Brasília, DF - A Petrobras anunciou nesta
segunda-feira (5/11) o aumento do botijão de 13 quilos para R$ 25,07 nas
refinarias, preço médio sem tributos. Segundo a petroleira, a alta
acumulada em 2018 é de R$ 0,69, ou 2,8%, desde janeiro quando passou a
ter reajustes trimestrais.
Tal periodicidade só não foi respeitada no mês passado, porque o
fechamento de três meses coincidiu com a proximidade da data do primeiro
turno das eleições. À época, a justificativa da estatal foi que a
composição de preços tinha que ser reavaliada porque as variações
cambiais não estavam refletindo nenhum movimento consolidado do dólar,
apenas a volatilidade eleitoral.
“De acordo com a metodologia em vigor, a Petrobras havia
aplicado, este ano, duas reduções nos preços, em janeiro e abril, e uma
elevação, em julho. O novo preço representa um ajuste de 8,5%, ou R$
1,97 em relação aos R$ 23,10 vigentes desde julho”, explicou, em nota, a
Petrobras.
“A desvalorização do real frente ao dólar e as elevações nas
cotações internacionais do Gás Liquifeito de Petróleo (GLP) foram os
principais fatores para a alta. A referência continua a ser a média dos
preços do propano e butano comercializados no mercado europeu, acrescida
da margem de 5%”, acrescentou.
O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás
Liquefeito de Petróleo (Sindigás) informou que as companhias associadas à
entidade foram comunicadas pela Petrobras que o GLP para embalagens de
até de 13 quilos ficará mais caro a partir da 0h de 6 de novembro. “O
reajuste oscilará entre 8,2% e 9%, de acordo com o polo de suprimento.
Pelos cálculos do Sindigás, o ajuste anunciado deixa o preço praticado
pela Petrobras para as embalagens de até 13 quilos aproximadamente 29%
abaixo do preço de paridade internacional. O valor do GLP empresarial
está 52,4% acima do preço do GLP para embalagens até 13 quilos”, disse,
em nota.
Para o presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de
GLP, Alexandre Borjaili, o valor do gás de cozinha pode passar de R$
100. “As distribuidoras fazem cálculos e repassam sempre mais para a
revenda, isso porque o gás que sai de São Paulo não é é o mesmo que sai
da Bahia”, explicou. “O que importa para o consumidor é que a alta
sempre será maior do que a anunciada pela Petrobras. Isso porque a
distribuidora diz que a alta será de 8,5%, o que representaria R$ 2. Mas
vai chegar para as revendas de R$ 4 a R$ 6 mais caro”, afirma.
Borjaili lembrou que em janeiro a Petrobras baixou o preço em R$ 1
e nenhuma revenda viu o preço da distribuidora caiu. “Em abril, a mesma
coisa. Mais uma redução na refinaria que não chegou ao ponto de venda.
Agora, quando houve aumento, chegou bem mais alto para nós”, alertou.
“Quando o preço cai, as distribuidoras não repassam isso para os
consumidores, mas quando sobe, sempre aumentam mais do que o índice
divulgado pela Petrobras. Ou seja, quem está ganhando em margem são as
distribuidoras”, destacou.
Na época da greve dos caminhoneiros, quando as revendas pagaram
gás com ágio e tentaram repassar o custo para os consumidores, o
Ministério Público abriu processo investigativo, ressaltou Borjaili.
“Agora, a política de preços livres só funciona para as distribuidoras.
Além do mais, o dólar está despencando e isso não chegou no gás, o que
vem é mais aumento. A Petrobras peca pela omissão”, reclamou.
Fonte: O Observador
Pois é, e continua "entrando o ferro" no povo!
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