INCOMPETÊNCIA - Mesmo com o Tribunal de Contas disponibilizando cinquenta milhões de reais do seu orçamento próprio para que sejam investidos na construção de uma nova unidade de saúde na capital, substituindo o atual João Paulo II, o Governo do Estado não consegue abrir uma mísera conta exclusiva para receber os recursos. Por três vezes o Tribunal de Contas do Estado notificou a Sesau para que tomasse as providências necessárias à transferência dos recursos, mas, até agora, nada foi feito.
DESVIOS - Embora a ação do TCE não seja comum aos demais tribunais estaduais, visto que invariavelmente buscam recursos para investir nas suas próprias estruturas, o rondoniense abriu mão de suas receitas para que o estado utilizasse os recursos na melhoria da unidade saúde com a construção de um novo Pronto Socorro, já que o João Paulo virou caso de polícia. É incompreensível a inoperância estadual em não conseguir abrir uma simples conta para que o dinheiro seja depositado. O que o TCE não aceita é repassar a dinheirama para a conta única do estado, em razão de evitar que sejam desviados para outras finalidades.
TÓXICOS - Duas ações policiais feitas na semana passada, apesar de independentes, terminaram se interligando pelo conteúdo das investigações que desvendaram a ação predatória ao meio ambiente de grupos madeireiros e suas extensões com o mundo do tóxico. Avaliando com cuidado tais ações deduzimos que todas as operações foram bem montadas e executadas com um profissionalismo incomum. Sem alardes, as autoridades responsáveis pelas investigações surpreenderam os investigados com resultados exitosos.
PILATOS - Em entrevista a uma emissora de rádio no interior, o coronel governador Marcos Rocha (PSL) lavou as mãos em relação às tarifas exorbitantes que estão sendo aferidas nos relógios que medem o consumo de energia elétrica do rondoniense ao declarar que não tem o que fazer. É absoluta verdade o que disse o senhor governador que não tem como exigir da empresa de energia que baixe suas tarifas. É um setor de responsabilidade do Governo Federal que tem privatizado todas as companhias estaduais sob a falsa alegação ao prometer melhorar os serviços. A Energisa venceu um leilão nacional ao incorporar em seu patrimônio a Centrais Elétricas de Rondônia – incorporou somente a banda boa, haja vista que todo o passivo da Ceron foi consolidado na dívida estadual que sangra o tesouro estadual – e cobra as tarifas conforme as regras de mercado estabelecidas pela ANEEL.
MÃOS LIMPAS - Mesmo não podendo interferir diretamente nas tarifas cobradas pela Energisa, o governador, como gestor político e administrativo dos interesses de Rondônia, tem (teria) força política para interferir com cobranças no campo político. Não podemos esquecer que no boleto há vários penduricalhos relativos a taxas e impostos que governo e municipalidade poderiam abrir mão em favor do consumidor mais descapitalizado. Lavar as mãos não é a melhor saída para quem lidera a tropa. Ou tenta.
VIRALIZOU - No final de semana viralizou nas mídias sociais, em particular nos grupos de WhatsApp, uma coreografia desengonçada feita pelo governador nas escadarias do Palácio Madeira em comemoração ao dia do servidor público. Enquanto o governador, acompanhado por colaboradores fora de ritmo, rebolava nas escadarias palacianas, o servidor não tinha o que comemorar e são compelidos a requebrar para sobreviver com salários aviltados. Não há o que comemorar na data destinada aos barnabés, seja do ponto de vista de carreira e financeiro, seja em relação ao desempenho dos coreógrafos. Mas viralizou o reboleio.
TUMBA - É sempre assim: em todo período pré-eleitoral começam as especulações sobre eventuais candidaturas que não passam de lorotas para encher linguiça. Já estão ressuscitando das tumbas nomes para disputa de prefeituras que não passam de blefe. Como nestas eleições as coligações estão proibidas, os partidos vão lançar os nomes mais competitivos ao cargo majoritário, caso contrário afundam as nominatas de vereadores. Ademais, as campanhas mudaram e continuam em mutação de um para outra, e ninguém assusta tanto quanto o desconhecido. Já os nomes carimbados dificilmente terão as tumbas abertas. Quem viver verá!
SAÍDA - Sem clima nem espaço para permanecer no PSDB, já que não é ouvido em nada, o deputado estadual Laerte Gomes vai buscar na justiça uma saída jurídica para ingressar em outra legenda sem ferir a regra da fidelidade partidária. O destino deverá ser o PL – antigo Partido da República. Com ele seguem para o Partido Liberal vários vereadores e prefeitos.
ESTABILIDADE - O Governo Federal deverá encaminhar ao Congresso Nacional mais uma reforma que vai suscitar muita polêmica por mexer com direitos já consagrados ao longo da nossa história. A reforma administrativa do funcionalismo público traz em seu bojo novas regras para contratação, ou seja, acaba com a estabilidade e flexibiliza o processo de demissão, fragilizando a carreira no poder público. O presidente Bolsonaro nunca escondeu que é contra a estabilidade e tem como opinião que o servidor público possui muitos direitos que, para ele, atrapalham o estado. O que não vai faltar é barulho.
NITRO - Basta conceder uma entrevista para que o presidente Jair Bolsonaro arrume mais confusão. Segundo pessoas próximas, é o estilo belicoso do nosso mandatário. Ele atira para todos os lados e, a fazê-lo indiscriminadamente, vira alvo fácil para seus opositores. O que não falta na administração do capitão é confusão e quando tudo aparenta se acalmar, os filhos (zero 1, zero 2 e zero 3) colocam fogo.
MERECIMENTO - A Assembleia Legislativa de Rondônia voltou a conceder um título de cidadão rondoniense a mais uma autoridade que tem serviço prestado ao estado. Desta feita a condecoração foi destinada ao Conselheiro do Tribunal de Contas Wilbert Coimbra. A coluna abre espaço para homenagear os senhores parlamentares pela atitude, uma vez que o homenageado passou de forma impecável pelo Poder Legislativo, mas, antes disso, trilhou com galhardia desde o andar de baixo um caminho espinhoso para alcançar ao andar de cima. Wilbert nunca escondeu sua origem humilde desde sua chegada a Rondônia, oriundo do Maranhão, quando iniciou uma meteórica carreira na Polícia Militar, depois deputado estadual, professor universitário, e, finalmente, Conselheiro do Tribunal de Contas. Nunca esqueceu as origens, razão pela qual mantém uma vida tranquila, gestos grandiosos e generosidade imensurável. É aquele cara da melhor qualidade. Tem estatura para a comenda e trabalho pelo estado para a homenagem.
Fonte: Jornalista Robson Oliveira / Porto Velho-RO.
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