terça-feira, 15 de setembro de 2020

HISTÓRIA DO BRASIL - Guerra dos Farrapos

Guerra dos Farrapos, também conhecida como Revolução Farroupilha, foi a mais importante rebelião do período da regência no Brasil. Ocorreu no Rio Grande do Sul e durou dez anos, de 1835 até 1845.
Teve início durante a regência de Feijó, na época D. Pedro II era novo demais para assumir o império, e só terminou no Segundo Reinado.
A revolução foi mobilizada pelos grandes proprietários de terra do Rio Grande do Sul, insatisfeitos com os altos impostos cobrados pelo governo imperial, que viram na república uma forma de obter algumas vantagens.
Os escravos também foram recrutados para lutar pela revolução, sob a promessa de liberdade, no caso de vitória na guerra contra o império.
Ao longo dos dez anos de revolução, muitos foram os conflitos com vitórias e derrotas para os dois lados. Destacam-se alguns de seus personagens. Pelo lado dos Farrapos, são relevantes os nomes de Bento Gonçalves, David Canabarro e os revolucionários Giuseppe e Anita Garibaldi.
No império, os protagonistas da contra-revolução foram os regentes Diogo Feijó, Araújo Lima e os futuros Visconde do Rio Grande e Duque de Caxias.
A Revolução farroupilha se encerra com um pacto de paz, o Tratado de Poncho Verde representou uma vitória militar das tropas do Império, mas uma vitória política do lado dos farrapos.

Causas da Guerra dos Farrapos

Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha foi promovida pela classe dominante gaúcha. Constituída de estanceiros, donos de grandes propriedades rurais usadas para criação de gado, indignados com os elevados impostos territoriais, além de altas taxas sobre as exportações de charque, couro e sebos.
A revolução foi favorecida pelo caráter militarizado da sociedade rio-grandense, organizada em meio a lutas fronteiriças, desde a época da Colônia de Sacramento.
Além disso, as ideias republicanas e federativas encontravam muita receptividade entre os rio-grandenses, estimulados pelas vizinhas Repúblicas Platinas.
Agravando a situação, em 1835, o regente Feijó nomeou o moderado Antônio Rodrigues Fernandes Braga como presidente da província, o que não foi aceito pelos gaúchos. Na Assembleia Provincial, tornou-se cada vez mais viva a oposição ao presidente Fernandes Braga.

Os conflitos farroupilhas

No dia 20 de setembro de 1835, uma revolta armada, com pouco mais de 200 cavaleiros se estabeleceu nos arredores da capital. Uma pequena força armada enviada para dispersar os rebeldes foi repelida e obrigada a regressar.
Fernandes Braga fugiu para a vila de Rio Grande, instalando ai seu governo. No dia seguinte, o comandante da Guarda Nacional local, Bento Gonçalves entrava em Porto Alegre e, com o apoio da Assembleia Provincial, em 1836, proclamou a República do Piratini.
quadro retratando a revolução farroupilha, de Guilherme Litran, cavalos e bandeiras dos revolucionários
Carga da Cavalaria (1893), pintura de Guilherme Litran retratando a Revolução Farroupilha
O regente Feijó nomeou novo presidente para a província, José de Araújo Ribeiro, futuro visconde do Rio Grande. A guerra continuou e os legalistas conseguiram prender vários chefes rebeldes, entre eles Bento Gonçalves, que foi mandado para Bahia, de onde fugiu, com a ajuda da maçonaria.
Em setembro de 1837, regressa ao Sul e é eleito presidente da República do Piratini. A luta dos rebeldes era cada vez mais popular e com o apoio do revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi o movimento se propagou. Pressionado, Feijó foi obrigado a renunciar. Iniciou-se a regência de Araújo Lima, apoiado pelos conservadores.
Em 1939, David Canabarro, um dos chefes da revolta, com a colaboração de Guiseppe Garibaldi e sua recém companheira de lutas, Anita Garibaldi, tomou Laguna, em Santa Catarina.
Fundou-se nessa província a República Juliana, confederada à República Rio-grandense, alargando o cenário da revolução.
Em 1840, com a maioridade antecipada de Pedro II, foi concedida anistia a todos os revoltosos políticos do período regencial.
O novo presidente, Álvaro Machado, nomeado pelo governo imperial, tentou convencer os rebeldes a terminar a guerra e aceitar a anistia, mas nada conseguiu.
Saiba mais sobre o Segundo Reinado.

O Fim do Conflito

Em 1843, para evitar a intensificação do conflito, Luís Alves de Lima e Silva, o futuro Duque de Caxias, foi nomeado presidente e comandante das armas, intensificando o conflito e freando a revolução.
Os farroupilhos obtiveram uma série de derrotas, como o Massacre de Porongos. Em Porongos, os lanceiros negros, tropa do exército farroupilha formada por escravos, teriam sua liberdade adquirida ao fim da revolução. Com a proximidade do fim da guerra, em 14 de novembro de 1844, os lanceiros foram traídos por Canabarro e mortos pelas tropas imperiais.
Em 1845, os rebeldes aceitaram a proposta de paz, oferecida pelo governo. E um pacto, chamado de Tratado de Poncho Verde incluía algumas vantagens para os revoltosos:
  • anistia;
  • incorporação dos oficiais farroupilhas ao exército imperial;
  • libertação dos escravos que haviam lutado ao lado dos farroupilhas;
  • devolução das terras que haviam sido tomadas dos rebeldes;
  • diminuição dos impostos naquela província e
  • fortalecimento da Assembleia Provincial.
Fonte: Toda Matéria.com.br


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