segunda-feira, 7 de junho de 2021

Blog do Caminhoneiro entrevista proprietário de um dos caminhões mais confortáveis do mundo

 

Eddie Haul é caminhoneiro, e vive hoje em dia na cidade de Sacramento, na Califórnia. Ele morava em Sorocaba, no Estado de São Paulo, e hoje é proprietário de um Kenworth T680 novinho, transportando cargas frigorificadas nos Estados Unidos.

O T680 é um dos caminhões mais confortáveis produzidos no mundo, e Eddie nos contou um pouco sobre sua rotina de trabalho e sobre o caminhão.

Eddie estudou nos Estados Unidos entre 1996 e 1998, e, em 2007, decidiu se mudar definitivamente para o país. Inicialmente, ele trabalhou com um caminhão Peterbilt, com estilo clássico.

Há cerca de 30 dias, o transportador recebeu seu novo KW T680, modelo 2022. O preço pago, por meio de financiamento, é de US$ 168 mil, e Eddie usa o caminhão para operação, como agregado, na empresa Ultimate Innovations, transportando itens refrigerados e de carga seca, no mesmo implemento.

“Eu trabalhava em uma companhia que tinha muitos caminhões, muitas marcas, e me tornei o chefe de transporte. Na hora que eu fosse comprar um caminhão, eu gostaria de conhecer os números que esses caminhões entregam para o proprietário”, disse.

De acordo com Eddie, a empresa tinha modelos Kenworth, Peterbilt, Mack e de várias outras marcas em sua frota. Além dos números de desempenho, ele analisou também aspectos como a manutenção oferecida pelo pós-venda das várias marcas, incluíndo o tempo de entrega dos veículos após entrarem na oficina, e a recorrência dos problemas.

“Eu, como todo brasileiro, gosto dos modelos clássicos. Mas eu escolhi o Kenworth T680 por ter uma Kenworth em toda esquina nos Estados Unidos. Quando acontece alguma coisa, eles arrumam e eles são rápidos, não ficam com o caminhão muito tempo, e ainda são mais em conta que as outras marcas”, ressalta o caminhoneiro.

Além dos conhecidos atributos mecânicos e visual imponente do modelo Kenworth T680, o conforto é reconhecido internacionalmente como um dos melhores do mundo.

“O caminhão é muito confortável. De todos que eu já trabalhei, ele é o mais confortável para o caminhoneiro. Eu viajo, fico um mês, um mês e meio fora, ele é o mais bonito e o mais luxuoso por dentro”, afirma.

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Eddie também destaca que outros modelos, como os Volvo ou Freightliner oferecem cabines grandes com muitas comodidades, mas não tem o mesmo nível de acabamento interno e conforto para o motorista. Além disso, algumas marcas usam materiais mais simples no acabamento, diferente do KW, que é de primeira linha.

Outro destaque do modelo adquirido por Eddie é o tamanho da “cabine de comando” do veículo. Por ter a cabine totalmente integrada ao leito do veículo, diferente de modelos clássicos, o caminhão oferece um espaço muito maior entre os assentos, com maior facilidade para locomoção interna, e maior altura para o motorista.

“Para quem fica um mês fora de casa, esse caminhão é uma casa”.

Quando vivia no Brasil, Eddie tinha uma transportadora com 25 caminhões, entre Volvo e Mercedes-Benz, além de contar com cerca de 100 motoristas agregados, transportando cimento na região de São Paulo.

“Nunca tivemos outras marcas no Brasil, e entre as duas, a nossa paixão era o Volvo, por deixar mais dinheiro e dar menos manutenção. Esses Volvo não davam problema. Duas viagens por dia, de Santa Helena para São Paulo, o caminhão foi dar problema depois de quase dez anos de uso”.

O T680 de Eddie é equipado com o motor Paccar MX-13, de 12,9 litros e seis cilindros, com 510 cavalos de potência. Esse motor é semelhante, na maioria dos aspectos, ao motor oferecido nos modelos DAF XF e CF, que são vendidos no Brasil. Nos EUA ele é oferecido com potências de 405 a 510 cavalos de potência, com torque que varia 2.000 a 2.500 Nm. O câmbio é Eaton, manual.

O interior do modelo de Eddie é caramelo, diferente do padrão original, que é cinza, na versão mais completa, com todos os itens opcionais para o interior.

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Outro ganho considerável do modelo, além do conforto, é no consumo de combustível, que, mesmo em um país como os EUA, onde o combustível é considerado barato, faz diferença no final das contas.

“Eu trabalhava com um Peterbilt 2007, clássico, e eu não conseguia fazer 6 milhas por galão de média (2,55 km/l). Com o T680 novo, pelas contas que faço, chega a 8,8 a 9 mpg (3,74 a 3,82 km/l)”, destaca Eddie.

Comparando os dois modelos, mesmo com o Peterbilt quitado e sendo mais barato, o custo a cada 10 mil milhas rodadas, o T680 economiza US$ 2.185 em combustível, pagando o valor que Eddie paga de prestação do veículo novo, financiado.

“Eu sai de um caminhão velho, estou com um modelo novo, e ele mesmo se paga. Só o dinheiro que eu deixo de gastar nele já paga a prestação”, disse ele, destacando que o financiamento será pago em cinco anos.

Caso continuasse a trabalhar com o Peterbilt, o valor gasto a mais com o combustível continuaria sendo pago após os cinco anos, além do caminhão antigo dar mais manutenção.

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O Kenworth T680 é um modelo que se tornou o grande sonho do caminhoneiro norte-americano, pela série de comodidades que oferece. Entre as novidades da nova geração do modelo, está o sistema Auto Start, que permite que o motorista usufrua de todos os sistemas instalados no veículo, como ar-condicionado, climatizador, TV, geladeira, fritadeira elétrica e outros itens, sem que o motor do veículo fique permanentemente ligado, como acontece muito frequentemente nos EUA, onde os veículos permanecem ligados, mesmo à noite, em postos de combustível, enquanto o motorista dorme.

Esse Auto Start tem duas baterias extras, de grande capacidade, instaladas sob a cabine, que fornecem energia para todos os sistemas do veículo. Caso a carga fique muito baixa, o caminhão liga automaticamente por algum tempo, até que a carga das baterias seja suficiente para manter tudo funcionando por mais um período. De acordo com Eddie, na estrada, dificilmente o veículo liga sozinho, acontecendo com mais frequência quando o veículo fica parado por mais de 36 horas seguidas, como em finais de semana que passa em casa.

Eddie também nos conta que, se não tivesse vendido o caminhão antigo, não conseguiria comprar um modelo novo, devido a todos os custos que um caminhão mais antigo traz. Tendo o caminhão novo, colocando tudo na ponta do lápis, é possível inclusive comprar outros caminhões mais antigos, para vender e lucrar, por exemplo.

“Você sempre acaba pagando, de uma forma ou de outra, é só a fórmula que vai mudar. Eu tinha opção de ficar com o caminhão velho e pagar os US$ 2.175 a vida inteira, e vendo o pessoal economizando esse valor. Eu fiz essa conta, e vi que é muito mais vantagem você estar em um caminhão mais confortável, com toda a tecnologia que os Estados Unidos oferece”, disse.

Assim como acontece no Brasil, o custo com o combustível também é o maior custo para o transportador, por isso, cada centavo economizado faz diferença.

A Kenworth também oferece garantia praticamente ilimitada, de para-choque a para-choque, por 550 mil milhas rodadas. Caso precise realizar algum serviço dentro da garantia, a empresa em que o caminhão está agregado oferece um caminhão reserva, para ser usado enquanto o veículo de Eddie precisar ficar parado.

Isso é feito para que as cargas que a empresa precisa transportar não fiquem paradas. E também não há custo para o transportador nesse caso.

“Esse é o suporte que eles dão numa eventualidade do seu caminhão quebrar e ter que ficar numa concessionário”, disse.

Eddie também afirma que a vontade de ser caminhoneiro surgiu nos Estados Unidos. Apesar de terem uma transportadora no Brasil, nunca se interessou pela profissão por aqui.

Querer trabalhar como caminhoneiro nas terras do Tio Sam veio após ver notícias sobre a grande escassez de mão-de-obra no setor, além do crescimento dos salários pagos aos motoristas. Por isso, Eddie tirou a CDL e iniciou sua trajetória, que culminou agora na compra do primeiro T680.

“Conhecendo tudo, dirigindo, optei pelo T680 e não me arrependo. Estou pretendendo pegar um segundo caminhão, e, sem dúvida nenhuma, será outro T680. Financeiramente, é um caminhão que vai te dar um retorno e você vai pagar sem sentir”, finaliza o caminhoneiro.

Eddie Haul também mantém um canal no Youtube, onde mostra um pouco da sua rotina diária de trabalho pelas estradas da América do Norte. O canal pode ser acessado pelo link https://www.youtube.com/channel/UCBXL7A7yqbZ2x3LsJBEvGqA.

Fonte: Blog do Caminhoneiro.




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