domingo, 21 de fevereiro de 2021

5 ERROS COMUNS DE MOTOCICLISTAS DAS ANTIGAS

 

Motociclistas experientes têm muitos conselhos para dar, mas nem sempre as dicas têm fundamento


Nestes tempos de “fake news” reunimos cinco boatos que circulam há muitos anos nas rodas de motociclistas e checamos a informação correta para você. O primeiro é até engraçado, alguns dizem para não lavar a moto quente porque o motor poderia rachar!

Na nossa equipe, nunca foi visto um motor rachado por causa da lavagem , nem se soube de proprietário de moto que tenha passado por isso. Vamos aos fatos: um pouco de água não é suficiente para causar um choque térmico que parta um bloco de ferro, ou outro componente do motor. Se isso fosse verdade a moto não poderia pegar chuva, passar por poças d’água ou atravessar alagados na prática off-road. 

“Melhor começar com motos maiores”

Outro conselho que alguns mais experientes arriscam para os novatos é que comecem com uma moto maior porque seria melhor para o iniciante se acostumar logo, caso já pretenda ter um modelo de maior performance. Seria um grande risco para quem é inexperiente e ainda não tem experiência , nem habilidade para dominar uma moto, seja qual for. Um conselho como esse só ajuda na tentativa de justificar a ansiedade por comprar uma moto de alta cilindrada. 

A verdade é que não existe atalho para aprender a andar de moto, portanto é natural que quem está começando se confunda com os comandos, perca o equilíbrio em algumas situações, se assuste com fechadas de outros veículos e passe por alguns apertos e dificuldades no início. Errar numa moto mais leve, menor e fácil de corrigir é muito mais seguro. 

Por outro lado, o risco de ter excesso de potência no motor e até nos freios, sem a habilidade correspondente para controlar a moto em curvas e altas velocidades, é altíssimo. Andar de moto é um aprendizado constante e a progressão de cilindrada faz parte do processo. O motociclista vai evoluindo e a moto deve acompanhar.

“Jaqueta de couro é a melhor” 

Motociclistas das antigas adoram uma jaqueta de couro! E sempre dirão que é a melhor, a que mais protege... mesmo que a principal preocupação seja ficar com o estilo “bad boy”. 

O couro é sim o tecido mais resistente, mas não necessariamente o melhor. A jaqueta de couro barra a passagem de ar, é mais pesada, mais cara e precisa de mais cuidados, porque não pode ser lavada por imersão na água e o couro precisa ser hidratado para não rachar.

Então a jaqueta de couro não é prática para usar no dia a dia, em trechos urbanos, de baixa velocidade com várias paradas nos semáforos. Já a jaqueta de tecido sintético permite a passagem de ar e a transpiração para não reduzir o calor do motociclista, que continua protegido por um equipamento de segurança.  

“A moto me derrubou”   

Contam-se muitas lendas dos anos 1970, 1980 e até 1990 de que tal moto era “perigosa” e causou muitos acidentes. A verdade é que alguns motociclistas continuam colocando a culpa da queda na moto até hoje, mesmo que seja um objeto inanimado e que só responda aos comandos do motociclista. 

É preciso ter humildade e levantar do tombo com o orgulho ferido, admitir o erro e tentar entender como poderia ter evitado a queda para não repeti-la. Por isso não é correto voltar para casa culpando o veículo e dizendo que “a moto perdeu a frente”, “o freio travou porque é muito forte” ou “a moto é instável”.

Mais provável é que tenha aparecido um imprevisto na pista e o motociclista não soube reagir corretamente, tenha exercido excesso de pressão no freio ou acelerado demais na hora errada... a coitada da moto não tem culpa, , nem vontade própria. Imprevistos acontecem!

“Troque o óleo a cada 1.000 km”

Este último talvez seja o “pai” de todos os boatos, que insiste em circular por aí sem embasamento: o conselho de trocar o óleo do motor a cada 1.000 km. Um exagero de visitas à oficina e dinheiro gasto com troca precoce de lubrificante.

Não importa o que diga o manual do proprietário, o engenheiro da fabricante depois de milhões de quilômetros de testes ou o quanto o óleo tenha evoluído em durabilidade graças à base sintética. Sempre tem alguém para dizer que você deve comprar óleo com mais frequência. 

A provável origem desse boato é a recomendação da primeira troca ser antecipada, depois que a moto completa 1.000 km. Só a primeira substituição do lubrificante deve ocorrer mais cedo, porque as peças móveis do motor novo começam a funcionar juntas pela primeira vez e algumas rebarbas de metal e assentamentos fazem parte do processo de amaciamento. 

Então nesse primeiro óleo ficam depositadas partículas de metal em excesso, que devem ser removidas da circulação entre as peças com o descarte do lubrificante. Depois dessa primeira troca, as próximas ocorrem em intervalos maiores seguindo o recomendado pelo manual do proprietário, que varia em cada modelo, sempre de acordo com a especificação do lubrificante correta para a moto.

Os intervalos de troca podem ser reduzidos pela metade caso você faça uso severo da moto. E o manual indicará qual seria essa quilometragem menor, que nunca é de apenas 1.000 km. O uso severo, que diminui a durabilidade do óleo, é o funcionamento prolongado em altas temperaturas, com pouca refrigeração do motor; em regiões com estrada de chão e muita poeira, que pode contaminar o óleo; o uso mantendo o motor em altas rotações com frequência e por períodos longo, entre outros que podem comprometer a durabilidade do lubrificante.

Se tiver dúvidas sobre seu tipo de uso, procure no manual ou se informe na concessionária para cuidar bem da sua moto e do seu bolso!      

 Fonte: Revista Duas Rodas.




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