segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

MISSÃO: NAVEGAR COM ÂNIMO



O Evangelho deste domingo se inicia observando que "Jesus viu duas barcas paradas na margem do lago. Os pescadores haviam desembarcado e lavavam as redes" (v.2). Jesus sobe numa das barcas, ensina as multidões e convida os discípulos a retornar à pesca. Eis o contraste: enquanto os discípulos estão se recolhendo desiludidos, amargurados e resignados, Jesus os convida a "lançar novamente as redes em águas mais profundas" (V.4).

Diante das contrariedades e dos escassos frutos, também nós podemos nos sentir tentados a "recolher as redes", ingressando no coro dos pessimistas. É chegado o tempo, no entanto, de confiar. Muitos cristãos perderam a chama da profecia, rendendo-se a estilos do passado, aderindo a correntes religiosas cada vez mais distantes da essência do Evangelho ou tornando-se indiferentes.

O desafio que se nos apresenta é anunciar o Evangelho no mundo, sem ser do mundo (cf.Jo 15,19), ainda que sob o risco de enfrentar tempestades. Essa missão realizamos juntos. A tarefa se inicia com poucos, mas logo se torna abrangente: "fizeram sinal aos companheiros de outra barca, para que viessem ajudá-los" (V.7).

Fica a lição: não acreditar que a missão é desempenhada solitariamente. Lembra-nos o papa Francisco: "A Igreja é sinodal. Na barca da Igreja deve haver lugar para todos. Todos os batizados são chamados a embarcar nela e lançar as redes, comprometendo-se pessoalmente com o anúncio do Evangelho". É no diálogo e na participação que a Igreja se renova. Desse modo, as redes dos primeiros discípulos tornam-se imagem de uma igreja "redes de relações".

A missão de navegar mar adentro é confiada aos discípulos. Cabe-lhes ser pescadores de pessoas, retirando-as do abismo e das ondas que ameaçam afogá-las, resgatando-as de todas as formas de morte. Nas palavras do papa: "O Evangelho é anúmncio de vida no mar da morte, de liberdade nos redemoinhos da escravidão, de luz no abismo das trevas".

Sintamo-nos convidados a avançar no mar da humanidade, sendo testemunhas de misericórdia e associando-nos aos que "deixaram tudo e seguiram a Jesus" (v.11).

Fonte: Pe. Darci Luiz Marin, ssp / O DOMINGO - semanário lit´rugico-catequético



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