Um dos maiores desafios na vida de um homem público nessa terra de Rondon, certamente é o de ser Prefeito de Porto Velho. Que o digam os últimos alcaides, que por aqui ousaram sentar na cadeira de mandatário da cidade e que, no geral, encerraram ali, no famoso assento, suas carreiras políticas. Mauro Nazif, por exemplo, que fez um mau governo, só não sucumbiu porque tinha um histórico de ligação estreita com servidores públicos e bons mandatos na Câmara Federal. Mesmo assim, elegeu-se novamente deputado na 25ª hora e com votação muito abaixo do que esperava. Hildon Chaves está vivendo, agora, uma situação que muitos dos seus antecessores viveram. Cai-lhe às costas, todos os graves problemas de uma cidade complexa, imensa, com área geográfica superior a pelo menos um Estado brasileiro e meia dúzia de pequenos países europeus, além de deficiências que superam um século. Por exemplo: em pouco mais de dois anos de governo, caminha para comemorar asfaltamento e melhorias em pelo menos 100 quilômetros de ruas da cidade. Parece que fez quase nada! A população não quer saber como uma cidade que já comemorou seu centenário, tem apenas 42 por cento de ruas asfaltadas. Quer que os 58 por cento que nunca foram feitos, o sejam agora. Afinal, o Prefeito é quem tem que resolver as coisas. Esse Prefeito, não os do passado!
Porto Velho não tem tratamento de esgoto. Metade da população vive em áreas sem água potável, utilizando poços Amazonas, perto de 90 por cento deles contaminados. Não há postos de saúde suficientes para atender tanta gente doente. Não há estrutura que consiga controlar todas essas deficiências. O transporte coletivo está em crise há anos. Piorou dez vezes mais, depois que Nazif descredenciou as empresas que o faziam há décadas e passou para um consórcio que piorou muito o atendimento à população. Hildon até agora não conseguiu resolver esse pepino e dificilmente o conseguirá. O transporte escolar é trágico, envolvido em burocracias infernais e cobranças de ordem legal. Parece que não tem solução. A população culpa o Prefeito, é claro, como se ele tivesse criado o problema ou como se não tivesse competência para resolvê-lo. As coisas boas não contam. Os viadutos são obras federais. Foram concluídas agora. Por que não o foram antes? A entrada da cidade era horrorosa, parecia uma entrada de garimpo, como o próprio Prefeito compara. Agora está muito, muito melhor. Mas isso conta? Porto Velho é uma cidade atrasada, suja, com esgoto correndo pelas ruas, com sistema de ônibus horroroso, com 58 por cento das suas ruas sem asfalto, com um trânsito maluco e deficiente. Tudo culpa do Prefeito? Hildon Chaves e sua equipe podem ter culpa em algumas coisas, mas claro que não em todas. A pergunta que se faz é: como uma cidade dessas tem tanta gente querendo governá-la? Mesmo com todos os pepinos já há pelo menos uma dúzia de pré candidatos para 2020. Inclusive Hildon Chaves. Qual deles sentará na cadeira que acaba com tantas carreiras?
BUROCRACIA, DESAFIOS, PROBLEMAS...
Nessa quarta, ao lançar mais uma obra de asfaltamento na zona sul, Hildon Chaves queixou-se da burocracia e das dificuldades que enfrenta no dia a dia, incluindo a falta de liberação de recursos federais, com os quais ele contava para tocar obras. Lembrou que estava lançando uma obra de pouco mais de 1 quilômetro de asfalto em duas ruas, mas que, na zona sul da Capital, onde estava, outros 15 quilômetros começarão a ser atendidos em breve. Fez um relato sucinto de uma série de obras que estão em andamento, em praticamente todas as regiões da cidade, algumas delas esperadas há longos anos. O Prefeito diz que está trabalhando duro para resolver tudo o que é possível, mas é claro que não há nada fácil em seu caminho. Quando não faz as coisas, sejam por quais motivos forem, é porque sua administração é ruim e incompetente. Quando as faz, apenas cumpriu sua obrigação. O caso dos viadutos é sintomático. Ficaram uma década em obras ou parados. Quando o Prefeito conseguiu os recursos em Brasília, apoiado por membros da bancada federal, os créditos não foram dele, porque a obra é da União. Hildon sempre questiona, com razão: ora, por que não terminaram antes?
LÁ SE VÃO NOSSOS DIAMANTES!
Elas são pequenas, mas valiosas. Numa foto, cerca de 60 pedras de diamantes. Valem, no mercado local, cada uma, algo em torno de 3 mil reais. Num pacotinho, 180 mil reais, talvez um pouco mais. Fora do país, o valor pode ser multiplicado por cinco vezes, até mais, caso haja a pureza que aparentemente têm. Os diamantes circulam em fotos de celulares, como prova concreta de que Rondônia tem mesmo riquezas imensas, nesse solo que a natureza encheu de tanto ouro, diamante, manganês, cassiterita. Lamentavelmente, o rondoniense, dono dessa riqueza toda e especialmente os índios Cinta Largas, donos de uma das maiores minas de diamantes do mundo, ganham exatamente nada, com o ouro que abunda nos garimpos dos nossos rios e com o diamante da Reserva Roosevelt. O ouro no rio Madeira e outros rios da região é retirado clandestinamente. Sai daqui e é negociado na Bolívia, por preço acima do mercado local. De lá, vai para o mundo. Toneladas de ouro já foram embora. Nem um só centavo ficou para a sociedade rondoniense. Com exceção dos caciques, que negociam com contrabandistas, a maioria dos índios Cinta Larga vive mal, sem estrutura, sem saúde, quase sem nada. Os diamantes, em que estão sentados em cima, são levados. Eles nada ganham. Nem os cofres públicos de Rondônia. Ou somos muito idiotas, aceitando que isso continue eternamente, sem exigirmos mudanças radicais nessa questão ou somos coniventes com essa vergonhosa roubalheira. Não há meio termo....
SONHOS DE UMA NOITE DE VERÃO!
Nada de novo no front! Apesar de muitos políticos divulgarem notas soltando fogos de artifício sobre a assinatura do presidente Bolsonaro em relação à regulamentação da transposição, é bom que se esclareça. Houve praticamente nada de novo em relação ao assunto. O próprio governo do Estado divulgou informação de que o governador Marcos Rocha acompanhou a assinatura do documento pelo Presidente da República, mas não deixou claro que o que estava sendo realizado era apenas um ato mais político que prático, porque a regulamentação não abriu nem uma só vaga a mais no contexto dos que têm direito a passar para a folha de pagamento da União e dos que não têm. Ou seja: tudo como antes, no quartel do Abrantes! No total, em torno de 15 mil ex servidores do Território vão passar para os quadros federais. Aquele número que se falava de até 25 mil funcionários que poderiam entrar para a transposição, em torno de 40 por cento do total de servidores do Estado, hoje, tornou-se apenas um sonho de uma noite de verão, como escreveu William Shakespeare. Foi apenas regulamentação do que já existia. A única exceção é a chance de quem perdeu os prazos anteriores, conseguir ainda ser incluído na transposição. Nadica de nada a mais.
O NOVO PRONTO SOCORRO NA MÍDIA
O hábito de encontros com a imprensa não tem sido comum na administração do governador Marcos Rocha. Ele, inclusive, oferece muito mais utilizar as redes sociais ou participar de alguns programas de rádio e TV, do que dar entrevistas coletivas. Só uma vez, quando fez um balanço dos seus primeiros 100 dias à frente do Estado, ele reuniu toda a imprensa, no Palácio. Esta quinta-feira será o segundo encontro do Governador com grande número de representantes da mídia. E ele decidiu fazer a coletiva porque um dos assuntos, ao menos, é de tal importância que merece, no conceito palaciano, que seja amplamente divulgado, no maior número de veículos de comunicação possível. Rocha vai falar sobre como seu governo vai usar os 50 milhões de reais que o Tribunal de Contas do Estado, TCE, anunciou, como doação, para a construção do Hospital de Pronto Socorro, que substituirá o sempre hiperlotado João Paulo II. Ele também deve dar detalhes sobre o oferecimento de outras doações, como a anunciada pelo presidente da Assembleia, Laerte Gomes, que também avisou que doará, para a obra, parte dos 30 milhões de reais economizados nos primeiros 90 dias de seu comando no Parlamento. Outras entidades e instituições também devem anunciar liberação e recursos para o novo Pronto Socorro, mas não se sabe se o Governador falará sobre isso também. Na reunião com os jornalistas, Marcos Rocha vai anunciar também um Mutirão de cirurgias ortopédicas. Há gente na fila há longo tempo. Um dos casos de espera, por exemplo, está prestes a completar quatro anos...
A PAZ VOLTOU AO ARRAIAL
Enfim a paz foi selada. Tomara que não haja mais problemas nem reviravoltas. Graças à intermediação, entre outros, do vereador Aleks Palittot, um especialista no diálogo e no bom senso, a Sejucel e os grupos folclóricos selaram acordo e todos estarão presentes na grande festa deste ano do Arraial Flor do Maracujá . O acordo começou a ser costurado na Assembleia Legislativa, através dos deputados Jair Montes, Ezequiel Neiva, Marcelo Cruz e Eyder Brasil. Na Câmara, o presidente Edwilson Negreiros e vereadora Elis Regina também participaram. Ou seja, uma força tarefa foi criada para reaproximar os dois lados em conflito. O Governo não repassa mais verbas para a Federon, a entidade que reúne as Quadrilhas e Bois Bumbás e isso causou frisson no meio, porque o sistema mudou. A Sujucel quer que os preços finais ao visitante do Arraial despenque e isso só seria possível com uma profunda transformação nas relações entre todos os envolvidos e o fim de muitas taxas, que eram cobradas via Federon, aos ambulantes e barraqueiros. Quase deu guerra. No final da contas, o confronto acabou e tudo está em paz. O Governo assume tudo, apoia os grupos com verbas e patrocínios e o povão vai poder curtir a festa sem pagar preço de boate. Final feliz!
DEZ MIL ASSASSINATOS A MAIS
Em cinco anos, um salto assustador. Em 2013, o número de assassinatos registrados no Brasil beirou os 55 mil. Já era de apavorar. Em 2018, essa estatística, que era das mais terríveis do mundo, piorou muito: os crimes de morte atingiram a 65.602 vitimas. Dez mil mortes a mais. Os dados são do Atlas da Violência, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Não há adjetivo ou superlativo que consiga traduzir o horror que isso significa. O coordenador da pesquisa, Daniel Cerqueira, não encontrou expressão pior para explicar o drama brasileiro: “pouquíssimos países do mundo se aproximam do nosso, em termos de taxa de homicídios!” Houve estados em que a taxa de mortes violentas, por assassinato, chegou a crescer 25 por cento. Em Rondônia, o percentual foi menor, mas mesmo assim altamente preocupante. Ficamos na média da região norte, com crescimento de 10 por cento nos índices de homicídios. Não há chance de mudar esse quadro com a atual legislação, que passa a mão na cabeça de assassinos e os pune com penas leves. Ou se muda drasticamente nossas leis ou continuaremos tendo essa multidão de brasileiros assassinados todos os anos. E sempre com números piores.
PERGUNTINHA
Você apoia ou repudia a decisão do Estado do Alabama, nos Estados Unidos, que decidiu por autorizar a castração química de pedófilos condenados?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires - Porto Velho-RO.
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