Falar sobre sexo com os filhos pode ser um problema para muitos pais, isso porque talvez eles não tenham tido uma educação sexual adequada e fica ainda mais difícil explicar sobre o assunto para os pequenos. Mas, afinal, quando e como falar sobre sexo com os filhos? Segundo especialistas, não existe uma idade mais indicada para abordar o assunto, é necessário respeitar, acima de tudo, o desenvolvimento da criança. Sabe aquele ditado 'tudo tem seu tempo'? Nesse caso, ele se aplica perfeitamente.
Geralmente, o momento de tal conversa chega junto com as clássicas perguntas, por exemplo, de onde vem os bebê? Se isso acontecer, a recomendação de Marcus Vinicius Gabriel, psicólogo clínico, especialistas em sexualidade e professor universitário, é começar a conversa com uma linguagem acessível à criança. "Um bom início tende a conduzir bem a narrativa sobre sexualidade, conforme o desenvolvimento e amadurecimento, bem como sobre o pensamento lógico da criança. Esse momento introdutório será uma excelente ponte para o momento de maior profundidade. Acontece que grande parte das pessoas que se tornam pais e mães não está preparada para assumir esse papel. Prefere determinar posturas, ao invés de trabalhar a questão orientadora desde cedo. Prevalece a lei do 'certo e errado', do 'permitido e proibido', e isso não vai funcionar mais", afirma.
Falar sobre sexo de forma natural com os filhos vai depender da forma como foi a educação sexual dos pais. Para a psicóloga, Diane Prates, terapeuta de casal e família, e consteladora sistêmica, se os pais tiveram uma educação sexual tranquila, eles irão conseguir passar isso também de forma tranquila para os filhos. "Hoje, falar sobre sexo e sexualidade ainda é tabu, o ser humano ainda tem desafios, dificuldades por conta da educação sexual que não recebeu, ou quando recebeu é um conceito muito deturpado de que o sexo é pecado, de que isso é feio, é errado. Então, isso acaba atuando de uma forma inconsciente no coletivo e acaba dificultando quando a gente vai falar com os filhos", explica.
Durante a infância, as crianças vão aos poucos se descobrindo. Segundo Diane, quando a criança começa a engatinhar, ela vai tendo noção do seu próprio corpinho, descobrindo seus órgãos genitais. A especialista ressalta que quando uma criança corre sem roupa e a família reprime, 'isso é feio, não abaixa a calcinha, aqui não é lugar, fecha as pernas', também é uma forma de abordar a sexualidade e as crianças entendem. "A gente está falando sobre sexo, sobre essa forma de lidar com o corpo, da forma de se relacionar".
A educação sexual com crianças pequenas deve ser de forma sutil, é importante, por exemplo, explicar sobre os órgãos genitais, que é a intimidade dela, que ninguém pode mexer sem que ela autorize, precisa de respeito. E quando alguém fizer algo de que não goste, precisa contar para o papai e a mamãe. "É importante que a criança se sinta em um ambiente de abertura, de receptividade. Quando a gente reprime, deixa um canal aberto para que ela vá buscar essas informações fora e nem sempre são as mais saudáveis", alerta Diane.
Para os pais que têm dificuldade em abordar o assunto com os filhos, há profissionais que podem ajudar. Segundo Marcus Vinícius, um simples momento de orientação pode mudar o horizonte da educação. "O casal deve exercitar o diálogo entre si, antes de passar para o filho. Não esconder ou camuflar nada. Há muitos pais que enganam e ludibriam repostas. É uma medida nada inteligente partir para a distorção dos fatos e da realidade. Entende que há um ser humano em desenvolvimento e formação para a vida e que aquilo que você disser e como disser será determinante no processo", diz o especialista em sexualidade.
O papel da escola na educação sexual
A Escola tem um papel comentar na educação sexual de crianças e adolescentes. Embora o assunto seja polêmico e muitas escolas optem por não abordar o tema, a psicóloga Diane Prates defende que os jovens deveriam ter um espaço para debates, para tirar dúvidas. No entanto, a educação sexual está mais ligada à família, mas nem sempre os pais estão qualificados ou se sentem capazes. Nesse caso, a criança ou adolescente acaba não recebendo a informação nem as escolas e nem em casa, que são os núcleos mais importantes para se tratar o assunto.
Marcus Vinícius explica que é importante que os pais saibam qual a filosofia educacional da escola e de como é tratado o assunto no terreno escolar, e adequar as linguagens. "Não adianta dois referenciais. Isso vai confundir a cabeça da criança, gerar dúvidas e conflitos. Quanto maior a coesão da temática entre famílias e escola, menos o risco de valas na orientação.
Fonte: Jéssica Reis / Revista Literatura e Cultura
COMENTÁRIO DO BLOG: Com relação a Escola comentar, ou conversar sobre educação sexual com as crianças, seus alunos, sou totalmente contra. Pois a Escola tem dar informação didática, ensinar a ler e escrever, geografia, história, matemática, português, enfim..... Nada de dar "pitaco" nesta área, ou seja, educação sexual. As Escolas de uma forma em geral, ou melhor o professor ou professora, também não tem esta formação em educação sexual é da família, da pessoa que é responsável pela criança. A Escola não tem que "meter o dedo" neste assunto.
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