Dos oito deputados federais de Rondônia, somente Silvia Cristina votou favorável a retirar o Coaf de Sérgio Moro. A deputada Jaqueline Cassol (PP), irmã do condenado Ivo Cassol, fugiu do plenário
A deputada federal Sílvia Cristina (PDT-Rondônia) despertou a fúria das redes sociais na noite desta quarta-feira ao votar a favor de retirar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) das mãos do ministro da Justiça, Sérgio Moro.
O voto da deputada rondoniense atende a um desejo de parlamentares flagrados pela Lava Jato e que queriam se vingar do ex-juiz federal e atual ministro da Justiça.
Em entrevista ao Jornal Nacional há alguns dias, o ministro antecipou o que aconteceria se o Coaf saísse do controle do Ministério da Justiça:
“Em matéria de segurança pública e enfrentamento ao crime organizado, a integração é tudo. Nós, então, entendemos que o Coaf é um órgão extremamente importante para a prevenção da lavagem de dinheiro. E isso vai facilitar a integração principalmente com os órgãos policiais e do Ministério Público. Assim, isso vai facilitar o enfrentamento a lavagem de dinheiro, ao crime organizado e a corrupção. Essa é a ideia. O presidente Bolsonaro, assim como eu, nós respeitamos a decisão do Congresso. Nós estamos respeitosamente querendo convencê-los de que o melhor lugar para o Coaf é aqui no Ministério da Justiça. Agora, evidentemente, a decisão é dos parlamentares.”
Nesta quarta-feira, Sílvia Cristina e mais 227 colegas decidiram que o Coaf deve sair do controle de Sérgio Moro. Outros 210 parlamentares votaram por manter o órgão sob o comando do ex-juiz federal, que se notabilizou por mandar para a cadeia vários corruptos envolvidos na Operação Lava Jato.
O Coaf é essencial para o rastreamento de fluxos de dinheiro ilegal. Com o avanço da tecnologia digital e a elevada informatização do sistema bancário do país, o conselho, criado em 1998, se converteu em ferramenta básica na segurança pública.
MORO LAMENTOU
Sergio Moro lamentou a decisão do plenário da Câmara que transferiu o Coaf para o Ministério da Economia.
“Sobre a decisão da maioria da Câmara de retirar o Coaf do Ministério da Justiça, lamento o ocorrido. Faz parte do debate democrático. Agradeço aos 210 deputados que apoiaram o MJSP e o plano de fortalecimento do Coaf”, disse a O Antagonista.
A devolução do Coaf para o Ministério da Economia enfraquece o poder investigativo do órgão, de acordo com especialistas em combate à corrupção.
Dos oito deputados federais de Rondônia, somente Silvia Cristina votou favorável a retirar o Coaf de Sérgio Moro.
O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PSL) votou a favor de Sérgio Moro, seguido por Expedito Netto (PSD), Mauro Nazif (PSB) e Léo Moraes (Podemos).
A deputada Jaqueline Cassol (PP), irmã do condenado Ivo Cassol, fugiu do plenário
O deputado federal Lúcio Mosquini (MDB) estava cumprindo agenda oficial em Rondônia, representando a Câmara dos Deputados numa comitiva que acompanhou o lançamento, nesta quarta-feira, da 7ª Feira Internacional Rondônia Rural Show, em Ji-paraná, o maior evento do agronegócio da Região Norte, que tem 534 expositores.
A deputada federal Mariana Carvalho (PSDB) está em missão oficial da Câmara na Assembleia Mundial de Saúde.
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