terça-feira, 26 de dezembro de 2023

MERCADO - O futuro do turismo no Brasil

 Com burocracia e barreira geográfica, pais afasta estrangeiros

Final de ano e o Brasil poderia estar cheio de turistas estrangeiros, mas não acontecerá. Recebemos 6 a 7 milhões de turista por ano. E o objetivo do governo é que esse número cheque a 8,1 milhões até 2027.

A Tailândia, com 5% da área do Brasil, recebe esse número de estrangeiros em 2 a 3 meses. Não há somente uma razão para isso (estar perto da China ajuda os talilandeses), mas entre os principais motivos está um sob controle das instituições brasileiras:fricçoes.

Toda vez que chego no Brasil e vejo a fila de imigrantes dando voltas, com dezsenas de pessoas esperando para entrar no país, me pergunto: por que diabos dificultamos o acesso de turistas ao Brasil?

Não gostamos de ganhar dinheiro?

Qualquer turista pode comprar um Roma Pass ou cirar um cartão de transporte online em Praga. A maioria dos hotéis na Tailândia oferece preços quase subsidiados para pegar os hóspedes no aeroporto.

Se um país quer receber mais turistas, deve reduzir todas as barreiras inúteis para que um estrangeiro desfrute a cidade, especialmente se  o objetivo é volume de visitantes e não somente atender as camadas mais ricas, que gastam dinheiro sem problema para resolver todas essas barreiras. Quem dera o problema de atrair turistas no Brasil fosse só a segurança. É muito mais do que isso.

É comum ouvirmos que temos praia, samba, carnaval e muito mais. Tudo isso é verdade. Mas, por incrível que pareça, não temos tanta vocação turistíca quanto as pessoas acreditam.

Geografia é a principal barreira: como não temos países ricos à volta, viajar para o Brasil requer de 10 horas a mais horas para a maioria dos consumidores de alta renda nort-americanos, europeus e asiáticos.

Não temos como mudar o país de lugar e é melhor esperar sentado os argentinos, peruanos e outros sul-americanos inriquecerem.

Entretanto, há muito que podemos fazer para aumentar o número de chegadas no Brasil, na margem. As autoridades e instituições do setor deveriam forma um força tarefa com um só objetivo: reduzir o custo cognitivo de viajar pelo país.

Tomar decisões custa tempo e dinheiro. Evito ao máximo viajar para paíse que exigem visto, por não querer gastar tempo com burocracia. Também evito os países que exigem quase um doutorado em regras locais para se visitar. Conversando com gente que gostaria de visitar o país, as primeiras perguntas são sempre as mesmas: Há necessidade de visto?

As pessoas falam inglês? Como consigo internet? Há cartão de transporte para turista? É seguro?

Viajar para o Brasil deveria ser a coisa mais fácil do mundo. Temos uma execelente cultura xenófilica. Não conheço um estrangeiro que não tenha comentado, como foi bem trado pelas pessoas. Mas precisamos de muito mais que isso para vencer as barreiras geográficas.

É preciso um esforço insitucional forte para se reduzir barreiras.

Imagine um portal no qual um gringo pudesse comprar um e sim temporário, cartões de transporte digitais, e visto eletrônicamente por um pacote, com dois ou três cliques? Um Rio onde os turistas pudesse comprar sua canga na praia sem ser extorquido? E uma visita a Bonito que pudesse ser marcada facilmente?

Um amigo italiano diz que turismo é militância, sofrimento e estress. Até pode ser verdade, mas isso não quer dizer que devemos estressar nosso hópedes até não quererem mais visitar o país. Podemos ser o país do futuro. Hje.


Fonte: Rodrigo Zeidan / Professor da New York University Shangai (China) e da fundação Dom Cabral. É doutor em economia pela UFRJ. Jornal Folha de São Paulo.






(SJRP)


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