em ambas as economias referidas, os juros são negativos, mais marcadamente na Europa. Tal ocorre porque as autoridades monetárias querem incentivar o investimento produtivo e a alavancagem das respectivas economias, que sofrem com baixas taxas de crescimento.

Por outro lado, no Brasil ocorre o fenômeno inverso. A taxa Selic está por volta de 13.75% ao ano, enquanto a inflação dos últimos 12 meses situa-se ao redor de 4.18% nos últimos 12 meses. Esta situação proporciona um ganho financeiro de quase 10% para o parasitário setor rentista e o capital bancário. Ao contar a apreciação da moeda brasileira face ao dólar americano e ao euro, no período, o rendimento do capitalo parasitário chega a imorais 20%.

Do ponto de vista pragmático, para além do fator moral, temos, na política monetária perseguida pelo Banco Central do Brasil, um colossal desincentivo ao investimento produtivo, à criação de empregos e à promoção do progresso social e econômico do povo brasileiro. Tal insana conduta serve apenas ao estéril setor bancário e aos seus associados. Ela, ademais, vai colidir de frente com a política de reindustrializaão do Brasil proposta pelo atual governo federal. Quem irá investir com risco na indústria se pode ganhar até 20% nos mercdos financeiros? Nunca é demais lembrar que o compromisso fundamental do Banco Central do Brasil deve ser com o povo brasileiro.

Fonte: Durval de Noronha Goyois Jr. / Jurista e escritor - Jornal Diário da Região.


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