Barata, de fácil manutenção e com desempenho acima do geralmente encontrado na categoria, logo a RD 135 caiu nas mãoes dos mais jovens, onde recebeu inúmeras modificações
Irmã menor da esportiva RD 350, a vocação para acelerar já estava no nome, afinal RD significava Road Developed – desenvolvido para estradas, em tradução livre. Já o desempenho ficava a cargo do motor de 132 cm³, motocilíndrico, que entregava 16 cv a 9.000 rpm e torque de 1,74 kgfm a 8.500 rpm.
RD 135 e RDZ lado lado em material publicitário. Mais refinada e mais cara, a Z teve vida curta
Comparando com a antecessora, no visual as atualizações foram sutis, baseadas apenas em grafismos e cores. Assim, as principais evoluções eram mecânicas, sobretudo pelo aumento da cilindrada gerado pelo pistão que cresceu 2 mm – com 58 mm.
A esportiva RD 135Z
Assim como na gama da antiga RD 125, o modelo 135 ganhou uma versão ‘mais apimentada’ e com apelo esportivo, a Yamaha RD 135Z. A versão recebia novo escapamento e regulagem do carburador, modificações que possibilitavam ao modelo Z entregar 18 cv e 1,74 kgfm, nas mesmas rotações.
Yamaha RD 135Z era a versão mais completa e com apelo mais esportivo
Como era a versão topo de linha das street da Yamaha na época, a RD 135Z também tinha outros mimos. Além de visual exclusivo, se distanciava da versão de entrada pelo freio a disco na roda dianteira e característica carenagem em torno do farol. A esportiva teve vida curta, produzida apenas de 1990 a 1993, quando a Yamaha decidiu investir apenas na RD 135, mais acessível e com melhor desempenho nas concessionárias.
RD 350 era a inspiração para as irmãs menores, mas igualmente empolgantes graças aos motores 2T
Fim da era 2 tempos
Na segunda metade dos anos 1990 já era clara a defasagem dos motores dois tempos. A esportividade não compensava o som estridente que saía pelo escapamento, tampouco o maior número de visitas ao posto de combustível, fruto do maior consumo em comparação a motos da mesma cilindrada e quatro tempos.
Yamaha destacava agilidade da RD no trânsito, mas consumo elevado, ruído ensurdecedor e cheiro impregnado nas roupas dificultava o uso da moto no dia a dia
Além disso, em breve o Brasil lançaria seu programa de controle emissões de ruídos e poluentes, o Promot, que daria exterminaria com os 2T das ruas. Desta forma, a produção da RD 135 foi encerrada em 1999, já como modelo 2000, após 13 anos de mercado. Aliás, a 135 foi a penúltima motocicleta de rua equipada com motor 2 tempos no Brasil, antecedendo a despedida da Yamaha DT 200, que aconteceria em 2000.
Na metade dos anos 1990 as RD 135 e Z deixam sinais claros da idade do projeto. Era tempo de desenvolver uma nova street, 4 tempos, econômica. Surgiria a YBR 125
Pontos positivos
Até o início dos anos 2000 o Mundial de Motovelocidade utilizava apenas motos 2T – e a MotoGP ‘se chamava’ 500cc -, então é impossível negar a ligação entre estes motores e a esportividade. Como uma boa representante da classe, a RD 135 tem no desempenho seu principal argumento de vendas.
Graças ao bom desempenho, motor da RD ainda equipa uma infinidade de projetos independentes, desde motos de competição até karts
Seu motor de 2 tempos surge cheio e opera em altas rotações, garantindo excelentes retomadas no trânsito urbano – e também para quem quer mostrar aos demais que é o mais rápido da rua. Além disso, é reconhecida pela fácil manutenção, barata e simples.
Pontos negativos
O desempenho cobra seu preço na bomba de gasolina. Mesmo com um motor pequeno, de apenas 132 cm³, o consumo da RD 135 era de aproximadamente 24 km/litro, bem acima das concorrentes. O número piorava em tocada esportiva e pode ser ainda mais baixo atualmente, já que as motocicletas têm mais de 20 anos de uso.
Consumo elevado e pequenos detalhes que incomodam eram os principais pontos negativos da 135
Além disso, outros detalhes tentavam apagar o brilho da ágil 135. Entre eles a pedaleira do carona fixa na balança, que se ocupava de transmitir o movimento da suspensão aos pés do carona, e a falta de freio a disco – dois detalhes corrigidos na Z. Aos que não admiram seu perfume, o cheiro de óleo 2T impregnado nas roupas também gera incômodo. A vibração excessiva, outra característica desta arquitetura de motores, também tirava pontos do modelo.
Yamaha RD 135 vale a pena?
As pequenas motos Yamaha com motor 2 tempos deixaram saudades em uma geração saudosistas. Mesmo com suas limitações, o modelo ainda cumpre bem sua função de street, além de poder ser usado para passeios de final de semana regados a lembranças.
Encontrar uma RD 135 que não esteja preparada, customizada ou simplesmente destruída não é tarefa fácil. Definitivamente, não é
Pelo apelo esportivo, geralmente as RD são apreciadas pelo público jovem, o que fez com que a grande maioria de unidades sobreviventes passassem por modificações ou preparações. Por isso, encontrar uma moto original e em boas condições está cada vez mais difícil… E quando acontece, claro, ela tem valor elevado.
Unidades em bom estado de conservação têm preço muito acima do sugerido pela FIPE – e encontrá-las requer muita, muita paciência
Por isso, os preços médios sugeridos pela FIPE dificilmente irão condizer com os pedidos por vendedores. Segundo a tabela, o modelo 1990 tem preço médio de módicos R$ 1.365, enquanto um 2000 sai por aproximadamente R$ 2.471. Por favor, se você ver uma RD em boas condições e nestes preços nos avise.
Para saber mais, ver a ficha técnica ou opinar sobre a Yamaha RD 135, acesse o Guia de Motos!
Ficha técnica Yamaha RD 135 |
Motor |
Tipo | 2 tempos, 1 cilindro |
Cilindrada | 132 cc |
Arrefecimento | Ar |
Combustível | Gasolina |
Potência Máxima: | 16 cv a 9.000 rpm |
Torque Máximo: | 1,74 kgfm a 8.500 rpm |
Alimentação: | Carburada |
Partida: | Pedal |
Transmissão: | 5 velocidades |
Suspensão e rodas |
Suspensão dianteira: | Garfo telescópico |
Suspensão traseira: | Braço oscilante triangular |
Chassi: | Aço |
Pneu Dianteiro: | 2,75s X 18′ |
Pneu Traseiro: | 3,25s X 18′ |
Dimensões e capacidades |
Peso a seco: | 100 kg |
Comprimento: | 1970 mm |
Largura: | 690 mm |
Distância entre Eixos: | 1300 mm |
Capacidade do tanque: | 16 litros |
Preço (FIPE, fevereiro de 2021) |
1990 | R$ 1.365,00 |
2000 | R$ 2.471,00
Fonte: Motonline. |
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