quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

SEXUALIDADE - Quando e como falar sobre sexo com os filhos?



Falar sobre sexo com os filhos pode ser um problema para muitos pais, isso porque talvez eles não tenham tido uma educação sexual adequada e fica ainda mais difícil explicar sobre o assunto para os pequenos. Mas, afinal, quando e como falar sobre sexo com os filhos? Segundo especialistas, não existe uma idade mais indicada para abordar o assunto, é necessário respeitar, acima de tudo, o desenvolvimento da criança. Sabe aquele ditado 'tudo tem seu tempo'? Nesse caso, ele se aplica perfeitamente.

Geralmente, o momento de tal conversa chega junto com as clássicas perguntas, por exemplo, de onde vem os bebê? Se isso acontecer, a recomendação de Marcus Vinicius Gabriel, psicólogo clínico, especialistas em sexualidade e professor universitário, é começar a conversa com uma linguagem acessível à criança. "Um bom início tende a conduzir bem a narrativa sobre sexualidade, conforme o desenvolvimento e amadurecimento, bem como sobre o pensamento lógico da criança. Esse momento introdutório será uma excelente ponte para o momento de maior profundidade. Acontece que grande parte das pessoas que se tornam pais e mães não está preparada para assumir esse papel. Prefere determinar posturas, ao invés de trabalhar a questão orientadora desde cedo. Prevalece a lei do 'certo e errado', do 'permitido e proibido', e isso não vai funcionar mais", afirma.

Falar sobre sexo de forma natural com os filhos vai depender da forma como foi a educação sexual dos pais. Para a psicóloga, Diane Prates, terapeuta de casal e família, e consteladora sistêmica, se os pais tiveram uma educação sexual tranquila, eles irão conseguir passar isso também de forma tranquila para os filhos. "Hoje, falar sobre sexo e sexualidade ainda é tabu, o ser humano ainda tem desafios, dificuldades por conta da educação sexual que não recebeu, ou quando recebeu é um conceito muito deturpado de que o sexo é pecado, de que isso é feio, é errado. Então, isso acaba atuando de uma forma inconsciente no coletivo e acaba dificultando quando a gente vai falar com os filhos", explica.

Durante a infância, as crianças vão aos poucos se descobrindo. Segundo Diane, quando a criança começa a engatinhar, ela vai tendo noção do seu próprio corpinho, descobrindo seus órgãos genitais. A especialista ressalta que quando uma criança corre sem roupa e a família reprime, 'isso é feio, não abaixa a calcinha, aqui não é lugar, fecha as pernas', também é uma forma de abordar a sexualidade e as crianças entendem. "A gente está falando sobre sexo, sobre essa forma de lidar com o corpo, da forma de se relacionar".

A educação sexual com crianças pequenas deve ser de forma sutil, é importante, por exemplo, explicar sobre os órgãos genitais, que é a intimidade dela, que ninguém pode mexer sem que ela autorize, precisa de respeito. E quando alguém fizer algo de que não goste, precisa contar para o papai e a mamãe. "É importante que a criança se sinta em um ambiente de abertura, de receptividade. Quando a gente reprime, deixa um canal aberto para que ela vá buscar essas informações fora e nem sempre são as mais saudáveis", alerta Diane.

Para os pais que têm dificuldade em abordar o assunto com os filhos, há profissionais que podem ajudar. Segundo Marcus Vinícius, um simples momento de orientação pode mudar o horizonte da educação. "O casal deve exercitar o diálogo entre si, antes de passar para o filho. Não esconder ou camuflar nada. Há muitos pais que enganam e ludibriam repostas. É uma medida nada inteligente partir para a distorção dos fatos e da realidade. Entende que há um ser humano em desenvolvimento e formação para a vida e que aquilo que você disser e como disser será determinante no processo", diz o especialista em sexualidade.


O papel da escola na educação sexual

A Escola tem um papel comentar na educação sexual de crianças e adolescentes. Embora o assunto seja polêmico e muitas escolas optem por não abordar o tema, a psicóloga Diane Prates defende que os jovens deveriam ter um espaço para debates, para tirar dúvidas. No entanto, a educação sexual está mais ligada à família, mas nem sempre os pais estão qualificados ou se sentem capazes. Nesse caso, a criança ou adolescente acaba não recebendo a informação nem as escolas e nem em casa, que são os núcleos mais importantes para se tratar o assunto.

Marcus Vinícius explica que é importante que os pais saibam qual a filosofia educacional da escola e de como é tratado o assunto no terreno escolar, e adequar as linguagens. "Não adianta dois referenciais. Isso vai confundir a cabeça da criança, gerar dúvidas e conflitos. Quanto maior a coesão da temática entre famílias e escola, menos o risco de valas na orientação.

Fonte: Jéssica Reis / Revista Literatura e Cultura

COMENTÁRIO DO BLOG: Com relação a Escola comentar, ou conversar sobre educação sexual com as crianças, seus alunos, sou totalmente contra. Pois a Escola tem dar informação didática, ensinar a ler e escrever, geografia, história, matemática, português, enfim..... Nada de dar "pitaco" nesta área, ou seja, educação sexual. As Escolas de uma forma em geral, ou melhor o professor ou professora, também não tem esta formação em educação sexual é da família, da pessoa que é responsável pela criança. A Escola não tem que "meter o dedo" neste assunto.




Nenhum comentário:

Postar um comentário