domingo, 29 de agosto de 2021

CONJUNTURA - A inflação avança



A inflação continua preocupando. Se não houver um controle dentro daquilo que o mercado espera trará dissabores para todos e vai complicar ainda mais a combalida economia brasileira. O preço a ser pago será alto não só para os trabalhadores que estão perdendo seu poder de compra, mas também para os empresários que veem os preços dos seus produtos desestruturados, um dos nortes da empresa.

Precisamos de muitas coisas para controlar nossa inflação, que não é apenas conjuntural, mas também estrutural. Veremos dez fatores que precisariam ser atacados de frente para trazer a inflação de volta a índices civilizados de no máximo 2% ano ano. O fator pandemia contribuiu e muito para essa desorganização dos preços, mas o controle da inflação passa pelo aumento da produção, industrial ou não, que só ocorre com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), fato que não ocorre h´[a tempo e que não ocorrerpá nos próximos anos. As projeções mostram que o crescimento médio do Brasil a partir do ano que vem será de 2%, salvo mudanças na trajetória econômica, coisa que ainda não vimos.

O aumento da produtividade seria o caminho mais curto para acelerar a produção, mas isso depende de investimentos em novas tecnologias, capital humano qualificado e uma equipe econômica que não fosse tão desqualificada, talvez a pior da história do Brasil. A abertura econômica traria vários benefícios para o mercado interno, um dos principais seria a concorrência e a estabilidade dos preços, mas continuamos a ser uma das economias mais fechadas do mundo.

Com o avanço da inteligência artificial, internet das coisas, robotização, indústria 4.G, a tendência é que fiquemos cada vez mais longe das inovações e nos qualifiquemos como fornecedores da commodities. A tecnologia nos dá a opção de diminuirmos os custos, definirmos novos processos de produção, melhorar o intercâmbio comercial, agregar valor ao bem produzido e tornar os preços mais competitivos.

Cada vez mais a questão ambiental vai ser um fator determinante na produção e formação dos preços. A instabilidade climáticas levarão o clima aos extremos, ora muito calor, ora muito frio, provocando secas, geadas, inundações, degelos e isso trará reflexos alarmantes nos preços de alimentos e outros. Entender que todo processo passa pela "economia verde e sustentável" não é só uma questão econômica, é uyma questão de sobrevivência. Francisco bate nos dois lados.

O dólar em constante alta, fruto de vários fatores, mas principalmente da instabilidade política e jurídica do País, alimenta de forma descontrolada a inflação interna, fazendo com que os produtos básicos de consumo da população encareçam de forma dramática, tais como alimentos, combustíveis, energia elétrica, gás de cozinha, remédios etc.

Engana-se ou age de má fé quem acha que a desvalorização do Real é consequência apenas de uma economia globalizada. A estabilidade política ´pe o alicerce que dará aos empresários a certeza que poderá investir a longo prazo, e ao consumidor de que poderá assumir também compromissos de longo prazo, fora isso nos resta a especulação, o rentismo e os privilégios.

Não precisa folhear os manuais de economia para entender a importância do controle das contas públicas para se controlar a inflação. E por último, os Bancos Centrais de economias desenvolvidas, especialmente o Federal Reserve (FED), o banco central americano) e o Banco Central Europeu (BCE) estão aceitando inflação alta por um período maior e tem estrutura para bancar essa decisão. Acabam afetando os preços de países em desenvolvimento como o Brasil, que tem as comodities como carro chefe nas exportações, o que acaba resultando em políticas monetárias mais restritivas, contribuindo para o aumento da inflação.

Os países desenvolvidos estão passando inflação mais alta para o Brasil e outros países via commodities agrícolas e petróleo. Vamos terminar esse ano com uma inflação média de 7%, e isso é muito.

Os fatores econômicos, políticos, geopolíticos e climáticos estão empurrando a inflação pra cima, e logo teremos o fator inercial e psicológico.

Fonte: Hipólito Martins Filho / Jornal Diário da Região - (Postagem realizada na cidade de São José do Rio Preto - SP).


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