Durante os 45 anos de Duas Rodas, comparamos os veículos diversas vezes em busca das diferenças de custo e tempo
As vantagens da moto em deslocamentos urbanos foram comprovadas por diversos testes de Duas Rodas nas últimas décadas. E o assunto não poderia ser mais atual neste momento de pandemia, em que aglomeração e contato físico no transporte público são desaconselháveis.
Separamos três testes de diferentes épocas sobre o tema, com propostas diferentes. O primeiro teste comparativo ocorreu em 1977 e ganhou destaque na capa (foto). Um desafio entre os veículos motorizados mais acessíveis do país, a Yamaha RD 75 contra o popular Volkswagen Fusca 1300.
O foco estava nos gastos de gasolina e tempo simulando o deslocamento casa-trabalho da periferia ao centro de São Paulo (SP). Na primeira medição, os dois cumpriram o trajeto rodando juntos. A moto sempre trafegando no meio da faixa e sem se valer de brechas no trânsito, para que os consumos fossem comparados.
Vinte e dois quilômetros foram percorridos em hoje inimagináveis 35 minutos. A RD consumiu 0,5 litro de gasolina e o Fusca 2,7 litros. Já na segunda medição, em que a moto ficou livre para seguir sem ter de esperar pelo carro, o tempo de percurso foi reduzido a 25 minutos e o consumo subiu por causa da maior velocidade, para 0,6 litro.
O tema foi retomado nos 2000, quando os congestionamentos de São Paulo haviam atingido outro nível. E mostraria que a vantagem antes de 10 minutos passaria a ser de metade do tempo gasto de carro.
Desta vez a avaliação comparou a moto a outros três meios de transporte. Recrutamos três moradores da cidade que usavam diariamente carro, ônibus e metrô, e foram convidados a trocá-los pela garupa de nossa moto.
Todos moravam a pelo menos 20 km do trabalho e descobriram que recuperariam mais de uma hora por dia se fossem e voltassem de moto. O que se deslocava de ônibus passou de 1h50 para 30 minutos, disparado o maior ganho de tempo. Em seguida, o usuário do carro reduziu o tempo de porta a porta de 1h20 para 40 minutos; e o convidado que costumava gastar 1h15 no metrô precisou de 40 minutos.
As diferenças de consumo de tempo e de gasolina estiveram de novo na pauta em 2009. Na época ocorreu mais uma das várias tentativas de obrigarem as motocicletas a trafegarem pelo centro das faixas, como os automóveis.
Para simular as mudanças que o projeto causaria, um trio de pilotos de testes partiu com motos iguais para cumprir um roteiro de 46 km. O cenário escolhido foi uma tarde de sexta-feira em São Paulo e cada piloto foi escalado para representar um papel.
O primeiro andando no centro das faixas, acompanhando o ritmo dos carros. Ele consumiu 1h31 e 0,9 litro de gasolina usando a Yamaha YBR 125. O segundo piloto acompanhou o fluxo na maior parte do tempo e só transitando entre os outros veículos quando o trânsito parou. Resultado: chegou mais de meia hora antes, reduzindo o mesmo trajeto a 58 minutos e 0,8 litro gasto.
Por fim, o terceiro piloto seguiu em ritmo de velocidade superior ao fluxo de carros e ultrapassou sempre que necessário. Ganhou mais 13 minutos (precisou de 45 minutos), mas a mão pesada custou 1 litro de gasolina do tanque.
No relógio e no bolso os benefícios da moto foram comprovados várias vezes. Agora, pode ser somada também a vantagem da prevenção para quem depende de transporte público ou carro de aplicativo.
Fonte: Revista Duas Rodas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário