Fabricantes já foram livres para criar motos cada vez mais rápidas, desde que respeitassem o limite de cilindrada. Honda, Yamaha e Suzuki não desperdiçaram a chance!
Ainda parece improvável que motos tão sofisticadas sejam criações de mais de 50 anos. Antigamente as regras no campeonato mundial de motovelocidade não limitavam os projetos das fabricantes para torná-las parecidas, exceto pelo limite de cilindrada que dividia as categorias. Assim os engenheiros ficaram livres para experimentos cada vez mais que superassem as concorrentes.
Foi o caso desta Honda RC166 que, em 1966, já usava um motor 250 com 4 válvulas para cada um dos 6 cilindros e beirava os 240 km/h! A seguir, conheça protótipos que foram exemplos de criatividade dos departamentos de competição de Honda, Yamaha e Suzuki na busca por títulos nos anos 1960.
Honda RC166
Partindo de um protótipo idealizado em 1964, a RC166 foi criada dois anos depois e dominou as pistas naquela temporada. Utilizava um pequeno motor de 6 cilindros em linha com apenas 250cc. O pequeno motor já era equipado com 4 válvulas por cilindro (comando duplo no cabeçote) inclinadas de forma a moldar uma câmara de combustão com a cabeça do pistão em “V”.
A RC166 era uma 250 com 7 marchas capaz de gerar 64 cv a vertiginosas 18.000 rpm, suficientes para beirar 240 km/h. Pesava apenas 112 kg e foi duas vezes consecutivas campeã mundial da categoria pelas mãos do piloto inglês Mike Hailwood. No ano de estreia venceu as 10 corridas da temporada.
Yamaha RA31A
Impressiona pela complexidade do motor de 4 cilindros e 2 tempos em “V”, com capacidade de apenas 125cc. Usava válvulas rotativas de disco, portanto o pistão não fazia o papel de válvula nas janelas do cilindro, e tinha carburadores instalados nas laterais do motor.
Era capaz de desenvolver 42 cv a 17.400 rpm e contava com câmbio de 9 marchas para fazer seus 95 kg ultrapassarem 220 km/h. Um desempenho altíssimo para um tempo em que sequer os freios a disco eram comuns em motos de competição. A RA31A foi vencedora de dois mundiais com os pilotos ingleses Bill Ivy e Phil Read, respectivamente em 1968 e 1969.
Suzuki RP68
Criada pela Suzuki em 1967 para disputar o campeonato mundial de 1968, infelizmente não pôde mostrar do que era capaz porque a Federação Internacional de Motociclismo alterou o regulamento e determinou que as motos de 50cc tivessem apenas 1 cilindro e câmbio com até 6 marchas.
Seu motor de 2 tempos e apenas 50cc contava com refrigeração líquida nos 3 cilindros em “V”, 2 na horizontal e 1 na vertical. O mais curioso é que este propulsor contava com câmbio de 14 marchas! A potência era de 19 cv a 20.000 rpm em uma moto de apenas 58 kg, que atingia 170 km/h.
Honda RC148
De 2001 a 2006 a Honda disputou o mundial com um singular motor de 5 cilindros em V e 990cc. Mas este número de cilindros, incomum numa moto, não era novidade.
A Honda foi a primeira fabricante a utilizar um motor de 5 cilindros em linha, em 1965, quando projetou a RC148. Já tinha 4 válvulas por cilindro e comando duplo no cabeçote, com 124cc. Era refrigerado apenas por ar, mas gerava 30 cv a 20.000 rpm.
No ano seguinte a Honda lançou a RC149, praticamente a mesma moto com o motor um pouco maior. Passou a 124,4cc com câmbio de 8 marchas em vez de 7, para aproveitar melhor os 34 cv a 20.500 rpm. Pesava 85 kg e atingia 210 km/h. Venceu o campeonato da categoria nas mãos do piloto suíço Luigi Taveri.
Fonte: Revista Duas Rodas.
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