quarta-feira, 15 de julho de 2020

RESENHA POLÍTICA

MEIO AMBIENTE - Embora a pandemia seja a principal manchete nos veículos de comunicação, seja no Brasil, seja nos demais países, visto que tem ceifado um número assustador de vidas e sem uma vacina que imunize a população contra a Covid-19,  os problemas ambientais, em particular na Amazônia, começam a ganhar mais espaço nos noticiários. E assume este papel de importância muito em razão das irresponsabilidades do governo brasileiro no desmonte das estruturas do estado que combatem a depredação da floresta amazônica.
BOQUIRROTO - A fala do ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, naquela fatídica e inesquecível reunião ministerial, apontada pelo ex-ministro Sérgio Moro como motivo de sua demissão do cargo do Ministério da Justiça, revela o desprezo governamental com as políticas ambientas. Pela ética de Salles, a pandemia seria uma ótima oportunidade para o governo mudar toda a legislação ambiental na Amazônia sem a mesma pressão exercida em tempos sem Covid, já que as manchetes dos veículos de comunicação, aqui e alhures, estão voltadas para a pandemia.
VESGO - Com uma visão distorcida da realidade mundial quanto as questões climáticas e ambientais, o ministro do Meio Ambiente brasileiro tem se especializado em puxar o caso da família bolsonarista ao enxergar a preservação da Amazônia como um atraso econômico. Por ele, e a família presidencial, tudo seria desmatado para que o agronegócio pudesse produzir mais alimentos. Esquece que não basta apenas produzir em grande escala para garantir que abasteça o mercador consumidor internacional. Hoje, basta verificar as barreiras comerciais postas, o mercado internacional exige produtos com origem de produção que atente para as compensações ambientais. Cada vez mais é um mercado exigente em relação a forma da produção, quem não percebe esta realidade ou é cego ou vesgo. Ao que parece nosso ministro é acometido por uma das duas deficiências.
FOGUEIRA - O agronegócio, parte essencial em nossa economia, percebeu o problema de visão de Ricardo Salles e tem emitido sinais de que prefere queimar o ministro do cargo do que tocar fogo na floresta amazônica. Outro fator de desgaste do ministro é o excesso de vaidade e, em razão disto, tem sido escanteado sobre os debates internacionais da área. No Brasil, para coordenar um programa menos incendiário destinado a preservação ambiental, o governo preferiu o vice-presidente General Mourão. Salles foi preterido da missão, em razão da vaidade e do alinhamento equivocado sobre a utilização da Amazônia na produção de comodities.  Com o período do verão, que coincide com o aumento das queimadas na região, é possível que o ministro vire cinzas na própria fogueira que tem ajudado a erguer. E as manchetes dos noticiosos já começam a relatar este desfecho. A Amazônia agradece.
LOCKDOWN - Duas semanas depois que decidiu incentivar setores empresariais a protestar contra o lockdown decretado pelo prefeito da capital Hildon Chaves – que o fez como forma eficaz de achatar a curva do avanço do coronavírus, o governador coronel Marcos Rocha anunciou que sua esposa Luana e Fernando Máximo, o seu Secretário de Saúde, testaram positivo no coronavírus.
DIFERENÇAS - Pelo boletim médico divulgado, Fernando Máximo encontra-se na UTI em razão do agravamento do quadro respiratório, e a primeira dama estaria se recuperando em casa: deduzimos sob os efeitos dos mesmos medicamentos que o governo distribui nas imediações do Palácio para a população em geral. Já o secretário - bem diferente do prefeito de Vilhena que testado positivo usou a própria rede pública municipal que administra - optou por ficar sob os cuidados de um hospital privado, em Porto Velho.
EXEMPLO - Nada contra a boa rede hospitalar privada da capital, mas seria uma oportunidade para o secretário Máximo testar os leitos públicos do hospital Regina Pacis que adquiriu recentemente, com uma inauguração pomposa que reuniu dezenas pessoas, seguindo o bom exemplo do alcaide de Vilhena. Os profissionais de saúde da rede estadual são tão bem preparados quanto os da rede privada. Já os equipamentos e insumos para o combate à Covid...
REAÇÃO - O prefeito da capital absorveu as críticas calado constatando que o isolamento mais rigoroso é o único meio disponível no momento para conter a escalada do vírus que atinge a todos, inclusive quem a despreza. A reação dos detratores era previsível porque a crise sanitária agravou a econômica e cabe a quem administra o caos optar pela melhor forma de enfrentá-las. O prefeito fez uma opção responsável pela vida, embora parte das pessoas somente entendem esta decisão quando um parente tomba com o vírus, mas a maioria compreende a responsabilidade de um administrador. Pode até sobrar lockdown, desde que falte irresponsabilidade. Infelizmente este substantivo feminino no comércio tem em abundância.  A reação ao ato da municipalidade pela vida comprova a vulgarização com as mortes em favor do lucro.
SHOPPING - É um escárnio à população a abertura do shopping neste momento em que se agrava o número de infectados com o corona na capital. É um segmento que tem um consumidor mais abastado e pode muito bem sobreviver à pandemia com vendas on line, drive-thru, delivery etc.. Estamos em um momento atípico com a decretação de calamidade sanitária, algo inimaginável meses atrás, e não adianta justificativas econômicas quando vidas estão sendo expostas à contaminação. São estabelecimentos que possuem capilaridade e seguros contra adversidades. Só a justiça para impedir mais esta irresponsabilidade social.
RAPINAGEM - Mesmo com o adiamento das eleições e com um calendário mais adiante, em respeito à crise sanitária, os pré-candidatos estão com seus respectivos blocos nas ruas anunciando suas candidaturas. Não respeitam nem o momento de dor de dezenas de famílias que perderam seus entes. Cada coisa a seu tempo, e o momento não é favorável à política. Quem não respeita as pessoas não tem condições de administrar uma crise da atual proporção. São aves de rapina.
MEIA BOCA - Os estabelecimentos particulares de ensino de Rondônia alardeiam que fizeram muitos investimentos para realiza aulas remotas, não vêm cumprindo a legislação estadual sobre descontos durante a pandemia e alegam inconstitucionalidade da lei.  Os alunos afirmam que não há investimentos, professores estão despreparados, dão aulas em suas próprias casas, cheias de interrupções em seus celulares. Enquanto o aluno teve gastos extras com internet e energia e recebe uma prestação de serviço “meia boca” em um contrato que estabelece aula presencial, laboratórios etc.
TRANCAMENTO - As instituições tiveram redução de gastos com energia, limpeza, segurança, demitiram terceirizados, entre outros cortes.  Se não negociarem vão perder muitos alunos nesse segundo semestre porque certamente a pandemia vai perdurar até o ano que vem. Melhor negociar e oferecer descontos se quiserem sobreviver. Nem precisaria do Poder Público movimentar tantos profissionais e recursos com promulgação de leis, ações do MP, Defensoria, Procon etc. Aguardem agosto para ver a chuva de promoções. Serão muitos trancamentos ou transferências para aquelas que oferecerem as melhores vantagens.
DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS - A lei aprovada pelo legislativo estadual é tecnicamente obscura na sua eficácia, mas caberia ao judiciário preencher esta lacuna quando instado a se pronunciar. Todos sabemos que o espírito da norma que moveu os deputados estaduais é descontar das anuidades pelos novos gastos dos universitários com o ensino a distância e, igualmente, pela quebra do contrato presencial. Compartilhar prejuízos, o que é justo. No entanto, pelas decisões oriundas de quem deveria esclarecer as eventuais obscuridades dos parlamentares, as universidades particulares estão ganhando todas, embora em outros estados as próprias universidades se anteciparam a qualquer norma e concederam descontos.
HUMOR PVH - Um site da capital denominado humor em pvh, muito gostoso de ser acessado, tascou esta: “O governador Marcos Rocha informou que ficará 14 dias de quarentena com a esposa, com isso, já serão 572 dias no total de quarentena’. Pensando bem, humor está absolutamente correto.
Fonte: Jornalista Robson Oliveira / Porto Velho-RO.


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