O debate desta noite na TV Rondônia/Globo pode ser o ponto de desequilíbrio na campanha empatadíssima entre Marcos Rocha e Marcos Rogério? Pode sim, desde que aconteça algo inesperado, uma surpresa, uma denúncia sem resposta clara; uma espécie de terremoto sobre uma ou outra candidatura. Pelo que se viu nos debates anteriores onde os dois candidatos participaram (principalmente o da SICTV/Record), Rogério tem partido para um ataque duro, até porque tem mais facilidade de se expressar, coisa que o próprio Governador reconheceu publicamente, mas Marcos Rocha, com sua fala quase mansa e jeito simplório, tem conseguido também marcar uma boa presença. As trocas de farpas devem ficar dentro da civilidade, como o foram até agora, mas, é claro, nesta reta final da campanha tendem a aumentar. A disputa em Rondônia está mesmo muito parelha. Marcos Rocha tem se apegado a um governo de três anos e nove meses com realizações, avanços e controle das finanças; numa administração que, segundo ele, combate a corrupção e conseguiu bons resultados em vários setores, mesmo enfrentando dois anos de pandemia. Marcos Rogério vem com seu histórico recente de principal defensor do governo Bolsonaro, na CPI do Circo, que o tornou personagem nacional e com um programa de governo que, ele diz, vai corrigir o que chama de graves deficiências da atual administração.
Como não há confronto ideológico (os dois são bolsonaristas de carteirinha) o que os difere é a forma de apresentar seus planos, suas ideias, suas soluções para o Estado mas, mais que tudo, turmas completamente diferentes. Marcos Rocha com apoios quentíssimos de personagens como os prefeitos Hildon Chaves, de Porto Velho; Joãozinho Gonçalves, de Jaru; Carla Redano, de Ariquemes; Isaú Fonseca, de Ji-Paraná e de pelo menos uma dezena e meia de outros comandantes de cidades rondonienses. Tem ainda pesos pesados da política, como Mariana Carvalho e Alex Redano, além do campeão de votos para a Câmara Federal, seu ex-secretário de saúde Fernando \Máximo, do alto dos seus 85 mil votos. Já Marcos Rogério tem um grande prestígio pessoal principalmente na região central do Estado, com apoios como os de Jaime Bagattoli, senador eleito; da líder dos médicos do Estado, sua vice, Flávia Lenzi e do campeão de votos para a Assembleia, Laerte Gomes, mas também de prefeitos, entre muitos outros. São dois grupos políticos muito fortes, se antagonizando pela cadeira maior do Palácio Rio Madeira/CPA. O último debate, na Globo, pode ser sim decisivo, caso haja alguma coisa muito inesperada. Afora isso, os dois candidatos já conseguiram conquistar seus eleitores. Menos os ainda indecisos, que são cerca de 3 por cento e os que decidiram, ao menos até agora, não ir votar. Serão estes que vão dizer se o Governador a partir de janeiro do ano que vem será Marcos Rocha ou Marcos Rogério.
PARANÁ FOI UM DOS QUE MENOS ERROU NO PRIMEIRO TURNO E AGORA DÁ EMPATE ENTRE LULA E BOLSONARO - Entre pelo menos 15 institutos de pesquisas do país, pouquíssimos chegaram perto do resultado das urnas, no primeiro turno da eleição presidencial. Um dos que “bateu na trave”, bem mais perto que os demais, tanto na votação de Lula quanto de Jair Bolsonaro, foi o Instituto Paraná. Lula teve pouco mais de 5 por cento dos votos a mais que Bolsonaro e o Paraná o colocou com algo próximo dos 7 pontos de diferença. Agora, para o segundo turno, novas pesquisas do mesmo instituto, que se imagina também estejam bem perto da realidade, apontam um empate técnico entre os dois candidatos. Na pesquisa desta terça-feira, segundo o Paraná, Lula tem 50,2 por cento das intenções de votos, enquanto Bolsonaro bateu nos 49,8 por cento. A diferença de apenas 0,4 décimos. Obviamente que os apoiadores de Lula não concordam com este número, preferindo optar opor pesquisas como as do Ipec, que o colocam sete pontos à frente do adversário. Mas é sempre bom lembrar que as pesquisas do Ipec, no primeiro turno, tiveram apenas uma denominação nacional: fiasco. Portanto, na noite do domingo, saberemos quem estava certo nessas previsões que, ao menos até agora, ficaram longe da realidade, na maioria dos casos.
LADRÕES DE FIOS E RECEPTADORES CONTINUAM IMPUNES, MAS AGORA TÊM UM PROBLEMÃO PELA FRENTE - A decisão do prefeito Hildon Chaves de tirar do próprio bolso nada menos do que 5 mil reais para cada receptador de fios roubados que for preso, sem dúvida se tornou a grande assunto em Porto Velho, afora a reta final da disputa eleitoral pelo Governo. Hildon foi às redes sociais para avisar que vai pagar, da sua grana pessoal, para quem denunciar um receptador e este for preso. “Não dá pra aceitar que esses vagabundos prejudiquem nossa população e fiquem impunes”! O desabafo do Prefeito tem sua razão de ser. É um absurdo o quanto de fiação é roubada, em vários pontos da cidade, do Espaço Alternativo à ponte sobre o rio Madeira, sem que os responsáveis sejam pegos, levados à cadeia e lá ficando, junto com quem lhes compra o produto do roubo. De um lado, a ineficiência da polícia, que até agora não desbaratou nenhuma dessas gangues de ladrões. De outro, a facilidade com que, quando raramente alguém é preso, consegue entrar por lima porta das delegacias e sair pela outra, graças às leis amigas de bandidos que temos no nosso país. A decisão de Hildon ao menos vai esquentar o debate e preocupar os bandidos, que terão um problemão pela frente: um monte de gente nos seus calcanhares, querendo faturar uma boa grana. Os criminosos certamente estão assustados, até porque, até agora, sempre ganharam de 10 a zero das nossas autoridades policiais.
COOPERATIVA: COM APOIO DE IEDA CHAVES, CARNE DE JACARÉ VOLTA A SER COMERCIALIZADA - A mulher mais votada entre as candidatas à Assembleia Legislativa, a primeira dama de Porto Velho, Ieda Chaves, tem tido atuação destacada não só na série de ações sociais que ajudaram milhares de pessoas que mais precisam, mas, igualmente, tem atuado firme no apoio à iniciativas que possam representar desenvolvimento, emprego, melhoria na qualidade de vida da população. Neste contexto, não se pode ignorar o grande apoio da agora deputada estadual, que tomará posse em 1º de fevereiro do ano que vem, aos distritos e, mais ainda, aos moradores da região do Lago do Cuniã. Graças ao apoio de Ieda, a cooperativa de carne de jacaré, que estava paralisada, volta a funcionar. A parlamentar eleita doou, no ano passado, nada menos do que 18 mil reais em materiais para a Coopcuniã, a cooperativa que abate jacarés, vendendo a carne para outros Estados e outros países. Foi graças a essa ajuda dada por Ieda Chaves, que os cooperativados conseguiram regularizar todos os detalhes pendentes para que a indústria voltasse a funcionar, proporcionando trabalho e renda para dezenas de famílias. Para este ano, a autorização que faltava já foi dada: o ICMBio consentiu que sejam abatidos até 900 jacarés, da superpopulação de animais daquela região. A carne será vendida na cidade com o selo de qualidade da Prefeitura de Porto Velho, com inspeção técnica da Semagric.
FERIADÃO TRANSFERIDO PARA A SEMANA QUE VEM, PARA QUE NÃO HAJA MUITO MAIS ABSTENÇÃO NAS URNAS, NO DOMINGO - Foram mais de 24 por cento de abstenção do eleitorado rondoniense no primeiro turno. Esse é um dos fantasmas dos candidatos ao Governo, neste domingo decisivo. Principalmente para os apoiadores do governador Marcos Rocha, que busca a reeleição e conta com um apoio do funcionalismo que pode ser decisivo. Embora sejam apresentados vários motivos para a transferência do feriado do Dia do Servidor, comemorado nesta sexta-feira, esse é o real motivo para que a data da comemoração tenha sido transferida para 3 de novembro, daí emendando com o feriado do Dia de Finados. Caso a data comemorativa fosse mantida para esta sexta, tanto pelo Governo quanto pela Prefeitura, poderia haver uma debandada, para um feriadão em pleno domingo de eleição. Com a mudança, o feriadão pode ser ainda mas estendido. O 2 de novembro será na quarta que vem. Dia 3, daí para se comemorar o transferido Dia do Servidor Público, será na quinta. Enforcar a sexta-feira e voltar só na outra segunda-feira, dia 7, não é hipótese que se possa afastar. Portanto, sem os três dias de folga nesta semana, a possibilidade de que mais gente vá votar do domingo é perfeitamente possível. Depois do domingo decisivo, veremos se a tática deu certo ou não. Judiciário, Ministério Público e outros órgãos mantém o feriado nesta sexta.
RIBAMAR ARAÚJO, DR. NEIDSON, LAZINHO: AS URNAS TAMBÉM COMETERAM INJUSTIÇAS NESTA ELEIÇÃO - São onze reeleitos e 13 novatos. A renovação na Assembleia Legislativa, embora tenha ficado menor do que muitos esperavam, foi sim bastante significativa. Reelegeu alguns dos parlamentares que mais se destacaram no mandato anterior (alguns, como Luizinho Goebel, entra no seu quinto mandato consecutivo) mas deixou pelo caminho outros que, por seu grande trabalho, certamente foram injustiçados pelas urnas. Afora Lebrão (eleito deputado federal) e Anderson Pereira (que tentou a Câmara, mas não se elegeu), entre os dez que ficaram de fora, houve sim, injustiças. Entre elas pode ser destacar o nome do ex-vereador e duas vezes deputado, Ribamar Araújo. Há muitos anos atuando na vida pública, Ribamar tem sido um exemplo de político que não se envolve em rolos, que combate ferozmente a corrupção, que tem uma vida ilibada e, ainda, tem grandes trabalhos realizados, principalmente em benefício da produção rural do Estado. Ficou pelo caminho, mesmo tendo conseguido perto de oito mil votos. Neste pacote dos que se podem considerar injustiçados pelas urnas, estão outros parlamentares, como Adelino Follador, Dr, Neidson, Lazinho da Fetagro e até o polêmico Jair Montes, que teve um mandato muito positivo, mesmo com os problemas que enfrentou na Justiça. O eleitor sabe o que faz, claro. Mas eventualmente, há injustiças sim, detectadas depois que as urnas se fecham.
MORO DIZ QUE SE LULA GANHAR A ELEIÇÃO, SERÁ UMA MENSAGEM DE QUE O CRIME COMPENSA NA BRASIL - “Caso Lula vença a eleição, no domingo, seria “uma mensagem de que o crime compensa”! A frase é do senador eleito pelo Paraná, o ex-juiz da Operação Lava Jato, Sérgio Moro. Embora destaque que o correto é derrotar Lula nas urnas, pelos meios democráticos, disse Moro, durante longa entrevista à Jovem Pan, nesta quarta, ele reafirmou que o ex-presidente no comando do país, significaria o aval ao crime. Para o senador eleito, o simples fato de Lula poder concorrer à Presidência é o que chamou de “símbolo máximo da impunidade existente no Brasil”. O polêmico ex-juiz, hoje sem dúvida o maior adversário de Lula e seus seguidores, depois de Bolsonaro, está sob a alça de mira dos seus inimigos, que estão percorrendo os caminhos dos tribunais para que ele não possa assumir o Senado. Depois de romper com Bolsonaro, Moro se aproximou do Presidente depois de eleito. Disse que apoia totalmente Bolsonaro no segundo turno, mas garante que terá um mandato independente, mesmo que seu candidato vença a eleição. Moro, que corria o risco de um sepultamento prematuro na vida pública, renasce das cinzas graças ao voto popular e será, sem dúvida, uma grande pedra no sapato do petismo, seja qual for o resultado da disputa do domingo.
PERGUNTINHA - Você não está assustado com as denúncias de que a campanha do presidente Jair Bolsonaro teve 154 mil inserções suprimidas, no horário eleitoral gratuito, sem que TSE tenha tomado qualquer ação contra esse absurdo?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO.
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