Ganhando iluminação full LED e um belo painel em TFT colorido, a Z900 2021 ficou com visual mais moderno e com ainda mais tecnologia embarcada, mas mantendo o mesmo vigor de sempre.
Ela surgiu em 2017 para substituir a consagrada Z800 e para 2021, a marca nipônica deu um tapa em seu visual, o chamado facelift, para revigorar a moça e resgatar o interesse do consumidor.
Na prática, a moto ganhou um novo conjunto de gráficos, iluminação full LED e um novo e moderno painel em TFT colorido, de 4,3 polegadas, que oferece excelente visibilidade, amplo leque de informações e uma série de possibilidades de exploração da motocicleta. Mas um outro elemento que ainda se destaca é seu recurso Bluetooth, que permite conexão com o aplicativo “Rideology, The App”, que assemelha-se a uma telemetria e ainda o acerto dos modos de pilotagem e do controle de tração da moto.
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Ainda em relação ao painel, destacam-se suas duas opções de cores de fundo (preto e branco), sensor de iluminação, que amplia ou reduz a intensidade luminosa e também, sua shift light, que faz piscar a barra do conta-giros quando atinge o momento da troca ou mesmo quando o motor está cortando o giro.
Hi tech
Mas a tecnologia está presente de outras maneiras na Z900 2021. Para ajudar a domar toda a cavalaria de seu motor, a Kawasaki desenvolveu três importantes recursos que contribuem para tornar mais fácil a vida do piloto, mas sem deixar a moto mansa demais.
O primeiro deles é o sistema de dupla válvula no corpo de aceleração. Em motos de esportivas de alta cilindrada, esta peça acaba injetando ampla vazão da mistura ar-combustível para o cabeçote, mas acontece que este aporte bruto pode deixar a moto difícil de ser conduzida. Por isso, a Kawasaki instalou duas válvulas de aceleração controladas pela ECU que modulam este fluxo de gases, dosando o movimento feito pelo piloto no acelerador, resultando em uma subida de giros mais harmoniosa.
O segundo são os Modos de Pilotagem. Se você não está familiarizado com este device, trata-se de um sistema que modula parâmetros como o nível de potência entregue pela moto e o controle de tração (terceiro elemento), este, batizado pela marca de KTRC (Kawasaki Traction Control). De fábrica há três modos previamente setados: Rain, Road e Sport, além do modo Rider, que permite ao piloto combinar estes parâmetros acima citados a seu gosto.
Ainda falando sobre o controle de tração, além dos modos de intervenção 1 (menos invasivo) e 2 (mais invasivo), ainda é possível desativá-lo totalmente, condição recomendada para pilotos mais experientes.
Outro elemento bastante útil que a Z900 2021 apresenta é a embreagem assistida e deslizante, que deixa o manete mais leve e evita o travamento da roda nas reduções bruscas de marcha. Quase me esqueço: os dois manetes ainda contam com sistema de regulagem de altura, ampliando o conforto do usúario.
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O motor não recebeu mudanças em sua capacidade volumétrica, mas ajustes para adequar-se à Euro5. Ele continua apresentando 948 cm3 de cilindrada, que geram os mesmos 125 cv a 9.500 rpm e 10,1 kgf.m a 7.700.
Ciclística
A Z900 apresenta quadro treliçado, com balança em alumínio. Este quadro permite com que o assento esteja a somente 820 mm em relação ao solo, o que faz com que pilotos não tão altos como este que vos escreve, consigam colocar os dois pés no chão. O senão disso, é que os joelhos acabam ficando muito dobrados, o que pode se traduzir em cansaço para tiros mais longos.
Com um ângulo de cáster de apenas 24,9o e um trail de 110 mm, a Z900 2021 mantém a conhecida agilidade que a gente já conhece, enquanto que seu guidão apresenta excelente ângulo de esterçamento para uma moto de seu porte (33o para ambos os lados).
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Falando em suspensões, na dianteira há um garfo invertido de 41 mm de diâmetro, com curso de 120 mm, com opções de regulagem da pré-carga e do retorno. Atrás, o monoamortecedor é posicionado quase na horizontal. Esta é uma tecnologia que a Kawasaki chama de back-link, uma vez que o sistema de link está posicionado na parte de trás do amortecedor. O curso é de 140 mm e também conta com as mesmas regulagens.
Os freios apresentam discos margarida: na frente são dois de 300 mm, mordidos por pinças de quatro pistões; atrás ele mede 250 mm e conta com pinça de pistão único e, claro, apresentam ABS de duplo canal.
Quando foi apresentada em julho do ano passado, a Z900 2021 teve seu preço de lançamento fixado em R$ 45.990 para as primeiras unidades; depois passou para R$ 47.990 e agora, com essa disparada do dólar, já está custando entre R$ 49.990 e 50.990.
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Impressões
A Kawasaki acertou muito na mão quando repensou esta motocicleta. A iluminação em LED, associada ao novo painel, deu o toque de refinamento que ela precisava. Ficou linda e sofisticada, mas sem perder sua agressividade – muito pelo contrário!
Este novo painel ampliou suas possibilidades e a conexão ao aplicativo foi um belo presente a seus proprietários, que passam a ter acesso a valiosas informações sobre seus percursos. Sem dúvida, é um gadget divertido que, infelizmente, não tivemos a oportunidade de experimentar, por estar passando por atualizações quando andamos na moto.
Se a moto pode intimidar quem a vê pela primeira vez e olha sua ficha técnica, por outro lado, basta dar uma volta no quarteirão para ter a impressão que já anda com ela há muito tempo. Palmas à eletrônica, que faz seu papel perfeitamente, deixando a tocada segura, mas divertida ao mesmo tempo. A entrega de potência é muito linear, o que se traduz em previsibilidade e muita segurança. Você saca rapidamente como ela se comporta.
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E a ciclística? Cara… Como é fácil tocar esta moto. Ela é tão equilibrada que seus 212 kg (com todos os fluidos) desaparecem debaixo de suas pernas e você tem a nítida impressão de estar andando em uma moto muito menor que ela, mas logo seu vigor mecânico se encarrega de trazê-lo de volta à realidade.
Além disso, sua posição de pilotagem é agradável; você não fica muito mergulhado sobre o guidão, o que permite ampliar o tempo de pilotagem e ao mesmo tempo, confere boa movimentação na hora de atacar as curvas. Apenas seu assento poderia ter um pouco mais de espuma.
Mas o que faltou mesmo nesta moto foi um quickshifter. É um pecado uma moto desta envergadura e com esta proposta, não ter um recurso desta natureza.
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Ficha Técnica
Motor: quadricilíndrico DOHC, 16V, arrefecimento líquido
Cilindrada: 948 cm3
Alimentação: injeção eletrônica
Diâmetro x Curso: 73,4 mm x 56 mm
Potência: 125 cv a 9.500 rpm
Torque: 10,1 kgf.m a 7.700 rpm
Câmbio: 6 velocidades
Chassi: treliça de aço
Susp. Diant.: invertida, 41 mm diâm. regulagens ret e pré-carga, 120 mm curso
Susp. Tras.: monoamortecedor com back-link, reg. ret. e pré-carga, 140 mm curso
Freio Diant.: discos duplos semi-flut de 300 mm, pinça quatro pistões, com ABS
Freio Tras.: disco 250 mm, pinça um pistão, com ABS
Pneu diant.: 120/70-ZR17
Pneu Tras.: 180/55-ZR17
Peso: 212 kg (ordem de marcha)
Tanque: 17 l
Preço: R$ 49.990 ~ R$ 50.990
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