domingo, 3 de julho de 2022

ROBSON OLIVEIRA - Resenha Política

PAPAGAIADA 

O “Veio da Havan”, além de conhecido nacionalmente pela empresa, também é popularmente reconhecido como “Papagaio” pelos trajes verde e amarelo que sempre veste representando as cores da nossa bandeira, e tem, em Rondônia, uma imitação folclórica nestas eleições: é o candidato a candidato a deputado estadual Chico Holanda. Embora ainda não se fantasie de “papagaio”, igual ao “veio da Havan”, Chico adotou o mesmo discurso de um nacionalismo tosco que o “Veio” sempre faz nas aparições públicas. Sem a mesma verve, lógico. Mas com a mesma papagaiada extremada.  

ESTULTICE 

Desde o governo temporário de Daniel Pereira, quando alçou Chico Holanda a supostamente líder empresarial, nomeando-o, inclusive, a funções na Casa Civil, o nosso “Veio” tem se apresentado em nome de um segmento laboral. É uma daquelas pessoas que gravitava anos seguidos no subterrâneo governamental e que rendiam nas rodas políticas algumas menções de estultice em caráter reservado. Daí para se lançar à vida pública foi somente um pinote.  

EXPERTISE 

A postulação do veio Chico a uma cadeira na Assembleia Legislativa não é uma tarefa fácil para quem não possui expertise na área eleitoral, mas a expertise no subterrâneo palaciano, caso obtenha êxito nas urnas, tem tudo para que nos próximos quatro anos lhe rendam boas manchetes. Talvez nem todas alvissareiras.  

OBTUSO 

O discurso extremado e sem conexão ao mundo contemporâneo do nosso dublê de “Veio da Havan", veiculado nas suas mídias sociais, está bem decorado e igualmente caduco. E quando a gente pensa que as opções para votar não são tão boas aí é que a gente percebe que o que está bem ruim pode piorar ainda mais com o êxito eleitoral de candidato que não sabe o que fala, exceto meia dúzia de impropérios ideologizados. O nosso dublê consegue ser mais veio que o original. E mais obtuso.  

BOQUIROTO 

Ao declarar que é o único bolsonarista raiz de Rondônia, o empresário Jaime Bagattoli, pré-candidato ao Senado pelo PL, imagina que todos os eleitores que sufragarão o atual presidente irão votar automaticamente nele. Lorota. Nem nestas eleições, como não o fizeram nas eleições de 2018, onde a onda bolsonarista arrastou ilustres desconhecidos ao Congresso Nacional. É verdade que nas eleições passadas a onda que também sacudiu as urnas rondonienses tirou do anonimato o empresário vilhenense com uma votação bem expressiva; entretanto, insuficiente para elegê-lo a senador. Na ocasião ele esperneou que teria sido surrupiado, outra lorota, e chegou a ameaçar romper com o coronel Marcos Rocha nas eleições em segundo turno. Rompimento que se confirmou meses após a eleição do coronel. De lá para cá passou a tecer críticas acerbas ao ex-companheiro de chapa.  

DESTEMPERADO 

É possível que consiga mesmo a vaga pelo PL para disputar a vaga senatorial, embora a prole de Bolsonaro já tenha manifestado predileção pela deputada federal Mariana Carvalho para a vaga. Quem conhece Bagattoli garante que é uma pessoa imprevisível e que se destempera por qualquer motivo que não seja aquele da sua vontade.  

VAZIO 

Milionário de estatura mediana e voz estridente, mesmo que Jaime Bagattoli seja homologado pela convenção do PL, para não ser traído pelos pares no decorrer da campanha, exigirá dele muita firmeza, voz altiva e alguns milhões para tentar levar com alguma possibilidade de sucesso a postulação. Exceto a suposta amizade com o presidente, de política o milionário não diz nada com nada que sirva de justificativa para o eleitor alçá-lo ao cobiçado cargo. O discurso vazio no Cone Sul até pode vingar, dificilmente ultrapassa com o mesmo ímpeto daquelas fronteiras. Amém!  

MDB 

Dependendo apenas da vontade do deputado federal Lúcio Mosquini o MDB cairá nos braços do governador Marcos Rocha, apesar das resistências de alguns caciques históricos do partido que têm preferência pelos candidatos de oposição. Não estão claras as bases das negociações entre Mosquini e o inquilino do Palácio, embora em privado haja especulações de toda ordem.  

PREÇO 

A falta de novas lideranças e o recuo de algumas delas levaram Mosquini a transformar a história vitoriosa do MDB de Rondônia numa espécie de sublegenda minúscula. Daquelas que aparecem em eleições e que são anexadas por migalhas. O preço político que o MDB vai pagar ao perder sua identidade nas eleições vindouras não será pequeno e exigirá das lideranças históricas mais uma vez reconstruir o partido. Mosquini não possui uma história de militância na legenda, venceu o primeiro mandato em razão dos cargos que assumiu pelas mãos dos velhos emedebistas no DER. Aliás, quando instados a falar sobre o assunto, os velhos emedebistas dizem que o deputado não sabe sobreviver sem as benesses palacianas.  

CANDIDATOS 

Com o senador Confúcio Moura e o ex-senador Valdir Raupp fora das eleições, conforme a coluna apurou, Lúcio Mosquini ficou à vontade para negociar o apoio do MDB com o governador. O partido está isolado e sem a força de outrora para impor condições boas para coligações na majoritária. Amir Lando, também um militante histórico da legenda, pensa em dar uma sacudida e colocar o nome para a vaga senatorial o que pode ser um empecilho nos planos adesistas de Lúcio Mosquini, mas a salvação da história do partido em Rondônia.  

TUCANOS

Diferente do MDB, o PSDB rondoniense agoniza pela revoada das principais lideranças com mandato, mas José Guedes, ex-prefeito da capital, fundador do partido, lançou a candidatura a governador e mantém viva a agremiação. Há quem diga que não tem chance nem grupo para fazer uma campanha competitiva. Pode ser. No entanto, ele mostra que ainda há militante que faz política por idealismo e em razão disto vai à luta indiferente das opiniões contrárias. Nem o prefeito Hildon Chaves, filiado ao tucanato, pode exigir a desistência de Guedes, visto que optou em filiar a esposa  (Ieda) ao União Brasil e é um dos próceres da campanha de reeleição do governador. Quem conhece Guedes sabe que ele vai infernizar a vida do tucano que tentar impedir sua postulação. Aliás, o partido chegou a ser oferecido ao professor Vinicius Miguel para ser o candidato ao Governo. Vini optou em se filiar ao PSB e deu de ombros aos tucanos ao perceber que era um ninho habitado por serpentário. 

COERÊNCIA

Esta coluna nunca poupou o ex-governador Confúcio Moura (MDB) de críticas todas as vezes que considerou oportunas. Também já fez elogios quando tomou posições coerentes, mesmo contrário a senso comum. Agora, demonstrando liberdade política e compromisso com a verdade, Confúcio Moura assinou o pedido de criação de uma CPI para investigar os fatos supostamentes ilegais no âmbito do MEC. Ele foi o único senador de Rondônia que quer passar a limpo os malfeitos que culminaram com a operação policial. Marcos Rogério (o pit bull governista) e Acir Gugacz (PDT) optaram em não assinar para não contrariar o governo. O curioso é que Acir ainda é filiado ao PDT, um partido supostamente de oposição e crítico ao presidente.  

AGRADECIMENTOS 

Este cabeça-chata agradece ao vereador Aleks Palitot pela homenagem feita pela Câmara Municipal da capital em conceder o título de cidadão honorário de Porto Velho. São homenagens que ninguém esquece e ficamos eternamente gratos.  

RONDONIENSE 

Quem merecidamente recebeu os títulos de rondoniense foram Wilson Dias, Edilson Silva e Marcelo Thomé. Três cidadãos que possuem uma história robusta em nosso estado. Não comparecemos ao evento por motivo de viagem, embora convidado pelos três.  


Fonte: Jornalista Robson Oliveira / Porto Velho-RO.






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