O aumento da entrada de dólares do petróleo acarreta uma valorização da moeda local
A partir de 2006, o noticiário ficou um longo período tomado peças especulações surgidas em torno da descoberta das grandes resrvas de petróleo na chamada "camada pré-sal". Dado o volume de reservas, parecia que os problemas econômicos do Brasil seriam finalmente resolvidos: afinal, não faltaria dinheiro para as questões de infraestrutura. Porém, eram reservas localizadas em profundidades que chegavam a milhares de metros no ocenao, e sua exploração demandaria tecnologia específica e muito investimento. Em meio a essas questões, alguns estudiosos do assunto relembraram o caso de países, que, após a desvoberta de grandes reservas petrolíferas, acabaram afundando em graves problemas econômicos. O exemplo mais próximo é o da Venezuela, grande produtora de petróleo, que há tempos vive um drama econômico muito grave do que anrtes da descoberta de suas reservas. Há outros países na mesma situação, como a Nigéria, Iraque, Líbia, Peru, Congo e Angola.
A exploração do petróleo demanda um investimento de alto custo, que, em geral, será financiado pelo próprio óleo a ser extraído. Porém, quando o petróleo começa ser bomeado, muitos governos aumentam desproporcionamente seus gastos públicos em projetos grandiosos, sem leva em conta que os preços voláteis do petróleo poderão inviabilizar esses projetos. Ao mesmo tempo, abanddonam as atividades mais sustentáveis, como o cultivo de grãos, poir torna-se muito fácil importar do que produzir. O aumento da entrada de dólares do petróleo acarreta uma valorização da moeda local, baratendo assim as importações e encarecendo as exportações, num processo denominado de "doença holandesa". Essa expressão foi utilizada pela primeira vez pela revista inglesa "The Economist", para descrever a crise que abateu sobre a Holanda após a descoberta de imensas reservas de gás natural, na década de 1960. Na verdade, não era algo relacionado apenas ao petróleo, mas a todos os recursos minerais encontrados em abundância na natureza.
Neste modelo enconômico, assim que se inicia a exploração das jazidas a economia do país produtor passa por um período de grandes euforia, se especializa na produção daquele produto, e se esquece de estruturar e diversificar sua economia para o longo prazo, e para as épocas de vacas mafras. Com o passar do tempo, os preços do petróleo poderão despencar, com a instalção do caos. A "doença holandesa" é um fenômeno complexo, que envolve vários aspectos macroeconômicos, não abordados neste breve texto. Porém, a ideia central aqui fo apenas chamar a atenção para a possbilidade de sua ocorrência no Brasil, quando os imensos campos das reservas do pré-sal estiveram sendo explorados a todo vapor. Essa ressalva nunca será por demais principalmente num país refém da commodities e de políticos nem sempre interessado no bem da coisa pública.
Fonte: João Francisco Neto / Advogado, doutor em Direito Econômico e Financeiro (USP)-Monte Aprazível/SP - (Jornal Diário da Região).
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