A ostentação é tentação que persegue a humanidade. Basta um pouco de conhecimento de História Geral para notar como os impérios antigos - por exemplo, o romano, o egípicio e o chinês, para citar apenas tres dos mais poderosos - ostentavam o poder por meio de seus suntuosos monumentos e sangrentos exércitos. Some-se a isso a opulência do modo de vida, como no vestir-se e banquetear-se. Os impérios contemporâneos certamente ampliaram os aparatos e as fanfarrices, deixando migalhas às multidões à beira do caminho.
Jesus aponta o risco da ostentação também no nível pessoal e comutário. O estilo de vida que ele vio implantar em nada combina com o exibicionismo. Por isso, aproveita a ocasião de uma refeição na casa de um fariseu (Lc 14,17-14) para chamar a atenção sobre algo fundamental para a comunidade: a humanidade e a generosidade.
Geralmente, nos encontros entre Jesus e os fariseus, havia confrontos. A mentalidade do fariseu estava focada na exterioridade e no cumprimento da regra pela regra, na formalidade fria e sem sentido existencial. Na verdade, eles levavam uma vida de fachada. Jesus, ao contrário, quer tocar a vida, interessa-lhe mais o interior, a autencidade, a existência com sentido.
Em tempos de mídias e redes sociais digitais, o risco da ostentação está distância de um clique. Há quem se submeta a exageros e até divulgue conteúdos suspeitos ou constrangedores no afâ do tal engajamento e da obtenção do maior número de seguidores. Para o discípulo de Jesus, o uso de qualquer meio de comunicação é de fazer o bem, anunciar o Evangelho, e não anunciar a si mesmo. Seria ridículo e contraditório para um batizado entrar na onda ou no modismo vazio apenas para ostentar ser "missionário digital".
O critério para o seguimento de Jesus é deixar o primeiro lugar aos pobres, aos aleijados, aos coxos e aos cegos. Essas são as categorias dos corpos mais feridos e humilhados, aos quais Jesus dedicou atenção especial. A única ostentação a que nosso Senhor se submeteu foi a cruz. Ali ele se derramou de amor por nós. Nossa missão é a mesma.
Fonte: Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp / O DOMINGO - semanário litúrgico-catequético.
Nenhum comentário:
Postar um comentário