Às vezes aparece alguém que preenche toda a nossa listinha mental. É aquela listinha, que todo mundo tem, na qual indicamos o que esperamos de alguém, as qualidades, os defeitos toleráveis, algumas características. Claro que algumas pessoas são mais exigentes e outras são mais flexíveis, mas todo mundo tem um modelo preestabelecido.
Tem gente que vai chegar preenchendo tudo, gerando esperança no coração ou, pelo menos, possibilidades reais de futuro. Naturalmente, deixamos a porta aberta para essa chance bonita de ser feliz. Permitimos que entrem, que conheçam, que se mostrem, que mergulhem, e elas mergulham mesmo, porque, de alguma forma, nós também preenchemos a listinha mental mental de outro. Com ressalvas ou não, o encantamento é mútuo. E isso já é tão bom.
Só que ninguém manda no coração. Ninguém pode garantir que, apesar do outro ser tudo aquilo que esperávamos, o amor vai nascer. Amor não nasce forçado. Amor não nasce por quem esperamos. O amor não pergunta nada, o amor nasce quando quer, como evitar, não tem como fugir. Uns vão dizer que amor é construção, que vamos aprendendo a amar, que a convivência vai regando as sementes e ele floresce. Talvez. Mas o ponto ao qual quero chegar é outro, menos profundo e polêmico, quero apenas que você saiba que você não tem culpa por não conseguir amar a pessoa que você gostaria de amar. Você não manda no seu coração. Você não tentar, lutar para fazer o bem para o outro, ser o melhor que pode para não machucar quem você gosta, e isso já é um tarefa bonita e nobre.
Não se culpe, não se martirize, não se pressione. O amor é amigo da espontaneidade e de leveza. A gente rega as sementes, tanta ser sol e chuva, terreno fértil, mas não há garantias de colheita. Se bem cuidados, florescem sentimentos bons, talvez não amor, mas sentimentos e sensações bonitas, e isso já é algo incrível.
Ninguém sabe como o amor acontece, mas só o fato de você estar tentando fazer o bem por alguém, é o suficiente para viver uma história legal.
Fonte: Trecho do Livro - PRA VOCÊ QUE TEVE UM DIA RUIM - Autor: Victor Fernandes, Editora Planeta.
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