sexta-feira, 11 de setembro de 2020

HONDA CBX 1050 APELOU PARA 6 CILINDROS E SUPEROU AS FOUR

O enorme motor em linha tornou a CBX a moto mais rápida de sua década


Tudo começou na década de 1960, quando o campeonato mundial de motovelocidade vivia tempos de ouro. Regulamentos impunham poucas restrições e os engenheiros exploravam novas configurações de motor e câmbio. 
Assim a Honda RC 166 foi campeã das 250cc com 6 cilindros acelerados por Mike Hailwood. O aprendizado com a esforço para compactação do propulsor em linha foi empregado primeiro na CB 750, de 4 cilindros, ainda no final da década de 1960. 
Dez anos depois, com uma nova concorrência estabelecida para a CB, apostando em cilindrada crescente, a Honda deu outro passo para superar a concorrência. O mesmo engenheiro Soichiro Irimajiri foi encarregado da missão de viabilizar a CBX 1050 com 6 cilindros em linha, em 1978.  
Numa tacada a Honda superou as 4 cilindros de Suzuki, Kawasaki e Yamaha, criadas em resposta ao sucesso da CB 750. A CBX foi a superesportiva da época, uma expressão ousada que não tinha o conforto como principal compromisso (era a proposta da GL 1000 Gold Wing). 
Já empregava a solução do chassi diamante, que integra o motor à estrutura e elimina as barras inferiores usadas no tipo berço (como da CB 750). O recurso adotado por motivos técnicos tinha o benefício adicional de reforçar o efeito visual impactante dos 6 cilindros lado a lado, completamente expostos na dianteira.  
Os cilindros tinham uma inclinação acentuada para frente em busca de uma melhor distribuição de massa, missão crítica para o comportamento da CBX com um propulsor tão grande. O comando duplo no cabeçote já tinha 4 válvulas por cilindro, somando números superlativos à ficha técnica da 1050: 24 válvulas para 6 cilindros alimentados por seis carburadores Keihin de 28 mm.   
Nos dois primeiros anos de produção a CBX 1050 alcançava 105 cv a 9.000 rpm e torque de 8,6 kgf.m a 8.000 rpm para um conjunto que pesava 275 kg em ordem de marcha. Era capaz de acelerar no quarto de milha (400 metros) na casa de 11 segundos e atingir 220 km/h, enquanto a CB 750 não passava de 200 km/h. 
Em 1981 a CBX passou por uma transformação mais extensa, se transformou numa sport-touring mais “pacata” e recebeu até carenagem e malas rígidas. Também foi modernizada para a nova década com vincos no tanque, tampas laterais maiores, motor e rodas pintados de preto, suspensão com ajuste a ar, amortecedor único com link, reforços estruturais que a deixaram mais pesada e reforços nos freios, com discos ventilados na dianteira e cáliper de dois pistões na traseira.        
A Honda CBX 1050 saiu de linha em 1982 com vendas baixas, mas a configuração de motor de 6 cilindros em linha seguiu existindo até o fim da década na Kawasaki Z 1300. O conceito foi revivido em 2011 pela BMW na touring K 1600 GT/GTL.














    Fonte: Revista Duas Rodas.

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