Alie baixo investimento para aquisição, facilidade de encontrar peças, mecânica robusta, estilo e grande facilidade de customização. Para melhorar, aplique tudo isso ao restrito segmento das motos custom, marcado por modelos grandes e caros. Pronto, assim fica fácil entender de onde veio o sucesso da Suzuki Intruder 125 .
A 125 foi o último modelo da linha Intruder a chegar no país, em 2002, sendo também a menor e mais acessível das custom da marca. Desta forma, era inspirada nas estradeiras maiores, como as 250 (à venda aqui de 1995 a 2003), 800 (1994 a 2003) e 1400 (1994 a 2001). A família contava ainda com a Intruder LC 1500, vendida de 1999 a 2005, com proposta ‘mais cruiser e menos chopper’, mas aí já é outra história.
Inspiração vinha dos modelos maiores da família, como da Intruder 1400
Voltemos à Intruderzinha. Uma curiosidade é que apenas no Brasil ela recebeu o nome de Intruder e que, além disso, foi lançada no exterior bem antes de chegar aqui, em 1982. Na maioria dos países era vendida como Suzuki GN 125, sem o peso do nome ‘Intruder’.
GN 125 no exterior: apelo ao nome Intruder foi utilizado apenas no Brasil, em referência as motos de grande cilindrada
Suzuki Intruder 125
O modelo chamava a atenção nas ruas pelo estilo diferente frente às rivais street, como Honda CG 125 e Yamaha YBR 125. Afinal, a Suzuki tinha visual custom e inspiração setentista, com direito a paralamas em aço e muitos cromados. De quebra, o ângulo da suspensão dianteira dava impressão da moto ser mais comprida, lembrando as chopper. Mas apesar de todo este estilo, ainda era uma moto street, ágil, econômica e de fácil manutenção.
Sucesso veio com motor mais potente
A Suzuki Intruder 125 demorou para conquistar o gosto do brasileiro. Devido ao estilo diferente, o modelo por vezes era encarado como antiquado e obsoleto, ao invés de um clássico custom. O sucesso chegou apenas em meados de 2007, devido ao crescimento do mercado brasileiro e a atualizações na moto.
Após leves atualizações e explosão do mercado de motos, modelo se popularizou no Brasil. De 2007 a 2012 teve sua versão mais potente e ‘torcuda’
Além de novas opções de cores, o motor de quatro tempos, monocilíndrico, refrigerado a ar, recebeu novas borboletas e calibragem do carburador. O resultado rendeu um aumento de 1 cv na potência final do propulsor de 124 cm³ e com isso ele passou a entregar 12,5 cv a 9.500 rpm. O torque total era liberado 500 rpm mais cedo, passando de 0,82 kgfm para 1,19 kgfm a 8.000 rpm.
Material publicitário da Suzuki
Na prática significa que a Intruderzinha ficou bem mais ‘esperta’, especialmente pelo ganho de 45% de torque. Aliado a tudo isso, houve a introdução do sistema de redução na emissão de poluentes, chamado de PAIR. Desta forma, as mudanças mecânicas foram essenciais para minimizar a dificuldade na retomada de velocidade do modelo, além de gerar também mais economia. Falando nisso, em nosso teste seu consumo ficou acima dos 35 km/litro.
Novas mudanças e despedida do mercado
Em 2012, a Suzuki Intruder 125 recebeu novos aprimoramentos mecânicos, mas desta vez para atender às exigências de emissões do Promot 3. O modelo passou a contar com novo carburador Mikuni BS25 com TPS (sensor de posição da borboleta do acelerador) e sistema de escape com catalisador.
Também trazida ao Brasil pela J Toledo, Chopper Road 150 substituiu a Intruder, aposentada em 2017
Como consequência houve redução nos números de potência e torque. Eles passaram de 12,5 cv a 8.500 rpm, para 11 cv a 9.000 rpm e de 1,19 kgfm a 8.000 rpm para 0,98 kgfm a 7.000 rpm. Desde então, a Intruder 125 seguiu sem mudanças significativas no mercado até ser descontinuada em maio de 2017. Foi desta forma que abriu espaço à Haojue Chopper Road 150, também importada pela J. Toledo.
GN 125 2020: modelo segue firme no portfólio de mercados como a Nova Zelândia
Pontos positivos
Como citamos antes, a Intruder 125 cativou o mercado sobretudo por seu estilo, se mostrando um sonho possível a quem queria rodar por aí de moto custom sem a necessidade de desembolsar dezenas de milhares de reais para tal. Além disso, seu projeto simples é compatível com uma infinidade de customizações – com direito a peças exclusivas, claro.
Ver uma Intruder 125 customizada não é novidade para ninguém, né? Modelo é amplamente usado em projetos com as mais variadas propostas
Outro ponto positivo está na robustez do conjunto, indo desde o motor simples e confiável até as peças em aço, onde a maioria das motos desta faixa de cilindrada e preço adotam plástico. Para finalizar, o consumo agradava, girando em torno de 35 km/litro na cidade e perto dos 40 km/litro em velocidade constante.
Apesar do estilo retrô, Intruder era bem equipada para a época e categoria. Tinha marcador de combustível, indicador de marchas, partida elétrica e freio a disco na roda dianteira
Pontos negativos
Seu principal contra é o desempenho do motor, apenas aceitável para uma moto de 125 cm³ e aquém do que a proposta custom pode sugerir, especialmente se você quiser transformá-la em uma cafe racer. Além disso, por mais que sua manutenção seja fácil e peças acessíveis, elas não custam tão barato quanto de outras motos da categoria, como a Honda CG, claro.
Suzuki Intruder 125 vale a pena?
Confiável, customizável, econômica. A Suzuki Intruder 125 ainda é, sem dúvidas, uma boa opção aos fãs do estilo custom. Tanto que não é raro encontrar admiradores da Intruderzinha entre os entusiastas do nicho.
Produzida de 2002 a 2016, a Intruder 125 fez uma legião de fãs
Desta forma, uma unidade bem conservada pode ter valor elevado no mercado de usadas. Além do preço, fique atento também ao nível de customização da moto pretendida, pois muitas sofreram mudanças extremas no conjunto.
Segundo a FIPE, o modelo 2002 tem preço médio de míseros R$ 1.946, enquanto o valor médio cobrado em um 2016 é de R$ 6.963. Para saber mais, ver a ficha técnica ou opinar sobre a Suzuki Intruder 125, acesse o Guia de Motos!
Ficha técnica Suzuki Intruder 125 |
Motor |
Tipo | 4 tempos, 1 cilindro |
Cilindrada | 124 cc |
Arrefecimento | Ar |
Combustível | Gasolina |
Potência Máxima: | 11 cv a 9.000 rpm |
Torque Máximo: | 0,98 kgf.m a 7.000 rpm |
Alimentação: | Carburada |
Partida: | Pedal |
Transmissão: | 5 velocidades |
Suspensão e rodas |
Suspensão dianteira: | Garfo telescópico |
Suspensão traseira: | Balança articulada |
Chassi: | Aço |
Pneu Dianteiro: | 2,75-18 M/C (42P), com câmara |
Pneu Traseiro: | 3,50-16 M/C (58P), com câmara |
Dimensões e capacidades |
Peso a seco: | 113 kg |
Comprimento: | 1945 mm |
Largura: | 815 mm |
Altura do Banco: | 735 mm |
Distância entre Eixos: | 1280 mm |
Capacidade do tanque: | 10,3 litros |
Preço (FIPE, fevereiro de 2021) |
2002 | R$ 1.946,00 |
2016 | R$ 6.963,00 |
Fonte: Guilherme Augusto / Motonline.
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