IMPOSIÇÃO - Há um burburinho nos bastidores políticos de que o senador Flávio Bolsonaro esteja pressionando o senador Marcos Rogério (PL) para que com a deputada federal Mariana Carvalho (Republicanos) façam uma composição nas eleições estaduais. O problema é que Rogério já está recebendo outra pressão para que ceda a vaga a Jaime Bagattoli, embora Expedito Junior (PSD) seja o predileto para a composição na chapa de Marcos Rogério.
DISTANTES - Apesar das pressões e dos burburinhos, o senador Marcos Rogério e a deputada federal Mariana Carvalho continuam distantes e ainda não falaram sobre eventuais composições desde que a parlamentar decidiu acompanhar o prefeito da capital ao evento promovido em março com as pompas do “já ganhei” para anunciar o apoio de Hildon Chaves à reeleição do governador Marcos Rocha (União Brasil).
QUEIMAÇÃO - No evento promovido pelo governador, a família Carvalho esteve presente, chegou a ensaiar uma adesão ao governador com registro de fotos com V de vitória. No dia seguinte a mídia chapa branca chegou a decretar a reeleição do governador e tirou sarro com a oposição que, na oportunidade, passou recibo. Passada a folia do evento e a oposição se rearticulando, ao que parece o entusiasmo de então dos Carvalhos não durou as labaredas das fogueiras de São João. E quem tem medo de se queimar foge de fogo como o cão da cruz.
SIAMESES - Quem acompanha o monitoramento interno dos partidos sobre o humor dos eleitores sabe muito bem do que a coluna está a falar uma vez que reside na capital a maior rejeição ao governo Marcos Rocha. E é neste colégio eleitoral de Porto Velho que a deputada Mariana conta uma votação expressiva para catapultá-la à vaga senatorial. Mas aliada a quem é rejeitado a conta fica mais difícil para somar no resultado final do escrutínio das eleições. Pode ser que em razão desta realidade a família tenha acionado o primogênito dos Bolsonaros para pressionar o PL a ceder a vaga senatorial à primogênita dos Carvalhos.
PRIVILEGIADO - A coluna sondou uma fonte ligada ao senador Marcos Rogério, visto que ele não atende telefonema deste colunista, e confirmou que há pressão do filho mais velho de Bolsonaro (senador Flávio) para que Mariana dispute o senado na mesma chapa de Rogério. Disse ainda que em relação a Expedito Junior (PSD) e Jaime Bagattoli (PL), Marcos Rogério está propenso a aceitar que os três sejam candidatos e que juntos subam no seu palanque. Isto significa que neste cenário, Bagattoli, filiado ao PL, seria em tese o mais privilegiado pela similaridade do número ao bolsonarismo. Embora numa campanha eleitoral nem sempre o favoritismo inicial seja confirmado no resultado final da eleição.
LOROTA - Quem se prepara para disputar uma eleição majoritária de governador, por exemplo, não escolhe os adversários. Cada eleição tem suas especificidades próprias e raramente o cenário pretérito se repete no presente. É uma lorota achar que uma candidatura de Vini Miguel ao governo prejudica a do Léo Moraes, como se o eleitor fosse o mesmo. Mesmo que parte do eleitor mais jovem tenha similitude com as propostas de ambos, esta aparente coincidência não chega nem perto dos percentuais que alguns aprendizes a bruxos profetizam por aí. Vamos para uma eleição com adversários da mesma raiz: Marcos Rogério e Marcos Rocha e, dois com características de mudanças parecidas, Léo Moraes e Vinícius Miguel. Um eventual segundo turno, tudo indica que ocorrerá, tende a cruzar o velho com o novo numa disputa espetacular.
RAIZ E NUTELA - A possibilidade de dois candidatos a governador com o mesmo tronco passarem para o segundo turno, para este cabeça chata, é mínima uma vez que o eleitor “nutela” não utiliza a mesma lógica do eleitor convertido em suas escolhas. Quem estuda as eleições rondonienses desde a primeira pós-estado, verifica que o MDB foi quem mais venceu e saiu vitorioso porque conseguiu dialogar com o eleitor mais de centro do que dos extremos.
TITANIC - No evento do União Brasil de março que ressoou como a arrancada do governador à reeleição, onde reuniu a maioria dos deputados federais, estaduais, dezenas prefeitos, vereadores, entre outros, esta coluna ousou de cravar que o barco reuniu gente tão diversa que tinha tudo para afundar, especialmente em razão das promessas mirabolantes para aliciar apoios. Dois meses depois, vemos que hoje a canoa governamental começa a fazer água com os roedores sendo os primeiros a tentar se salvar. Ainda não afundou, mas rema contra uma maré que se forma para tragá-lo.
EMBROMAÇÃO - Não é nova a ladainha dos políticos em culpar a imprensa pelo inferno astral em que se metem. Marcos Rogério não é diferente e ataca a mídia local por noticiar fatos que são desabonadores à postura moral que exige do próximo. Ao invés de esclarecer tais fatos, aliás verdadeiros, opta por repetir a mesma empulhação para fugir das explicações. Faça o que falo, mas não faça o que faço. É com este adágio que o senador foge da imprensa local. Embora a coluna tenha apurado que o assessor enrolado com supostos ilícitos de entorpecentes tenha sido nomeado por indicação de um amigo. Apesar de que o ato em si recaia com razão nas costas de quem nomeou.
SHOW - A Rondônia Rural Show é hoje a principal feira de negócios do agro da Região Norte. Quem esteve na abertura comentou a bela organização com que o evento vem sendo promovido a cada ano. Não faltaram ao evento o desfile de políticos e prováveis candidatos abordando os eleitores. O governador Marcos Rocha, por exemplo, depois de três anos recluso no palácio, caminhava com os apaniguados entre as pessoas sem causar nenhum furor a quem ele cumprimentava. Foram poucas pessoas que o abordaram para uma selfie. A feira de negócios existe independentemente do governo.
VIOLÊNCIA - É assustador o número crescente de violência constatado por órgãos governamentais em Rondônia. Não se ouve um pio do governador para diminuir esta realidade e não se conhece uma estratégia para que as ações governamentais sejam exitosas. Mas o governador pede mais quatro anos para tentar melhorar aquilo que é de sua responsabilidade. Num debate, esta pergunta é obrigatória para que os números sejam contraditados. Caso possam…
Fonte: Jornalista Robson Oliveira / Porto Velho-RO.
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