sexta-feira, 2 de julho de 2021

Robson Oliveira - RESENHA POLÍTICA

 SOLDOS 

Depois de muita pressão o Governo de Rondônia apresentou uma proposta de 25,24 por cento de aumento nos soldos do Policiais Militares e Bombeiros. Não era a reivindicação inicial pretendida, mas é da própria dinâmica de um processo de negociação as partes cederem e encontrarem um percentual comum que compatibilize os interesses econômicos do tesouro estadual e a pressão reivindicatória dos militares.  

 

IDEAL 

Pode não ser o aumento ideal que a tropa almejava em razão da defasagem dos soldos ao longo do tempo. Por outro lado, é um avanço a proposta feita pelo governo já que resistia em não conceder. Entre o ideal e o real há uma distância incomensurável do ponto de vista semântico, embora seja um caminho a ser percorrido com um significado simbólico de avanços. A demora em ceder à reivindicação, por alguém oriundo da caserna como é Marcos Rocha, não minimiza um desgaste que poderia ser evitado.  

 

EXPECTATIVA 

Havia uma expectativa enorme entre os militares de que o governador, por pertencer  à   tropa, melhorasse seus soldos. Nenhum outro governador conhece tanto quanto ele (Marcos Rocha) as distorções salariais e os problemas enfrentados por Militares e Bombeiros. Poucos foram aqueles da tropa aquinhoados com uma convocação para o primeiro escalão do governo e, entre eles, a maioria nomeada é da reserva.  

 

PREVISÕES 

Independente dos eventuais desgastes que o processo tenha provocado, a disposição do governador em manter os canais de diálogos com os colegas militares tem que ser elogiada porque permitiu que o acordo fosse firmado. Caso ouvisse tão somente os burocratas da área econômica com as previsões invariavelmente catastróficas, o desgaste seria irremediável. Cuidar agora para que novas categorias dos servidores públicos não sigam o mesmo exemplo. Ainda que não possuam o mesmo poderio bélico de pressão.  

 

SIGILO 

Uma denúncia que aguarda contestação junto ao Poder Judiciário tem potencial de causar estrondos nas cercanias palacianas. Trata-se de um caso supostamente de malfeitos envolvendo uma auxiliar governamental umbilicalmente com laços fortes ao poder, um deputado estadual e outros agentes públicos. Embora sejam fatos ainda sob sigilo, na boca miúda da política virou conversa de botequim. Na medida em que o tempo passa e o calendário eleitoral entra na pauta cotidiana,  qualquer ruído relativo a malfeito aumenta o desgaste dos mandatários de plantão, principalmente quando envolve pessoas próximas ao núcleo do poder. Voltaremos ao tema oportunamente.  

 

ALVO 

Nesses três primeiros anos Marcos Rocha governou sem uma oposição em seus calcanhares que causasse inconveniências. Com uma administração politicamente sem maiores novidades nem obras vistosas, o governador praticamente administrou a máquina burocrata sem um projeto governamental nem uma proposta inovadora. Conforme o calendário eleitoral se avizinha os possíveis adversários vão cutucá-lo e arregimentarão no legislativo uma oposição com críticas mais ásperas. Marcos Rocha conseguiu tranquilidade para governar longe dos holofotes e das intrigas, agora será compelido a sair do casulo para se defender caso queira voltar a surpreender e vencer mais uma vez as eleições estaduais. A oposição já começou a alvejá-lo e provocando inconveniências políticas. Virou alvo de todos que cutucam seus calcanhares.  

 

SUPERIMPEACHMENT  

A semana começou com muita movimentação em Brasília com uma proposta para que sejam juntados todos os fatos de pedidos de impeachment que tramitam na Câmara Federal em um superimpeachment. O momento não há clima para que a proposta vingue imediatamente, mas os defensores da defenestração do presidente Jair Bolsonaro apostam num desgaste ainda maior do governo para que a proposta avance no Congresso Nacional. Nada melhor para os congressistas do que um governo capengando, o que facilita aos mais afoitos tirarem proveito da situação.  

 

LUTO 

Nos últimos dias as notícias não foram alvissareiras para os profissionais da imprensa com o registro do falecimento de dois ícones do jornalismo rondoniense. Adão Franco, da Rede TV, e Paulo Benito, apresentador de TV, deixam a profissão mais pobre com as suas partidas precoces e os colegas do batente mais tristes. Ambos estavam em seus melhores momentos no exercício do ofício e deixarão muitas saudades. A coluna se junta aos veículos nesta singela homenagem aos dois colegas que partem. Já perdemos nos últimos meses Yodon Guedes, Cleo Subtil e Marcelo Bennesby. Todos merecem ser lembrados e contribuíram para o bom jornalismo. Cada qual em sua área.  



Fonte: Jornalista Robson Oliveira / Porto Velho-RO.



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