Scooter italiano ganha motor maior e modificações discretas para espantar os desprevenidos
O scooter italiano cumpre seu papel de meio de transporte acessível há mais de 70 anos. A simplicidade da construção e da mecânica dos motores de 2 tempos de baixa cilindrada das décadas passadas agora ganha sobrevida nas metrópoles mundo afora com charmosas restaurações de um público jovem que preza o estilo vintage e quer se diferenciar.
Este não foi o caso do alemão Marek Nachlik, que preferiu reconstruir uma Vespa GT do início dos anos 1970 para se divertir com a performance escondida por um exterior despretensioso. Batizada por ele de “Ten Inch Terror” (“Terror de Dez Polegadas”, referência ao diâmetro das pequenas rodas), teve como ponto de partida a ideia de trocar o motor original por outro de 2 tempos e 1 cilindro de maior capacidade, doado de uma enduro Husqvarna WR 360 dos anos 1990.
Foi instalado sob a traseira abaulada a 45° para melhorar equilíbrio e agilidade, ao deslocar parte de seu peso mais à frente e reduzir o centro de gravidade através da menor altura do posicionamento do cilindro. Preparado pelos especialistas holandeses da PowerSeal, originalmente o motor fabricado em Varese, na Itália, produzia 55 cv e agora berra pelo escapamento dimensionado com uma enorme câmara de expansão antes da ponteira, tudo parcialmente camuflado pelo para-lama traseiro.
Para aproveitar a nova enxurrada de potência, Marek modificou profundamente o chassi instalando um amortecedor embaixo da plataforma conectado ao braço oscilante de uma Yamaha XS 400, radiador também alocado por baixo, pinça de freio radial com disco margarida e dutos revestidos... As rodas mantiveram as 10 polegadas de diâmetro, mas foram reconstruídas a partir de um conjunto Honda Comstar, com tala maior, para receber pneus de scooter modernos com 90 mm na dianteira e 130 mm atrás, além de aproveitar o tambor traseiro de CB 750.
A parte traseira, originalmente uma estrutura central que faz parte do monobloco, na qual se fixam dois para-lamas laterais, foi reconstruída em peça única. Assim abriu espaço para o maior volume dos novos componentes e facilitou o acesso através de dobradiças para abertura ou mesmo uma rápida remoção completa. Acima o banco se transformou em monoposto, foi afinado em metade da altura e termina arredondado como numa café racer, dando continuidade à linha da traseira e servindo também de apoio nas fortes acelerações.
Sempre respeitando a estética da Vespa, o sistema elétrico reprojetado usa iluminação por LEDs em farol e lanterna que mantêm o formato retrô e um painel digital Motoscope Pro, em semicírculo, foi discretamente embutido no conjunto frontal. Permanece todo preto quando desligado e exibe os dados em vermelho ao ser girada a chave de ignição. Finalmente, uma bomba elétrica foi incorporada para enviar a gasolina do tanque construído onde era o porta-luvas até o carburador sob o banco, modificação que foi necessária para abrir espaço para o motor Husqvarna, pois antes o tanque era acessado ao se levantar o assento.
Fonte: Revista Duas Rodas.
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