Por que distritos importantes, com boa infra estrutura e população; com perspectivas concretas de se manterem com seus próprios recursos, com uma economia sólida, como os que compõem a Ponta do Abunã, na região de Porto Velho e Tarilândia, em Jaru, não conseguem se emancipar de jeito nenhum? Há vários motivos, mas se ter uma resposta correta e objetiva, é necessário entrar no Túnel do Tempo. E voltar, principalmente, para década de 90, quando, por absurda irresponsabilidade de governos e da classe política como um todo, foram criados nada menos do que 1.079 novos municípios, a grande maioria deles sem chance alguma de sobrevivência, sem mamar todos os seus custos dos já combalidos cofres públicos do país. De olho nas próximas eleições (esse câncer ainda não foi extirpado da vida pública nacional, já que as temos a cada dois anos, o que é um absurdo!), a politicalha, ou seja, o lado podre da política, foi autorizando criar novas cidades, sem avaliar o que isso representaria de danos ao país. Dos atuais 5.570 municípios, 1.079 ou quase 20 por cento, foram criados em pouco mais de uma década. O custo disso é astronômico. E que não se dIga que o sul do país é a área onde há mais preocupações em pensar o país. Pois foi lá que se criaram 318 novas cidades, nesse período. Na nossa região norte, foram 152 novos municípios. Muitos deles, aliás, em Rondônia |Em alguns casos, há os que, até hoje, se tivessem continuado distrito, não faria diferença alguma.
Só para se ter ideia, 75 por cento dessas novas cidades não têm sequer 10 mil habitantes. Se não recebessem recursos do Fundo de Participação dos Municípios, a grande maioria dessas cidades já teria sucumbido. Há casos inacreditáveis, como os de Minas Gerais, estado que tem hoje mais de 850 cidades. Todas criadas nos tempos do esperto Magalhães Pinto, de olho novos votos e no FPM para seu Estado. É em Minas, aliás, que fia o menor município brasileiro: Serra da Saúde, com apenas 786 almas. Borá, no interior de São Paulo, tem só 836 pessoas. E por aí vai. Se unissem pelo menos dez cidades pequenas que fazem divisa, em vários pontos do Brasil, se poderia então criar uma cidade média. Toda essa bandalheira acabou freando a criação de novos municípios no país. Felizmente, por um lado, porque acabou com essa baderna oficializada, mas infelizmente por outro, porque regiões que merecem a emancipação e têm todas as condições, como os distritos de Rondônia, já citados, são punidos e não podem se tornar independentes. Os maus políticos já fizeram muita coisa ruim contra esse país e continuam fazendo. Mas poucas vezes foram tão irresponsáveis como os que, no final da década de 90 e até meados dos anos 2000, ajudaram a criar tantas micro cidades, que hoje vivem apenas às custas do resto do brasil. Lamentável
AS REDES SOCIAIS VOCIFERAM...
As redes sociais fervilham de críticas contra membros da bancada federal de Rondônia, no caso da votação da retirada do COAF do ministério sob comando de Sérgio Moro (o da Justiça e Segurança Pública), passando-o para o Ministério da Economia. O principal alvo da fúria dos internautas rondonienses é a deputada do PDT de Ji-Paraná, Silvia Cristina. Ela foi a única a votar com o Centrão, o grupo político que se uniu para votações contra projetos do interesse do governo Bolsonaro. Outros três parlamentares também foram criticados, por terem se ausentado da votação: a tucana Mariana Carvalho; a presidente regional do PP, Jaqueline Cassol e o líder da bancada, Lúcio Mosquini, do MDB. Os quatro que votaram com o governo e apoiaram a ideia de Moro e manter o COAF sob o comando do seu Ministério, foram Léo Moraes (Podemos), Expedito Netto (PSD), Coronel Chrisóstomo (PSL) e Mauro Nazif (PSB). Esse quarteto não recebeu os elogios que se imaginava, porque os internautas preferiram cair de pau naqueles que não estiveram ao lado da manutenção do sistema de investigação de crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha no Ministério de Sérgio Moro. O assunto ainda vai render muito. O Centrão e seus agregados, além da oposição, é claro, venceram a disputa por um pequeno número de votos apenas 18.
LÚCIO, JAQUELINE E MARIANA COMENTAM...
Os três parlamentares que não participaram da votação nesta quarta, fizeram questão de dar explicações. Jaqueline Cassol explicou, em nota, que estava doente. Tem um problema de labirintite, que se agravou durante evento em que participou na quarta de manhã. Atendida pelos médicos da Câmara, foi orientada a ficar em repouso, ao menos até a crise passar. “Jamais fugi das minhas responsabilidades”, afirmou, encerrando que “o mais importante é minha saúde”. Jaqueline não disse se votaria pela manutenção do COAF sob o comando de Sérgio Moro ou se votaria pela volta do órgão ao Ministério da Economia, tese que acabou vencendo no voto, contrariando o desejo do Governo. O líder da bancada, Lúcio Mosquini, explicou que estava, autorizado pela Presidência da Câmara, entregando máquinas e equipamentos em Rondônia, materiais adquiridos graças às emendas dos parlamentares da nossa representação no Congresso. Na quarta, por exemplo, esteve na Rondônia Rural Show, em Ji-Paraná, cumprindo essa missão. Também não abriu seu voto sobre o assunto COAF. Já Mariana Carvalho, que está no exterior, junto com o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, representa a Câmara Federal na Assembleia Mundial de Saúde, em Zurique, na Suiça. Disse que se não estivesse no exterior, participaria da sessão e votaria a favor da permanência do COAF sob o comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
SILVIA CRISTINA E ROSÁRIA HELENA
Aliás, sobre a deputada Silvia Cristina, leitores e internautas divulgaram, em alguns dos 40 sites em que essa coluna é publicada, que houve um erro de informação. Segundo eles, o texto de dias atrás, informava que Silvia era a primeira negra a ser eleita por Rondônia. Corrigiram os atentos leitores de que, na verdade, a primeira mulher negra a ser eleita deputada foi Rosária Helena, figura muito querida e que ainda hoje faz falta na vida pública rondoniense. Se fosse esse o raciocínio, teria que se citar também Silvana Davis e Odaísa Fernandes. A coluna, contudo, mantém o que escreveu. Ora, se o texto sobre o sumiço de Silvia Cristina se referia a ela e a sua função, de deputada federal, é óbvio que a coluna se referia à Câmara Federal e não a outro nível de poder ou instituição. Ou seja, Silvia Cristina foi sim a primeira negra a ser eleita para o Congresso Nacional, por Rondônia. Como o texto era sobre a Câmara, não há outra comparação. De qualquer forma, é sempre bom ter leitores acompanhando o blog Opinião de Primeira e o que nele é divulgado. A média diária de leitores, segundo os mais recentes levantamentos, está beirando os 50 mil acessos/dia, somando-se as várias regiões do Estado, embora esse número, em determinados dias, seja muito maior, eventualmente. Somos gratos.
POR QUE O JOÃO PAULO II SUPERLOTA?
Basta andar pelos bairros de Porto Velho, nos finais de semana, para se compreender dos motivos de tantos mortos, aleijados e feridos no nosso trânsito, principalmente em acidentes ocorridos nas noites das sextas, sábados e domingos. O atual secretário de saúde do Estado, Fernando Máximo, já fez isso pessoalmente. Percorreu algumas regiões da Capital, nesses dias. O que viu o assombrou. Em frente a muitos bares, 20, 30 motos estacionados. Lá dentro, seus condutores e caroneiros estão bebendo. Alguns bebendo muito. A partir da meia noite, quando começam a sair desses locais, os motociclistas, já embalados por dosagens muito altas de álcool, saem para cont8nuar a noitada ou até para irem embora para casa. Os resultados, todos sabemos. Sete em cada dez pessoas internadas no João Paulo II (algumas morrem pouco depois; outras ficam aleijadas; outras com sequelas para o resto da vida e ainda há as que demoram meses, senão anos para se recuperarem totalmente), são vítimas de acidentes violentos de trânsito, envolvendo motos. Claro que é necessária repressão, multa, prisão, apreensão do veículo. Mas é importante também constantes campanhas de conscientização e informação sobre essa drama. Aí é que deveria entrar o Detran. Há pelo menos três anos não há uma só campanha do órgão, em nível estadual, para tentar diminuir os acidentes. Não está na hora e agir?
TEM GRANA PARA A PONTE
Convidado pessoalmente por Marcos Rocha, o governador do Acre, Gladson Camelli, esteve na Rondônia Rural Show, acompanhado de secretários e assessores. No contato com a imprensa, Camelli confirmou uma boa notícia para a região: não faltarão recursos para concluir as obras da ponte sobre o rio Madeira, na Ponta da Abunã, que, aliás, está quase pronta. Junto com Rocha, Camelli destacou que os dois governantes estão trabalhando em conjunto, para que o organograma da construção seja cumprido e que não faltem recursos ao Dnit, até que tudo esteja pronto. Uma mudança no projeto original, em função da necessidade de elevação das vias de acesso à ponte, poderiam atrasar o trabalho, caso não houvesse recursos disponíveis nos cofres da União. Para Camelli, contudo, essa hipótese está descartada. Para ele, a obra, histórica, já que ligará pela primeira vez na história o Brasil de ponta a ponta, via terrestre, não corre o risco de atrasar e deve ser aberta no segundo semestre deste ano, provavelmente entre os final de agosto e início da setembro. Vamos ver se a previsão do governador acriano se confirmará mesmo ou se ele está sendo otimista demais!
SINTOMA DE UM PAÍS DOENTE...
A absurda inversão de valores que domina alguns setores da vida brasileira, teve mais um capítulo que envergonharia qualquer pessoa decente, nessa terra onde muitos vagabundos são tratados como gente boa e gente boa é tratada como se otária fosse. Nessa semana, a polícia civil fez uma operação na Universidade de Minas Gerais, prendendo pelo menos três suspeitos, que estariam envolvidos no tráfico de drogas dentro do campus. A Polícia informou que os agentes percorreram o prédio da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade e centros acadêmicos foram visitados pelos agentes, em busca de mais provas contra os que estariam envolvidos no crime. A partir daí é que as coisas mostram como andam algumas cabeças, dentro do mundo universitário. Um grupo de estudantes, ao invés de aplaudir a ação, que buscou tirar de circulação gente denunciada como criminosa, que leva drogas para dentro da Universidade, foi para a frente da Reitoria protestar contra a “invasão” policial, que teria sido feita sem autorização judicial, o que é absolutamente uma inverdade. Enfim, quando os que poderiam ser vítimas dos criminosos se unem a eles para protestar contra o trabalho decente das autoridades, pode-se dizer que, isso sim, é um sintoma claro de um país doente...
PERGUNTINHA
Você acha que a volta do COAF para o Ministério da Economia vai prejudicar a luta contra os assaltos aos cofres públicos e a lavagem de dinheiro ou, como pensa o Presidente Bolsonaro, tudo está dentro do mesmo Governo e as ações continuarão, sem prejuízo das investigações?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO.
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