Além da versão mais potente, a Scania está apresentando uma nova linha completa de motores V8, com potências de 530, 590, 660 e o top de linha 770. Apesar de mais potentes, os novos motores são até 6% mais econômicos que seus similares em potência, da geração anterior.
Até agora, a Scania oferecia motores de 520, 580, 650 e 730 cavalos de potência. Outra novidade é o novo câmbio G33, além do motor com novos componentes internos com menos atrito, novo turbocompressor e sistema de pós-tratamento de gases do escapamento atualizado.
Essa nova versão, de 770 cavalos de potência, tem como foco principal o transporte de cargas com mais de 60 toneladas, em implementos mais longos, do tipo rodotrem e bitrem, que começam a se popularizar na Europa, e oferecem ganho na carga transportada com redução do consumo de combustível e da emissão de poluentes.
De acordo com a Scania, para um caminhão equipado com os novos V8 que rode 150 mil quilômetros por ano, a economia de consumo pode chegar aos 4.000 litros de diesel. Isso também reduz consideravelmente os custos para os transportadores, além dos benefícios citados anteriormente.
Os novos modelos também deverão ser muito procurados por transportadores de países que tenham relevo muito acidentado, como Itália e Espanha, onde eles proporcionam um ganho na velocidade média das viagens, sem comprometer o consumo de combustível.
Tecnologia do V8
Para a Scania chegar aos novos motores V8, os engenheiros da marca trabalham sem parar desde o lançamento das versões anteriores desses motores. Basicamente, o motor V8 atual é a obra-prima da Scania, mas para se chegar aos 770 cavalos de potência com durabilidade, confiabilidade e redução de consumo foram necessários refinamentos e aprimoramentos nas tecnologias já existentes.
Uma delas foi melhorar o sistema de gerenciamento do motor (EMS), para que o combustível seja injetado na hora e na quantidade certa.
Outra novidade é no sistema de pós-tratamento dos gases do escapamento. Os novos caminhões V8 da Scania passam a receber um novo injetor de Arla, logo após o freio motor, e mantém o segundo injetor no silenciador. Com esse sistema duplo, a Scania consegue atender às regulamentações Euro 6 atuais e futuras sobre emissões de óxidos de nitrogênio e de particulados, com garantia de funcionamento do sistema até os 700 mil km.
Alta pressão
Os novos motores também recebem novos bicos injetores e uma nova bomba de combustível de alta pressão, e as taxas de compressão e de pressão máxima dos cilindros foram aumentadas para melhorar a combustão e reduzir o consumo de combustível.
Redução de atrito
O atrito das peças internas do motor é responsável pela perca de uma boa parcela de potência de todos os motores atuais. A Scania desenvolveu novos componentes internos, como engrenagens, pistões, anéis, cabeçotes e válculas, tudo refinado e reforçado, que reduzem o atrito e também aumentam a vida útil do conjunto.
Rei da Estrada
O novo motor de 770 cavalos é denominado DC16 123. A nova versão de 770 cavalos de potência substitui definitivamente o motor de 730 cavalos, que será descontinuado.
Mesmo com tamanha potência, esse motor oferece o mesmo nível de robustez e durabilidade do restante da linha Scania, por ser baseado na mesma plataforma consagrada dos motores V8 da marca.
Além disso, com a eliminação e redução de tamanho de alguns componentes, esse motor ficou 75 kg mais leve que a versão de 730 cavalos.
Ele também recebe um novo turbocompressor de geometria fixa, com rolamentos de esferas, com mais durabilidade.
Outra novidade foi o redesenho do sistema de coletor e escapamento, para deixar o famoso ronco V8 ainda mais encorpado, mas sem aumento de ruído, graças à forma que os gases viajam e colidem dentro do escapamento.
Novo Câmbio
Outra grande novidade que veio junto com os novos motores V8 da Scania foram os novos câmbios Opticruise G33CM, voltados para os modelos V8 e também para as versões 6 cilindros e 13 litros de 500 e 540 cavalos de potência.
O investimento total para desenvolvimento dos motores e novos câmbios ficou na casa dos 400 milhões de Euros.
Além de mais reforçadas, com novas engrenagens AMT, essas caixas de câmbio são mais silenciosas, e oferecem até 1% de economia de combustível.
A mudança de marchas é mais rápida, mais leve e suporta o torque monstruoso de 3.700 Nm com tranquilidade.
De acordo com a Scania, esse avanço nas caixas de câmbio da marca oferece a possibilidade dos motores V8 seguirem competitivos até 2030, quando cada vez mais regulamentações de emissões devem estar em vigor em todo o mundo.
Em alumínio
Os novos câmbios G33CM tem a carcaça em alumínio, e são menores que os modelos atuais, com redução de peso de 60 kg. Os novos câmbios também foram simplificados, com redução dos anéis sincronizadores, o que permite aumento de torque nos eixos da caixa sem comprometer a durabilidade.
Oito marchas-à-ré
Visando o uso em canteiros de obras, por exemplo, onde é necessário o uso de marcha-à-ré por grandes distâncias, a Scania modificou o sistema dos novos câmbios, removendo a roda dentada separada que faria o eixo secundário girar na direção oposta e colocando o engate no eixo de saída.
Essa solução de engenharia permite que os caminhões tenham até 8 marchas à ré, e possam rodar com velocidades de até 54 km/h em ré. O câmbio com essa modificação é opcional.
Os novos caminhões V8 da Scania estarão disponíveis para encomenda a partir de outubro, com entregas previstas para o início de 2021, exclusivamente na Europa. Não há previsão de lançamento para o Brasil.
Fonte: Rafael Brusque – Blog do Caminhoneiro
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