quarta-feira, 23 de junho de 2021

COLUNA DO HERÓDOTO - Parece, mas não é

Divulgar notícias falsas sobre os adversários e inimigos é tão antigo como as conquistas romanas na antiguidade. Faz parte de uma guerra psicológica hoje que consiste essencialmente em manejar toda a tecnologia com o propósito de abalar a moral dos opositores do governo. Grupos supostamente anônimos sabem da profunda influência principalmente pelas possibilidades quase ilimitadas do seu uso como arma para desmoralizar os adversários, assassinar reputações de pessoas, entidades e empresas. É um vale tudo que chega através principalmente no compartilhamento das redes sociais, e muita gente se esquece de se perguntar se o que está alí é verdade ou não e na dúvida … compartilhar. Os romanos infiltravam pessoas no campo do inimigo para criar cizânia, desinformação e confusão no exército inimigo.

As novas tecnologias dificultam ainda mais as autoridades de identificar quem são os produtores e divulgadores de fake news e responsabilizá-los na justiça. Para montar um centro irradiador de notícias falsas é preciso sigilo, um número limitado de operadores, um local indeterminado, mas de grande alcance populacional. É exigido um alto grau de perfeição para que o público acredite no que está sendo divulgado e para isso há um treinamento especial para selecionar os temas mais impactantes e mais difícil de serem checados pela audiência. Tudo fantasiado de verdade. Pelo menos é assim que age o exército do Tio Sam.

A questão moral de se financiar uma geradora de fake news está fora de cogitação, é o vale tudo uma vez que o mundo está mergulhado na Segunda Guerra Mundial. O comando americano na Europa decide implantar no Luxemburgo uma emissora que usa a mais recente tecnologia do rádio para instalar uma emissora destinada a confundir os nazistas que resistem ao avanço das forças Aliadas. Nasce a Operação Annie. Ela se apresenta falsamente como uma rádio militar alemã, patriótica, com tendências independentes e propagadora de notícias falsas para confundir o exército inimigo. Ela é inaugurada em 1944 e funciona até o final do conflito, quando o Reich é definitivamente derrotado em maio de 1945, com a chegada das tropas soviéticas que tomam a capital Berlim.



Fonte: Jornalista Heródoto Barbeiro / Record News-SP.








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